Capítulo 16

“Celia Leins se destacou”.

Este era o nome da futura líder da moda, uma simples costureira, nada popular em Verlur. Mas no futuro, seria reconhecida como uma grande estilista. Como essa informação era pública nos jornais, foi fácil encontrá-la. Diannel pensou que a costureira a rejeitaria por ser bastarda, mas em seu lugar, admirou sua beleza e disse que faria um vestido inesquecível.

—Uau — expressou Giovanni — Minha senhora... você realmente parece linda.

—Está tudo pronto? — perguntou Diannel.

—Ah... sim, minha senhora. Por enquanto, tudo parece estar indo bem na sala principal. Cada guarda tem um olho nos nobres suspeitos e nos servos.

—Entendido. No momento em que alguém que trabalha na casa falar demais com um nobre, deve ser arrastado para fora da sala.

—Minha senhora —Susan a deteve por um momento—, pegue sua máscara.

—Obrigada —Diannel colocou cuidadosamente a máscara— Maydi, chame meu esposo.

—Sim, minha senhora.

Quase todos os convidados estavam na sala, o horário marcado já havia passado. Mais pessoas chegaram ao castelo pitoresco com luzes e enfeites do lado de fora. O interior não era diferente, tecidos brancos pendurados nos tetos junto com flores frescas que deixavam cair suas pétalas. As mesas redondas brilhavam com o prateado e no centro delas havia rosas de cores diferentes em cada mesa. E tudo isso era o que Carmina tinha planejado para o festival de inverno em seu ducado.

Quando a princesa de Arank recebeu o convite do ducado de Verlur, pensou que fosse uma carta de desculpas. Mas logo notou o branco, as flores e a máscara decorada na carta. Embora as máscaras não fizessem parte de seu plano, o branco e as flores faziam.

—Essa maldita! —Carmina lançou um vaso no chão, assustando suas criadas — Como ela pôde saber?! Essa bastarda roubou minha ideia?!

—Minha querida — entrou sua babá, a Sra. Alba Sanler —, o que está fazendo? Esse não é o comportamento de uma princesa duquesa.

—Nana! — Carmina chorou, apesar de ser um pouco mais velha — Essa bastarda fará sua festa com o tema que eu havia planejado! Não entendo como ela pôde saber! — Gritou alto — Mantive isso em segredo, comprei as coisas sem que ninguém soubesse! Tudo ia ser uma surpresa e ela arruinou tudo!

—Minha querida, é impossível que ela soubesse. Ela não tem como saber, ela está longe...

— Por que o tema dela é igual ao meu?! Ela já enviou os convites, o festival dela acontecerá antes do meu! E se eu fizer tudo como havia planejado, vão dizer que copiei!

— Minha criança, nós investigaremos como a informação vazou, mas por agora recomponha-se. Essa atitude que você está tendo só dá a vitória para sua inimiga.

— Você está certa... —Carmina já não gritava, mas seu rosto não demonstrava serenidade — se ela soube do meu tema, aposto que sabe como eu me pareço... deve haver um espião aqui!

Obviamente, não havia espião entre as pessoas de Carmina, pelo menos não de Diannel. Mas a raiva que sentia a fez duvidar das pessoas que a acompanharam desde a infância, como suas serviçais.

—Vocês! Somente vocês me acompanharam aos salões e me ajudaram com toda a papelada!

—Princesa Carmina, nós a acompanhamos sempre... —tentaram se defender.

—Não me venham com isso, malditas traidoras! —Carmina atacou ambas, imploraram ajuda, mas nenhuma criada se moveu— Quanto essa bastarda lhes pagou para roubar o assunto em que trabalhei por um ano inteiro?! É meu esforço, somente meu! E agora ela ficará com tudo!

