Capítulo 7 — Você Aqui?

Vitória esforçando sua voz.

— O que você está fazendo aqui?

Vinícius levantando-se preocupado vai até a ela e faz um carinho em seu rosto.

— Minha linda Vitória, você está praticamente sem voz...

Ela fica imóvel sem acreditar naquela situação e ele segura seu rosto com as duas mãos e a beija com carinho.

— Eu vou cuidar muito bem de você, meu amor.

Ela afastando-se dele.

— Sai da minha frente, sai da minha sala!

— Sinto muito, mas vou ficar um mês aqui com você, coladinho.

— Eu não permito!

— Você permitiu ontem, vai voltar atrás com sua palavra?

— Eu nunca volto atrás com minha palavra.

— Eu imaginei. — Diz ele sorrindo-lhe.

— Não... Quero dizer...

Ela tosse...

— Fique quietinha e pare de forçar a garganta... Eu vou ficar aqui, você querendo ou não...

Ele sorri e ela fica bufando de raiva...

— Até irritada você é a minha linda Vitória... Como pode ser tão linda assim? Eu vou ficar aqui nessa mesa trabalhando em meu notebook, ok? Anotando cada passo... E cada olhar seu...

Ela estando bem nervosa, pega o telefone e liga para Cibele.

— Cibele, venha, por favor.

— Sim...

Quando Cibele chega.

— Pronto Vitória, cheguei... Em que posso ajudar?

— Temos alguma reunião para hoje?

— Duas conferências pela manhã e uma à tarde.

Vitória fechando os olhos rapidamente.

— O Márcio chegou?

No mesmo momento, Márcio entra em sua sala.

— Estou aqui cunhada... Oh... Novo funcionário? — Diz ele olhando para Vinícius.

Vinícius apresenta-se a ele.

— Muito prazer, Vinícius de Alcântara Nascimento... Ficarei acompanhando a senhorita Vitória durante os próximos trinta dias...

— Prazer, meu nome é Márcio! Amigo e cunhado dela.

Vitória ia falar, mas Vinícius insiste.

— Estou aqui para conhecer os procedimentos tomados e aplicar a minha empresa e a do meu pai.

Vitória estranhando, pergunta a ele:

— Pai?

— Sim minha linda Vitória... Senhor Alberto de Alcântara Nascimento é meu pai.

— Por essa eu não esperava. Chocada.

Márcio pergunta a ela:

— Vitória sua voz...

— Amanheci com a garganta ainda mais inflamada, cunhado.

— Melhor você ir ao hospital.

— Se eu não melhorar após o almoço, eu vou... Prometo... Enquanto isso Cibele... Passe todos os meus compromissos para o Márcio, por favor.

— Eu posso ajudar? — Pergunta Vinícius a ela.

— Não... Ai... — Diz Vitória estando brava.

Vinícius rindo da voz dela...

— Com essa voz de Pato Donald, melhor você ficar quietinha.

Cibele e Márcio riem dela e Vitória olha com raiva para os três...

Cibele diz a todos:

— Deixe-me voltar para meu trabalho, porque quando ela está com essa cara, é capaz de demitir todo mundo.

Vitória levantando-se.

— Vou ao ambulatório...

— Eu vou com você! — Vinícius também se levanta.

— Não...

— Eu vou e acabou!

— Droga!

Eles vão e Márcio comenta com Cibele:

— Está nascendo amor aí.

— Tenho a mesma opinião Márcio...

— Vamos trabalhar...

— Vamos...

...***...

No ambulatório... O médico examina Vitória e Vinícius fica ao seu lado o tempo todo... O médico diz a ela:

— É senhora Vitória... Sua garganta está um pouco inflamada.

— É? Não me diga.

Vinícius ri da resposta dela. O médico estando desconsertado, porque Vitória é a dona da empresa inteira.

— A senhora continue com o spray de própolis, essas pastilhas aqui também, são ótimas e estou receitando-lhe um antibiótico... Pode tomar de 12 em 12 horas durante sete dias, ok?

— Sim, doutor.

— Uma pergunta...

— Sim.

— Ontem a senhora veio e disse que a garganta começou a doer do nada, a senhora teve algum estresse essa semana?

Ela olha para Vinícius e responde ao médico:

— Sim.

— Então, a causa pode ser emocional também.

— Provavelmente! Desde criança doutor... Sempre que acontece algo fora do normal a primeira coisa que acontece é isso, minha babá que disse.

— De qualquer jeito, tome esses medicamentos...

— Ok, obrigada!

Vitória levanta-se para sair e Vinícius indo à frente, abre a porta pra ela.

— Pode passar minha linda... Obrigado doutor...

O médico cumprimenta-o.

Eles vão...

