Te Amo Clarissa
Deficiência Física
Iremos conhecer a história de Clarissa, uma jovem que nasceu com Dismetria, popularmente conhecido como a síndrome da perna curta. A verdade é que existe tratamento para esse problema, se a diferença for inferior a 2,5cm, pode ser tratado, com sessões de fisioterapia, RPG e o uso de palmilhas, quando a diferença for maior, indica-se a cirurgia, que custa acima de R$100.000, 00. O tratamento depende também da idade que se descobre o problema. Sabemos que grande parte da população não tem condições de fazer o tratamento e muito menos fazer a cirurgia, precisando conviver com a deficiência, que causa dores e dificuldade no andar, pois até os calçados ortopédicos são caros, os mais em conta são aqueles sem nenhuma beleza. Por isso abordarei a história de Clarissa como se ela fizesse parte dessa maioria. Queria trazer um pouco do que essas pessoas enfrentam, acredito que como eu, conheçam alguém com algum tipo de deficiência. Que eles sejam como a Clarissa, que se ama acima de qualquer coisa, se aceita como é, e acredita em si mesma.
Dedico essa obra a todas as pessoas que tenham algum tipo de deficiência. Deus abençoe a todos 💐
^^^Dynha.^^^
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Vamos para o Capítulo 1
HELENA
Quando Helena deu à luz a Clarissa, ela parecia ser uma criança normal, mas com o passar do tempo, a sua mãe percebeu que uma das pernas da sua bebê parecia ter o tamanho diferente da outra, ao levar ao pediatra, e questionar sobre o que já era visível, foi dito que ela poderia sofrer de Dismetria. Foi feito alguns exames, sendo confirmado o diagnóstico, o que deixou o coração de uma mãe entristecido.
Helena logo preocupou-se com o que foi lhe dito, o médico lhe esclareceu haver tratamento, ela despreocupou-se a princípio, mas ao começar a ter dificuldade nas marcações de consultas para iniciar o tratamento começou a se sentir desanimada.
Conforme Clarissa ia crescendo, mais era visível o seu problema, quando começou a dar os primeiros passinhos, a sua mãe logo percebeu que a diferença afetaria o seu andar, mas isso não conseguiu diminuir o amor daquela mãe, pelo contrário, a fez amar ainda mais. Ela faria qualquer coisa para que a sua filha fosse feliz, principalmente prepará-la para o que enfrentaria se não conseguisse o tratamento adequado, constatando a dificuldade que estava enfrentando ao buscar o seu tratamento.
Armando, seu marido, esteve ao seu lado o tempo todo, acordando de madrugada para fazer fichas e marcações de consultas para a filha. Na época eles estavam no início da vida de casados, o trabalho de Armando dava-lhe direito a um plano de saúde, mas não era extensivo a família, para incluí-las, ele teria que pagar a parte, o valor não era tão elevado, mas se as incluíssem, afetaria o seu salário e com uma criança pequena e ainda pagando aluguel, as coisas poderiam ficar ainda mais difíceis. Helena fazia alguns serviços, dando aula de reforço e vendendo revistas de cosméticos, ela não se sentia Infeliz pela vida que tinha, pois, mesmo em meio a dificuldades não faltava amor entre eles. Nunca desistiu de buscar um tratamento para a sua filha, e enquanto tivesse vida, não desistiria.
Quando Clarissa fez seis anos, começou a andar com um sapato ortopédico que os amigos de seu pai no trabalho compraram em conjunto, era um sapato preto, o qual clarissa odiava, mesmo ainda sendo pequena ela não queria calçar aquele sapato, começava a chorar para não usá-lo, preferia andar com as suas sandálias baixas e mancando. Desde pequena demonstrava ter uma personalidade forte, não gostava de fazer o que apenas lhe mandassem fazer, mas aquilo que achava certo ser feito.
Por um descuido, como Helena dizia, se viu grávida outra vez, e sentiu medo de ter outro filho com o mesmo problema, mas mesmo não tendo sido planejado, ficou feliz em dar uma irmã a Clarissa, que ficou muito feliz ao saber da chegada de outra menininha na casa. Quando Eduarda nasceu. Clarissa estava com sete anos, era uma criança feliz, e nada abalava a sua alegria. Se sentia feliz mesmo com a deficiência que tinha, a diferença era muito visível, mas isso não a deixava se sentir incapaz. Ela na escola brincava com as outras crianças, mesmo que algumas zombassem dela, ela se amava muito para se importar com essas crianças sem empatia. As professoras a adoravam, e sempre chamavam a atenção daqueles que rissem dela, ela sempre desculpava os que por serem obrigados, lhes pedia desculpas. Infelizmente ela não conseguiu o tratamento necessário e cresceu com a sua deficiência.
