Assunto da semana

Guilherme quando chega a sua sala, esquece a conversa com o seu pai, mas não consegue esquecer a tal Clarissa, e não suportando mais ficar sem saber dela, pede que mandem Eduarda ir a sua sala.

— Pois não senhor, fiz algo errada? — Eduarda pergunta preocupada

— Não, pelo contrário, seu trabalho está sendo bem elogiado, acredito ter futuro aqui conosco.

— Isso muito me deixa feliz, mas em que posso ajudar?

— Espero que não leve a mal na pergunta que eu irei fazer, mas... — Ele pensa em como abordar o assunto — Qual é o problema de sua irmã?

— Como??? Eu não entendi senhor! — Eduarda já sente o sangue ferver, se ele chamar a sua irmã de aleijada ela esquece que ele é o seu chefe, perde o emprego, mas ele vai ter o que merece.

— Desculpa Eduarda, mas qual o problema com a perna da sua irmã? Precisa de algum tratamento? Você trabalha aqui, e queremos oferecer ajuda se for necessário — Ela respira aliviada, não irá perder o emprego.

— Agradeço senhor, o problema da minha irmã é de nascença, ela tem dismetria, popularmente chamada "síndrome da perna curta". Mas ela sempre soube lidar com isso, acredito que mais do que eu, pois detesto ver alguém rindo dela ou a chamando de aleijada, perneta, manca — Eduarda suspira — Isso serve para os seus amiguinhos que ficaram rindo dela. Mas ela tira de letra, eu admiro muito a minha irmã.

— Saiba que só pelo que me falou já ganhou, além da minha admiração, o meu respeito. E saiba que chamei a atenção dos meus amiguinhos — Ele fala rindo, e pela primeira vez, ela vê ele sendo simpático.

— Quando criança os meus pais tentaram o tratamento para ela, mas é muito difícil, e ela nunca quis usar aqueles sapatos ortopédicos, no caso dela somente a cirurgia ou esses calçados.

— Caso precisem de alguma ajuda, até mesmo em relação à cirurgia, não se intimide em nos falar.

— Agradeço senhor, mas acredito que não será necessário, e nem a minha irmã concordaria em pedir ajuda para ela.

Guilherme lhe sorri, e Eduarda volta para o seu setor. Ela estava feliz por saber que havia sido elogiada, se dedicaria ainda mais, para mostrar o seu valor. Uma outra estagiária se aproximou dela, para comentar sobre o assunto da semana, pois, pelos corredores e até mesmo no seu setor, só se ouvia falar sobre isso, a aposentadoria do Sr. Cezar e a necessidade do Guilherme casar para assumir a presidência. Pensou ser apenas boato no início, mas a mulherada não falava de outra coisa, suspirando pelos cantos, querendo se candidatar a noiva do ano. Mas pelo que tudo indicava, ele não se prenderia a alguém só para agradar ao pai.

Guilherme era muito mulherengo e farrista, mas por ser assim, diziam que se casaria apenas por conveniência, mas quem seria a louca que se casaria para levar chifre? Se perguntavam todos. Eduarda acredita que se soubessem que ele faria uma audição para escolher uma esposa ideal, fariam fila, muitas nem se importariam de ganhar chifre, desde que elas fossem a esposa oficial do cobiçado Guilherme Magalhães. Ela mesma ri dos seus pensamentos, mas a verdade é que existiam mulheres que estavam dispostas a se sujeitarem a isso, infelizmente. Eduarda volta a se preocupar com o seu trabalho, ganharia mais trabalhando e não se envolvendo em assuntos sobre a vida do chefe.

Clarissa naquela noite chegou tarde em casa, as vezes ela se sentia sobrecarregada no serviço, era muita coisa para ela fazer, relatórios para fazer, estoque para controlar, pedidos para fazer, meta para alcançar entre outras coisas.

— Oi minha filha chegou tarde.

