1- Hector Freeman

Hector Freeman, 38 anos

Seu olhar me encarava com um brilho tão erótico que me deixou desconfortável. O incomodo me forçou a esticar as pernas cumpridas embaixo da mesa na tentativa de aliviar a pressão do meu membro exigindo espaço dentro da calça de linho. Sem conseguir desviar o olhar, observei com estranho fascínio os poucos passos que ela conseguiu dar em minha direção. Para as outras candidatas ao cargo de assistente que atravessaram minha sala essa manhã, caminhar sobre um salto agulha de doze centímetros não representava nenhum obstáculo, pelo contrário, parecia uma extensão de seu próprio corpo. Elas desfilavam com auto confiança transmitindo poder, sedução, com uma alta dose de sexualidade. porém... para a mulher na minha frente, o elemento lhe dava uma certa fragilidade que me espantei ao me pegar admirando. Aquilo causou um efeito tão inesperado que me vi incapaz de compreender o que havia de tão especial na garota para me afetar daquela forma. Talvez tenha sido a vulnerabilidade que seus tornozelos trêmulos transmitiam ao tentar se equilibrar em cima dos saltos ou o desfiado em sua meia calça que fugia do perfeccionismo que eu estava habituado... Entretanto, não era só isso que a diferenciava , e isso estava claro... havia um erro grotesco ali...

Encontrar uma assistente pessoal ou qualquer outro funcionário que se enquadrasse ao padrão da empresa era sempre a tarefa mais difícil da minha carreira. Existem regras e exigências que devem ser seguidas à risca pela agência responsável pela seleção, e definitivamente, a mulher de cintura fina e quadris arredondados que me fazia cerrar as mãos em punhos com vontade de tocar e marcar a sua pele, fugia completamente do padrão exigido.

Cabelos escuros e densos com alguns fios mais claros, seguiam em ondas grossas e indomáveis, em seu rosto uma maquiagem simples, poderia até apostar que só usava um rímel em seus olhos avelã. Uma pele tão pálida que a meia calça que usava por baixo de uma saia preta e a camisa azul marinho apertada esmagando seus seios volumosos teve um efeito tão inesperado que me enfureceu dos pés a cabeça . Aquela mulher era o conjunto de tudo que a todo custo eu tentava evitar. E ser surpreendido assim no lugar onde eu achei que estava seguro só aumentou a adrenalina e explosão do meu corpo que há muito tempo não se sentia vivo.

Porra... e para piorar havia algo sórdido e fora do comum nela

Sentado atrás da mesa, no mais conhecido trono presidencial, meu impulso foi manda-la sair por onde entrou, mas a curiosidade de saber o por quê meu corpo reagia diante dela, além de desconforto, apontei para a poltrona a minha frente.

De forma pouco paciente, observei-a sentar desajeitada e puxar a lateral da saia que insistia em deixar a mostra sua coxa curvilínea e torneada. Ao se curvar para entregar seu currículo e sua carta de recomendação não pude deixar de notar suas unhas recém pintadas em um tom nude discreto que me fez levantar o olhar e encarar seu rosto novamente. Como eu imaginava não tinha maquiagem alguma... seu rosto não estava coberto por uma tonelada de base, corretivo e pó, mas também não precisava, pois sua pele se comparava a pêssego suave, pura, lisa com um leve tom rosado em suas bochechas e em contraste com todo o resto, um batom vermelho vivo desenhava seus lábios que transmitia um sorriso tímido, algo que fugia completamente do que eu imagino ser sua verdadeira personalidade ... Cada vez mais inquieto, voltei a me mover sobre a poltrona. Ao mesmo tempo que me perguntava sobre aquela dualidade de personagem que estava evidente. O que despertou em mim uma curiosidade, e me vi tentado a descobrir mais sobre ela, e o por quê a agência havia enviado-a sabendo das minhas exigências. Ao me dar conta de que não conseguia desviar o olhar da garota, eu me rendi a verificar os papéis sobre minha mesa

...Zaya Thompson, *26 anos, solteira...

formada em administração e secretariado na universidade de Washington...trabalhou como assistente pessoal de políticos e com acessória de famosos.