Um murmuro rouco vindo dele me causou um sobressalto, de tão tensa que eu estava. Tentando me recompor e esquecer todo aquele avalanche de sentimentos para pensar em um novo plano, dei alguns passos esquecendo dos malditos saltos nos meus pés. Minhas pernas não responderam, cambaleei sobre os sapatos . Com os joelhos trêmulos, virtude do meu desespero, me desequilibrei e acabei virando o pé e caindo, praticamente, de quatro no chão.
" Que vergonha, meu Deus, se aquela fosse realmente uma entrevista de emprego, seria um completo desastre"
A vergonha se intensificou quando dei de cara com um par de sapatos Oxford luxuoso e ilustrado. Levantei a cabeça para ampliar meu campo de visão. As pernas longas e torneadas marcadas pelo terno feito sob medida já era o suficiente para acender um sinal de alerta, mas o volume por baixo dela o tornava ainda mais excitante...
Um esboço de sorriso apareceu em seus lábios, quando ao se abaixar, encontrou meus olhos arregalados e minha boca entreaberta.
- Se machucou, Zaya? - Hector disse suavemente dando ênfase ao meu primeiro nome e esticando o braço para me tocar.
- Aa..acho que nnão.. - inspirei profundamente ao me afastar.
- Posso ver seu pé? - Perguntou
- Não será necessário, está tudo bem- falei, forçando meu pé a tocar o chão, não conseguir abafar meu grito ao sentir o pé latejar de dor.
- Aí, aí ai...meu pé, eu acho que quebrei meu pé... Não, eu tenho certeza está doendo demais.
Eu não falava, eu gritava... Doía? Doía!!
Mas não ao ponto de gritar exageradamente fazendo com que as outras candidatas e a secretária dele aparecessem na porta intercalando os olhares confusos entre nós. Eu em uma posição nada comprometedora e Hector, já em pé, parado na minha frente com uma postura vital e esmagadora que me fez temer pela vida das mulheres que ousaram entrar na sala sem permissão.
- Está tudo bem, senhor? - Rebeca balbuciou com a voz trêmula.
Apenas um olhar e vi sua secretária colocar o rabinho entre as pernas e fechar a porta com brusquidão.
Em um gesto cheio de elegância, ele se agachou novamente.
- Preciso ver se há alguma torção em seu tornozelo - Sua voz saiu mais rouca que das outras vezes.
- Eee...eu só preciso ficar em pé.
Foi então que o espaço que havia entre nós desapareceu, e toda aquela beleza masculina ficou ao alcance dos meus olhos. Senti seu braço contornar e apertar minha cintura me colocando em pé. Respirando profundamente, senti meu corpo reagir imediatamente ao seu toque que mais parecia uma onda de eletricidade, que subiu e arrepiou todos os pêlos da minha nuca.
- Consegue andar até minha cadeira?
- Hurum...- balbuciei fazendo a besteira de olhar em seus olhos enquanto ele praticamente me carregava. Eu não sou nada pequena, com os meus um metro e sessenta e nove de altura, mais o salto, alcançava apenas os ombros largos do homem que mais parecia uma montanha de músculos.
Me ajudando a sentar, ele apoiou o corpo na perna direita ficando de joelhos.
- Posso ? - Apontou para o meu pé esquerdo.
Afirmei, ignorando a palpitação no meu peito quando sentir sua mão quente tocar minha pele.
- Aqui dói? - Perguntou tocando meu tornozelo.
- Sim.. - conseguir falar.
Com as mãos firmes tirou meu scarpin. Um sorriso fascinante ofuscou sua beleza quando ele viu o furinho na minha meia calça. ele não era apenas lindo... Era fascinante. O tipo de cara que faz qualquer mulher querer se entregar com um único olhar.
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Maria Luiza Giuliani
uau, linda escrita
2024-03-14
1
Selma Rodrigues
parabéns escritora
2023-11-30
2
Cristina Cazatti
parabéns autora
2023-08-16
2