Quando Eduarda nasceu, o Sr. Armando fez um trabalho para um homem rico, o Sr.Cezar, ele era dono de uma construtora e ao conhecer a história do Sr. Armando ofereceu um emprego a ele na sua construtora, mas muito além de patrão e empregado, se tornaram amigos. Quando a ajuda parecia ter surgido, Helena descobriu um tumor no celebro, isso a devastou, pois, a sua maior preocupação era deixar as suas meninas.
Com o tempo que ainda lhe restava procurou ensinar as filhas a respeitar a todos, a terem coragem diante as dificuldades e sempre seguirem em frente. O que ela mais se esforçou em fazer, foi deixar aquelas duas crianças, que ela tanto amava, unidas, e isso ela conseguiu. Ela podia ter operado, mas o risco era muito grande, e ela não quis, pois, teve medo de não resistir a cirurgia. Preferiu aproveitar o tempo que ainda tinha ensinando tudo o que pudesse as suas meninas, e as deixar preparada para quando ela partisse, se isso fosse possível. Quando Clarissa completou 14 anos, ela já estava muito doente, as dores eram cada vez piores, e não demorou muito ela se foi, mas com a certeza de que fez o seu melhor pelas suas meninas.
Principalmente pela sua Clarissa, que preferia andar mancando a ter que usar aqueles sapatos, que segundo ela eram horrorosos. Sr. Cezar ajudou a família o quanto pode, e ao ver aquelas meninas serem tão fortes na partida da mãe, ele viu como Helena as tinha preparado para serem fortes. Eram ainda crianças, mas foram capazes de confortar um pai desesperado ao se ver sem a esposa e com duas filhas que precisavam dele.
Clarissa quando se viu sem a mãe, não se viu sozinha, pois sabia que a mãe sempre estaria em seu coração e em sua vida. Ela chorou muito, mas se sentiu feliz pela mãe ter deixado de sofrer, pois os dois últimos anos foram os piores para ela. Clarissa passou a cuidar de Eduarda com o mesmo carinho que a sua mãe Helena lhes dava, elas cresceram, unidas, amigas e confidentes. Clarissa sempre foi uma jovem dedicada, e quando terminou o ensino médio, logo ingressou na faculdade para fazer administração, continuava a usa as suas sandálias rasteiras, sem se importar com aqueles que rissem ou zombassem dela, aprendeu a conviver com a sua deficiência como se ela não existisse. Era uma pessoa alegre, alto-astral, sincera em tudo e detestava mentiras, sua mãe sempre lhe ensinou a dizer a verdade.
Sempre esteve ao lado de seu pai, dando amor e carinho, e emprestando o seu colo para o pai chorar nele a saudade da sua mãe, na maioria das vezes choravam juntos.
— Perdoa o seu pai, minha filha. Eu que deveria te dar o meu colo, e você é quem vive me consolando.
— O senhor sempre me deu o seu colo, papai. Sei que ainda o tenho e sempre eu vou ter. Eu não estou o consolando papai — Ela beija a sua cabeça — Estamos nos consolando, pois a mamãe nos faz muita falta — Eles se abraçam e deixam a saudade aflorar em forma de lágrimas.
Na formatura de Clarissa, todos estavam muito felizes, e ela foi a oradora da turma e fez uma homenagem a sua mãe e a todas as mães que não estavam mais ali.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves
Olá autora vou iniciar a leitura do seu livro hoje data de 5 de setembro de 2024
quero te dizer para você que é uma honra ler esse livro pois eu também sou deficiente visual e deficiente física vou amar ler essa história que com certeza me ensinará a ser uma pessoa melhor do que eu já sou
admiro você ter tirado um tempo para escrever um livro e dedica-lo para nós que temos deficiência física ou visual ou quem tem outras deficiências sem ser essas que aqui citei Deus lhe abençoe poderosamente autora
2024-09-06
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Amanda Nascimento
Tenho certeza que será uma estória linda.
2024-11-18
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Nice Machado
Eu também sou deficiente auditiva e sei como precisamos ser forte.
2024-11-11
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