15. Vamos começar a dominação

Maristela parecia que ia explodir de raiva e medo ao mesmo tempo. Me olhava querendo encontrar uma brecha ou apenas tentava compreender o que estava acontecendo. Eu não estava com paciência para ela, muito menos, tempo para esperar ela descobrir.

— O que faz aqui, Maristela? — Perguntei

— Minha filha me ligou dizendo que você tinha batido nela. Não pensei que você estivesse viva para isso, então para ter certeza, eu tinha que ver isso com meus próprios olhos. — Maristela falou me olhando nos olhos

— Quer uma foto? Não. Então acho melhor você ir embora logo, estou tentando muito não atirar para não ter que trocar o papel de parede que acabei de colocar no escritório. E ele foi muito caro. Sem falar que o sangue pode sujar o tapete que vale muito mais que sua vida. Então, você tem chance de fugir hoje, se correr. Na próxima, não garanto a mesma sorte — Falei sorrindo com ódio.

Maristela abriu a boca para falar algo, mas desistiu. Apenas saiu batendo os pés naquelas sandálias barulhentas e que não combinavam nada com ela. Exceto pelo fato de deixar as pessoas desconfortáveis, isso ela e a sandália tinham muito em comum, não podia negar.

— Minha esposa é realmente uma força da natureza — Allan falou me beijando

— Vamos! A força da natureza precisa organizar algumas coisa para o desfile — Falei assinando uns papéis e puxando Allan. Coloquei a arma no lugar. Nunca se sabe quando precisarei trocar o papel de parede. Já estou pensando no próximo.

— Nem parece a menina mimada que conheci na escola. Ela nem brigava na fila do lanche por sua vaga. — Ele brincou. Sempre acabava ele lutando por meu lanche ou eu ficava sem. Odiava aquela confusão para comprar.

— Achava deselegante brigar por comida. E era horrível aquela confusão toda— Falei lembrando quanto odiava a filas no intervalo e seu caos.

— Você sempre é uma caixinha de surpresa. Onde tenho que te deixar agora? — Allan perguntou me encarando.

– Na empresa do meu pai — Falei sorrindo e o brilho de Allan sumiu.

— Vai precisar de ajuda? — Alan se preocupava por está ficando de fora da vingança, mas tinha feito um plano B. Caso fosse necessário. Tudo ficaria bem.

— Não, pode ir. Te vejo a noite? Jantamos juntos?– Perguntei. Tinha muito que resolver hoje.

— Sim, mas deixarei seguranças e um dos pecados com você. Ok? — Não quero você de bobeira com essa família surtada

— Sim, senhor. Se cuide também. — Falei. Odiava andar com seguranças, mas além de conhecida, ainda era milionária, agora e de quebra esposa do dona da mafia. Eu não podia fazer cara feia pelo cuidado. Eu era quase um imã de problemas. Não tinha para onde correr.

Dei um beijo nele antes de descer do carro. Fiquei olhando ele ir, mas ele não foi. Era óbvio que estava esperando que eu fosse antes, mas antes de me dar conta alguém me chamou. Era um dos pecados. O Orgulho. Alan sabia que eu não era de me comunicar bem com os outros. Já o orgulho, de alguma forma me lembrava o Allan. Ele era tímido, mas ao mesmo tempo prestativo. E tinha um bom senso de humor. Era bem alto, forte, cabelos pretos, curtos. Não era de se jogar fora. O meu marido era mim vezes mais lindo, mas o cara era bonito. Tinha que admitir. Quando o pecado chegou do meu lado, meu marido saiu. Ele é muito cuidadoso comigo e zero com ele.

— Patroa? — Ele falou de cabeça baixa — O chefe me mandou aqui como seu assistente.

— Patroa? Sério? E tudo bem ficar como meu assistente? — perguntei ele era um dos melhores assassinos e gerenciava algumas coisas na máfia.

— Sim, fico feliz em servir a Lilith . — Ele disse orgulhoso, nem questionei mais. Cada doido com sua loucura.

Não contei a vocês. Descobri também pelo Orgulho, que por aí me chamam de Lilith. A esposa do Lúcifer. Embora eu seja um mistério para muitos e tenha várias histórias sobre mim. Acho que me chamar de Lilith encaixa bem. Owo tive uma ideia. Será perfeito para nova coleção e o desfile.

— Vamos indo. Preciso finalizar logo essa parceria— Falei para o orgulho que acenou e subimos.

Para minha enorme surpresa, quem iria me receber era Guilherme. Ex-advogado do meu pai, meu ex-pretendente e hoje ele é noivo de Bruna. Eles têm uma filha, que ele jura que é dele, mas a história é bem diferente.

Subimos para o andar que nos foi indicado. E fiquei esperando na sala lendo algumas revistas. Quando ouço uma voz familiar chamando meu nome de casada.

— Senhorita Verona? — Era o Guilherme

Baixei a revista, tirei os meus óculos escuros, me aproximei dele. Seu rosto estava branco, parecia que tinha visto um fantasma. Não era um fantasma , era um demônio, ele ainda iria descobrir.

— SENHORA VERONA — Corrigi ele, melhor eu, que meu marido.

— Oh. Me desculpe. Eu não sabia. — Ele estava desconcertado

— Podemos começar? Não tenho muito tempo. — Falei ríspida e isso despertou de alguma forma ele

— Sim, claro. Me acompanhe. E quem é o senhor? — Perguntou olhando para o Orgulho

— Esse é o Sr Orgueil, meu assistente. Então vamos? — Falei adiantando ele e tirando o Orgulho do seu foco.

Quanto entramos, nos sentamos no sofá, Orgulho ficou em pé do meu lado. Guilherme pediu um chá de hibisco para sua funcionária. Bom, ele sabia minhas preferências.

— Maitê, estive tão preocupado, onde você esteve esse tempo todo? — Perguntou se aproximando de mim

— Primeiro, senhora Verona para você. Segundo, não é da sua conta onde estive. Terceiro, você focara no que me chamou aqui ou não? — Falei

— Ah. Sim. Irei. Me desculpe. — Se ajeitou na cadeira sem jeito e começou — Queremos nos aliar a sua marca. Ou melhor, comprar um espaço no seu desfile. E além disso...

— Sim, eu li o contrato. Quer que eu desenhe o vestido de casamento da sua noiva. Que na verdade, fará parte da divulgação de um produto. Tudo bem. Aqui está o contrato. – Falei passando para ele, que assinou sem ler, só me encarando. Sorri pode dentro por ainda parecer a mesma Maite por fora.

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