Carmina era conhecida como uma beleza inocente e um pouco coquete. Seus cabelos ruivos e olhos verdes a destacavam como uma autêntica princesa ducal. Tinha mais experiência na sociedade do que os outros, sabia como conquistar a apreciação dos demais. Seu rosto sempre mostrava feições delicadas e gestos belos. Mas naquele dia, diante de suas damas, um convite deformou aquelas feições. Ela pareceu tão aterrorizante gritando com seus lábios vermelhos, seus olhos verdes escuros, havia linhas nada elegantes quando franzia a testa e não podia evitar cuspir ao gritar.

- Não pode ser! - Carmina cobriu a boca - Nana me viu\, me viu feia e horrível! - e chorou nos braços da senhora Alba - Vão contar a todos que sou feia!

-Isso não vai acontecer, minha filha", Alba a tranquilizou. Nenhum deles vai falar.

As donzelas foram arrastadas para a morte. E elas nunca pararam de gritar que não trairiam sua princesa Carmina pelo bastardo que elas haviam provocado por tantos anos.

Minha menina", Alba começou a falar diretamente com ele, "você não pode deixá-lo vencer assim. Você deve ofuscar aquele rato em sua própria festa. Use o vestido que estava planejando usar no seu festival.

-Não posso! -Carmina se desesperou - Eu trabalhei demais nesse vestido!

Você não pode usá-lo em seu festival. Branco e flores são agora o tema desse rato.

-Mas não há tempo... Nana... Eu planejei o alvo e as flores por um ano inteiro. Estava tudo pronto e agora acontece que ela fará o mesmo!

-O que é esse escândalo?

—Irmão!

Vladimir passou as duas semanas pensando no diário e em tudo o que estava escrito nele. Ele entendeu o motivo pelo qual Carmina o escondeu, mas longe de compreendê-la, ele a odiou ainda mais. A relação entre os dois irmãos estava completamente acabada.

—Você acusa uma duquesa de roubar sua ideia? Com certeza ela estava mais ocupada com seu festival do que pensando em você. Além disso, a segurança do nosso castelo é inquebrável, se você diz que há espiões, é como se estivesse zombando do meu trabalho.

—Não! Irmão, não foi isso que eu disse, é apenas que...

—Eu disse ao padre que o festival de inverno era demais para você. Alguém mais pensou o mesmo que você e apenas teve a sorte de que seu festival fosse antes do seu. Deixa que um acaso te rebaixe a esse nível?

—Jovem duque — interveio Alba — se me permite...

—Não te permito nada, Alba, e já te disse que não queria te ver. Ao contrário de você, eu não tinha fé em alguém como ela. Então, fiz alguns preparativos para o festival caso falhasse. E não errei. Branco e flores? Aceito que o branco é uma estranha coincidência, mas flores? Tivemos o inverno, não a primavera.

—Eu já sabia, mas eu queria...

—Você queria incomodá-la e isso quase comprometeu a reputação da nossa família.

Carmina não conseguiu dizer mais nada, teve que desistir do planejamento do festival. Seu irmão mais velho se retirou depois de adverti-la a se comportar. Ele não aguentava mais aquele tom de ódio.

—Você não se parece em nada com nossa mãe, Carmina.

A princesa de Arank explodiu assim que seu irmão saiu, gritou, chorou, quebrou tudo ao seu redor enquanto amaldiçoava Diannel. Embora já tivesse perdido sua chance de fazer o festival de inverno, seguiu o conselho de sua babá: ofuscar sua irmã em seu próprio festival. E como tinha planejado, para outra noite que nunca acontecerá, Carmina usou seu vestido branco com rosas vermelhas, penteou seu cabelo em um meio rabo de cavalo, a máscara era branca, mas com rosas vermelhas nas laterais.

"O vermelho se destaca, eu me destaco. Sou a futura imperatriz escolhida pelo príncipe herdeiro. E no final, Diannel não passa de uma bastarda suja e esta noite deixarei isso bem claro."

- O jovem duque Vladimir Terry Arank e a princesa Carmina Alí Arank!