Vitória anda rápido e Vinícius vai atrás dela.

— Calma aí bonita... Pra que andar tão rápido, você lembra a última vez o que aconteceu com você andando assim, não lembra?

Quando ela olha pra ele e vai falar.

— Olha aqui...

— Oh... Minha Margarida, essa voz tá bem estranha, fique quietinha. — Diz ele fazendo alusão à namorada do Pato Donald... Colocando o dedo nos lábios dela e em seguida beijando-a

Ela corresponde... Só se esquece de que estão na recepção da empresa e que está todo mundo olhando.

Quando ela sai do beijo... Todos se viram e voltam a fazer suas atividades.

Ela o olha com mais raiva ainda e vai em direção ao elevador... Ele vai atrás e os dois entram apertando o botão do 25° e último andar... A sala da presidência.

Quando chegam... Cibele pergunta a ela:

— E aí Vitória?

Quando ela ia falar, Vinícius responde por ela:

— Ele disse pra ela usar pastilhas, continuar com o spray e tomar esse antibiótico por sete dias de 12 em 12 horas...

— Me dê que eu vou agora comprar...

— Obrigada amiga... E as conferências?

— Tudo já encaminhado com o Márcio, não se preocupe com isso.

— Se não fosse você Cibele... Eu não sei o que eu faria.

Cibele rindo para ela.

— Imagina você que o Fábio chegou a cogitar que eu sou apaixonada por você.

Vitória rindo da fala de sua amiga.

— Ai... Não mesmo! Diga a ele que gosto de outra coisa.

— Eu disse o mesmo a ele Vitória.

Vinícius rindo fala em seu ouvido.

— E como gosta.

Vitória ficando séria... Dirige-se a Cibele.

— Você nunca pensou isso de mim, não é amiga?

— Óbvio que não, Vitória... Gosto da mesma coisa que você gosta...

— Eu respeito, mas pra mim não dá...

Vinícius falando novamente apenas para ela escutar.

— Como queria de novo.

Vitória grita com ele.

— Fique longe de mim!

Vinícius leva um susto e Cibele fala a ela:

— Vitória, sua voz voltou ao normal.

— Nossa, é verdade... Eu hein.

— Mas é melhor continuar com os remédios... Ainda quer que compre o antibiótico?

— Não, Cibele! Vou continuar apenas com as pastilhas e o spray.

— Minha linda Vitória, não é melhor tomar?

Ela dá um olhar sério pra ele e ele responde:

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

— Bom, mesmo. Cibele vou pra minha sala.

Vinícius indo atrás dela.

— Acalme-se minha linda Vitória...

Cibele ri dos dois.

...***...

Algumas horas depois... Vitória em sua sala junto à Cibele e a Vinícius.

— Bom... Já está na hora do almoço, estou com fome... Só tomei um suco hoje.

— Também estou com fome. Posso te levar pra almoçar? — Pergunta Vinícius a Vitória.

— A Cibele sempre vai comigo e...

Ela percebe que está sendo simpática e muda a frase dizendo:

— Claro que não!

— Amiga, vai com ele... Não vou poder ir hoje. — Diz Cibele em tom de desculpa.

— Cibele...

— Muita coisa pra fazer...

Vinícius oferecendo-lhe o braço.

— Vamos, então?

— Vamos... — Ela vai mesmo estando relutante.

Ele sai todo sorridente com ela e Cibele fala estando sozinha.

— Dona Celina, o que a senhora está aprontando?

Algumas horas antes...

Celina liga para a empresa e fala com Cibele...

— Oi senhora Celina, quanto tempo não falo com a senhora, tudo bem?

— Tudo bem minha linda e com você?

— Tudo bem, graças a Deus!

— Minha filha está por aí?

— Ela foi ao ambulatório com o...

— Com o filho do meu amigo, já sei!

— A senhora sabe?

— Sei de tudo Cibele... E você será minha cúmplice... Ela não faz nem ideia que sei do envolvimento dela com ele... Você também não sabe que eu sei. Mas o foco agora é o seguinte:

— Sim, pode falar.

— Temos um mês pra fazer desses dois um casal.

— Dona Celina, a senhora hein, aprontando de novo.

Celina ri e lembra quando fez o mesmo negócio com Vitória para juntar Adriana e Márcio.

— Essas minhas filhas precisam de um empurrãozinho... São muito paradas. Se não vão ficar para sempre solteiras... A que está dando, aliás, a que sempre deu mais trabalho foi a Lilian...

— Algum problema com ela?

— Estou suspeitando de algo, mas vou investigar ainda, se preciso for... Quanto a Vitória, já sabe...

— Deixe comigo... Eles estão chegando... Beijos... — Respondeu a Cibele ao vê-los retornar do ambulatório.

— Beijos...

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