5- Zaya

Ee... isso .... e ainda não consegui nenhuma informação enquanto estive lá, apenas que aquele lugar é um santuário de loiras lindas, perfeitas e bem trajadas.- falei por fim

- E não aconteceu mais nada ?

- Hum.... não ...ele fez algumas perguntas sobre o que estava escrito no currículo e só!- Disfarcei fugindo do seu olhar.

- pelo que você falou, ele não é gay ....

- Não mesmo... Ele transpira masculinidade por todos os poros.

- E se ele for preconceituoso por só contratar loiras, talvez seja a sua descoberta.

Enquanto falava, Daniel continuava me analizar.

- Não acho que ele seja preconceituoso, só acho que ele escolhe um perfil de modo que se enquadre na empresa ... Quer saber , eu nem sei mais o que pensar...Me arrependo de ter aceitado essa proposta. Eu deveria ter recusado no momento em que a Mag sugeriu.

- Bom.. eu acho que antes de você desistir definitivamente, você deveria pensar no que te fez aceitar isso. Sei o quanto você é boa no que faz, e o quanto é exigente consigo mesma, mas tem princípios e ética, nunca te vi ferrando com a vida de ninguém por causa de uma fofoca, independente se é um famoso ou não. Já vi você descobrir furos que até Deus dúvida e desistir de publicar por ser prejudicial a outra parte, diferente da Catarina que é imoral e sem escrúpulo que inventa qualquer coisa para ganhar créditos...A pergunta é se você descobrir algo que prejudique a vida de Hector Freeman você terá coragem de publicar? vale a pena esse sacrifício todo para depois voltar atrás?

Senti um frio na barriga ao ouvir o nome dele, e mesmo conhecendo Hector tão pouco, não posso negar que ele me pareceu uma pessoa boa, e de um bom coração por trás daquela frieza absurda... não sei se teria essa coragem.

- Pode ser loucura, mas desde que a Mag propôs o desafio para a sociedade, eu senti uma força me empurrando para algo que parece absurdo e contra tudo que eu acho certo, mas que eu não conseguir fugir. Não conseguir ir contra. Eu não conseguir parar. Sinto que devo fazer isso, não é apenas rivalidade e competição é algo mais forte que não sei explicar .

Aninhando-me no canto, apoiei o rosto no estofado do braço do sofá.

- E agora você vai simplesmente desistir?

- Eu vou dá um tempo, preciso pensar.

Daniel me olhou com uma carinha de compreensão que eu até achei fofo, mas me arrependi no momento em que vi um brilho em seu olhar.

- Ele mexeu com você, não foi ?

Me levantando bruscamente, puxei o pé me arrependendo no mesmo momento com a dor que causou.

- Deixa de ser besta. eu vi o homem apenas uma vez e ele quase me colocou para fora da sala. - desviei o olhar

- Olha para mim, Zaya.

Eu não sabia o que falar, nunca fomos de mentir um para o outro, mesmo Daniel sendo mais velhos que eu, nós sempre conversamos de todos os assuntos, até minha falta de experiência em sexo ele sabia, o que nunca foi um problema. Era fácil conversar com Daniel, ele me entendia, me respeitava e sabia tudo sobre minha vida... Até agora. Mas como eu ia explicar que um homem incrivelmente sexy fez minha calcinha molhar com apenas com um toque? O cara tem o poder de sexy appeal absurdo.

Ele riu, e o som da sua gargalhada profunda e masculina ecoou pelo apartamento.

- Zaya, eu acho que alguém conseguiu ultrapassar os arames farpados do seu coração.

- Isso é tosco até para você Daniel, desde quando alguém consegue se apaixonar por uma pessoa em apenas um encontro?

- Não estou falando exatamente em se apaixonar, mas em atração física, o cara despertou seus hormônios adormecidos.

- Falou o expert no assunto.

- Você tá aí toda depressiva com uma carinha de quem não ganhou doce na volta para casa. você só fica assim no seu período menstrual, o resto do mês você é uma maria macho, bruta que não permite que ninguém fique a centímetros de você.

- Desde quando você sabe quando estou menstruada?

- Desde sempre, por que você acha que eu abasteço a geladeira de sorvete na segunda semana de todo o mês?

- Porque você gosta de sorvete? - Falo rindo

- Não porque ele é meu aliado para aguentar sua choradeira e seu mau humor, Além do chocolate, claro. Aprendi com seu pai.

Tentando mudar de assunto, eu me levanto.

- Eu preciso de uma boa noite de sono.

Antes que pudesse tocar o pé no chão, sinti os braços fortes de Daniel contornar minha cintura e me pegar no colo.

- Não precisa disso, eu posso ir pulando. - falo firme.

- Você é mais leve que os pesos que eu levanto na academia. Vou deixar você descansar, mas amanhã nós vamos conversar, tem algo te preocupando e eu quero saber o que é

- A única coisa que me preocupa é saber que eu vou ser subordinada da rata de bueiro chamada Catarina. Fora isso está tudo normal.

Antes dele me colocar sentada, tirou a colcha de gatinhos que estava forrada na cama e depois me cobriu sentando ao meu lado.

- Zaya, eu te conheço tanto quanto você me conhece, e sei que você só toma vinho quando está frustada ou quando quer esquecer alguma coisa, também quando quer esganar sua mãe, fora isso você detesta beber.

- Eu estou bem, tudo vai ficar bem. Só preciso escrever minha carta de demissão e esperar a Catarina vencer para poder enviar ao RH.

- Se ela conseguir ultrapassar as barreiras do banqueiro, o que eu acho difícil.

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