11. Bodas de papel

Se passou um ano voando. Literalmente, foi o que mais fiz nesse último ano, voar. De um lado para o outro. Relacionamento a distância não é fácil. Tenho muita coisa para contar para vocês. Primeiro, vamos começar pelo curso que seria de 6 meses, o professor gostou e me viu como um grande potencial, me selecionando como a sua pupila, sendo assim, aumentando para mais 6 meses o curso. Totalizando um ano batendo perna em Paris, fortalecendo meu nome MC mundo a fora, ser escolhida como pupila ajudo muito. Parte boa é que ele é famoso, embora um pouco, exagerado e extravagante, mas o melhor professor que já tive, me deu uma nova perspectiva de vida e moda. Agora também virei uma estilista famosa e requerida por conta dos seus contatos e nome. Bem, não o nome, mas a marca.

Estou voltando hoje para casa, de vez, finalmente. É uma surpresa. Decidi voltar mais cedo, hoje é nosso aniversário de casamento. Um ano. Tínhamos decidido comemorar no final de semana. Só que eu não quero esperar. Nesse meio ano, nos vimos bem mais do que eu imaginava, Alan chegou a passar semanas em Paris e eu finais de semanas no Brasil. Acabou bem menos doloroso do que eu achei, mas contava os dias para voltar a morar de vez com o meu marido. Toda vez que nos despediamos meu coração quebrava. Nunca queria deixar ele ir.

Pedi a agenda dele a um dos sete pecados capitais, o Orgulho. Tinha criado certa amizade com ele, amizade é um termo forte, vamos dizer que ele era um dos poucos que não me causava medo. O suficiente para pedir ajuda para uma surpresa. Vou ao escritório de Allan. Digo a secretaria que pode dar uma volta, a faz cara feia, mas aceita, não podia fazer nada mesmo e vou para seu escritório esperar ele.

Troco de roupa, visto só uma camisa dele que estava lá e me sento em sua cadeira para esperar. Um tempo depois a porta dele se abre. Ele está entrando com Preguiça e Luxúria, todos me olha surpresos. Não esperavam mesmo minha volta. A cara é impagável.

— Bom dia, meu amor — Eu falei cruzando as pernas, deixando ele ainda mais desorientado

— Vocês estão dispensados — Allan falou para os outros dois acenando com a mão, sem tirar os olhos de mim, mas eu só conseguia rir da cara da Luxúria que me olhava com ódio.

Depois que a porta fecha, me levanto e sento na mesa dele.

— Eu voltei, agora para sempre, acho melhor tomar umas vitaminas para conseguir lidar comigo aqui. — Eu o provoquei, ele já estava na minha frente, apenas o agarrei.

— Senti a sua falta. — Allan me disse — Que bom que está aqui hoje. Ia essa noite jantar com você. Estava adiantando tudo para sair. Nunca consigo fazer surpresas para você. Vamos jantar em casa?

— Já organizei tudo isso. — Eu explique para a ele

— Tem algo por baixo da minha camisa? — Allan perguntou sorrindo maliciosamente

— Só a sua esposa. Acho mais que suficiente. — Eu sorri de volta, o encarando.

Allan brincou um pouco com minha intimidade, massageando enquanto me beijava a boca. Me deitou na mesa, depois de derrubar tudo que estava nela, o que me fez rir um pouco, senti ele em mim e gemi. A sensação é sempre maravilhosa. Assim como da primeira vez. Não mudou até hoje. Parece um vício e uma necessidade.

— Eu quero mais. Mais forte. — Eu disse em meio aos meus gemidos

Eu tenho certeza que se alguém tivesse lá fora, ouviu os meus gemidos, gritos e barulho da mesa. E eu não estava nem um pouco preocupada. Estava querendo tanto ele, que apenas precisava sentir ele completamente. Quando chegamos juntos ao ápice, ele nos levou para um grande sofá e deitamos. Para variar, eu adormeci. Acho que eu que preciso de vitaminas.

Acordei com a porta fechando, alguém tinha saído. Alan estava na mesa trabalhando. Me levanto e vou até ele.

— Acordou, princesa? Deveria dormir um pouco mais. Deve tá cansada por conta do fuso. — Allan falou me puxando para seu colo, me aninhando nele

— Tem muita coisa para fazer ainda? — Falei olhando para os papéis na sua mesa

— Apenas levar a minha esposa para casa. Diga que ela não veio com essa roupa? — Allan me olhou preocupado, nesse ano descobri quando Ele pode ser ciumento e possessivo. Tenho até pena de quem mexe comigo.

— Troquei aqui, bobo. Vou colocar o vestido que vim. — Falei me levantando do seu colo e me trocando na sua frente

— Todas as marcar sumiram? O tratamento realmente funcionou? — Allan perguntou. Em Paris tinha feito um tratamento para eliminar todas as marcas das surras que levei. Usar maquiagem sempre para esconder era cansativo.

— Falta a mais importante. Que deve demorar, mas será a mais divertida. Aliás, Brena ainda acha que vai casar com você? — perguntei a ele.

— Sim... Manda alguns presentes, mensagens e até aparece aqui. Você me mandou deixar no banho-maria ela — Allan respondeu fazendo careta

— Sim, só podemos destruir algo, que existe. Ela tem esperanças e expectativas em você. E Bruna casou com o Guilherme? — perguntei, precisava me manter atualizada sobre meus alvos.

— E aparentemente estava grávida dele. — Allan me disse um pouco confuso

— Só que não — Falei rindo de quem estava sendo enganado

— Você parece que vai se divertir bastante. — Alan diz me olhando

— Hoje só vou me divertir com o meu marido. Depois foco no resto. — Eu provoquei sorrindo para aquele homem delicioso.

— Então vamos, minha querida esposa. — Allan me falou me pegando pela cintura.

Passamos o resto do dia bem caseiro. Era isso que eu queria. Tomamos banho de piscina. Bem, tomamos mais que banho. Tivemos um jantar com direito a flores e velas. Assistimos um filme depois com pipoca. Passamos uma madrugada um pouco mais exagerada do que deveríamos, acabamos quebrando a cama. Eu ri tanto, mas tanto que pensei que ia morrer sem ar.

Então o telefone de Alan toca de madrugada. Eu sabia que coisa boa não era. Quando aquele telefone tocava, nunca era coisa boa. Minha risada parou na hora. Em um ano, percebi que Alan realmente é o chefe da máfia e que não é nenhum pouco o garotinho que me apaixonei quando mais nova. E quanto aquele celular toca, um Alan que me assustada um pouco surge.

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