— Oi! pai, precisei fazer o relatório do fechamento do mês. Estou cansada e com muita fome — Clarissa fala rindo a dar um beijo no pai — Não vou nem tomar banho agora.

— Fiz o que você gosta, almôndegas.

— Que delicia... o cheirinho está demais, vou lavar as minhas mãos.

Quando ela acaba de jantar, ela arruma a cozinha, mesmo o seu pai reclamando. Ela gosta de ajudá-lo, eles têm uma senhora que cuida da casa, mas a comida geralmente é ela ou o pai quem faz. Quando ela precisa demorar no serviço, sabe que quando chegar a janta vai estar prontinha, quando é assim ela gosta de cuidar da louça. Eles sempre foram muito unidos, não costumavam discutir por qualquer motivo, na verdade, nunca havia discussões pois, elas respeitavam muito o pai para discutirem com ele.

Quando termina de arrumar a cozinha, toma o seu banho e logo se deita, teria que acordar cedo no dia seguinte, e estava cansada, mas antes de adormecer olhos penetrantes vem a sua lembrança, como ele era lindo. Ela já teve alguns namorados, mas nenhum deles a olharam com tanta intensidade. Luciano foi o que durou mais tempo, mas ele queria casar e ela não estava preparada para assumir um relacionamento mais sério com ele, eles se entendiam bem, perdeu a virgindade com ele, mas daí casar, não estava na hora ainda. Mas aqueles olhos, que a sua irmã julgou frio e sem expressão, a olhou com uma chama que a aqueceu. Seria capaz de se perder naquele olhar, ele era um homem lindo, alto forte e cheiroso, se imaginou a beijar aquela boca, ah se tivesse uma oportunidade. Pensou enquanto ria sozinha.

Nunca foi de criar ilusões com alguém, deixava as coisas simplesmente acontecerem, não era de perder oportunidade de ficar com quem quisesse por pudor ou algo semelhante, como a sua mãe lhe dizia, a vida é muito curta, aproveite o momento, viva sempre os melhores momentos como se não fosse existir uma nova oportunidade. Ela era uma pessoa liberal, não tinha essa de preconceito bobos. Aprendeu a ter respeito por todos, sua mãe era assim, tinha amigos que muitos não gostariam de ter como amigos, mas o que lhe foi passado que o que importa é o caráter da pessoa, se estão certos ou errados não nos cabe julgar. Seu pai agia da mesma forma, e ele sempre as respeitou em suas decisões.

Eduarda era mais tranquila em relação a namorados, dizia que o estudo e a sua vida profissional era o mais importante para ela, e Clarissa a respeitava pelo seu jeito romântico, dizia que quando casasse seria de véu e grinalda, e Clarissa tinha certeza que não seria diferente. Estava em seus devaneios quando Eduarda chega da faculdade

— Ainda acordada.

— Cheguei tarde hoje, mas já era para eu estar dormindo, mas acho que o cansaço não está me deixando dormir – 'ou um par de lindos olhos, com quem estou pensando besteira' pensa Clarissa, mas resolve não comentar, afinal é o chefe da sua irmã. Elas conversam mais um pouco, mas logo Eduarda entra no banheiro para tomar banho e Clarisa adormece com um sorriso bobo, pensando em Guilherme.

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Comments

Valéria Barbosa

Valéria Barbosa

nossa não estou entendendo ser ela agora pode usar sapatos caro ortopédico..........
não iria mancar tanto , rasteirinhas machucam os pés..

2024-12-22

1

Pati 🎀

Pati 🎀

espero que ele não seja um babaca com ela e que não case apenas por interesse 😬

2024-12-03

2

Janete Oliveira

Janete Oliveira

Pior q se eles casarem com certeza além dos apelidos q já chamam ela, ainda vão passar a chamar de chifruda, com certeza vão falar q ele só casou com ela por conveniência.

2024-10-01

3

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