Os comentários enaltecendo os irmãos não pararam, afinal Carmina estava certa: o vermelho se destaca. Logo a princesa de Arank foi cercada por seus conhecidos que elogiavam sua beleza e vestido. Embora tenha doído da forma rude com que seu irmão a largou para ir para outro lado.

- Não há dúvidas de que ninguém poderá ofusca-la. Nem mesmo aquela bastarda poderá igualar seu nível.

- Sem dúvida\, ela roubou a atenção de todos. Não consigo imaginar a vergonha que aquela bastarda sentirá quando aparecer.

—Por favor, meninas — falou Carmina, mostrando-se gentil —, ela ainda é minha irmã e, mesmo assim, merece uma saudação cortês.

—Que gentil, princesa Carmina.

"Exatamente, eu sou melhor, mais bonita, elegante e nobre! Sou amada pelo príncipe herdeiro! Você vai pagar por me tirar meu irmão e juro que não terei piedade em destruir meus esforços".

—Eu me pergunto a que horas minha irmã descerá — disse Carmina — Nem mesmo o duque fez presença — e sorriu triunfalmente.

Carmina não sabia por que a morte do duque Verlur não havia sido anunciada. Ela tentou entrar em contato com Mera e Aylin, mas com o castelo fechado, não podia fazer nada. O ideal seria informar o príncipe herdeiro sobre a perda de contato com seus espiões. Mas ela não queria preocupá-lo, para ela, seu cunhado bastardo estava morto e sua tonta meia-irmã não poderia fazer nada. Nem o isolamento do castelo, a atitude de Diannel, o diário que roubou e a continuação do festival levantaram suspeitas. Porque ela ainda mantinha esse pensamento sobre a duquesa bastarda:

"Ela é estúpida, não será capaz de fazer nada além de se esconder. Não devo me preocupar com nada, tenho certeza de que tudo dará certo. Porque não podem esconder a morte do duque". Inconscientemente, a segurança de Carmina foi embora quando ela lembrou das palavras de Diannel:

- Por que meu marido não deveria estar bem?

Não, ela é muito boba e está sob o meu poder enquanto eu lhe der algum afeto. Sempre foi assim, Diannel é como um cachorro horrível que suportaria chutes desde que eu não a abandonasse. Ela não tem mais ninguém no mundo além de mim. Ela mesma disse isso várias vezes.

- Desculpe\, irmã! Juro que nunca mais vou decepcioná-la! Mas\, por favor\, não me abandone!

"Patética até o final, Diannel. Mesmo sendo uma duquesa e amada loucamente por um homem poderoso, você ainda é minha mascote. Você está condenada a beijar o chão por onde eu caminho, acariciar as feridas que eu te causar e chorar de alegria quando eu disser que te amo".

Carmina continuou conversando enquanto pensava no príncipe herdeiro. Mas essa fantasia foi interrompida quando anunciaram a entrada dos duques de Verlur. E as damas não faltaram em comentar como a duquesa bastarda havia perdido o protagonismo, sem dúvida alguma.

"Entrem o duque Oliver Hanz Verlur e a Duquesa Diannel Uma Verlur!"

A expressão sorridente de Carmina desapareceu junto com o brilho que a fazia se destacar entre todos. Mas não foi porque anunciaram um homem que ela acreditava estar morto, mas porque a opacaram.

—Não pode ser... —sussurrou Carmina, totalmente incrédula.

Diannel entrou, acompanhada pelo suposto marido, ambos vestindo branco e usando máscaras. Mas foi ela quem chamou mais atenção da maioria: seu vestido branco parecia leve e mágico ao brilhar como estrelas, os bordados rosas reluziam como se os fios fossem jóias. A beleza da duquesa de Verlur corou os rostos de muitos homens ao verem seu decote e seus ombros, embora em seguida se perdessem em seus cabelos negros sedosos.

Quem ofuscou a anfitriã de Verlur? Ninguém, porque ninguém brilhava e parecia tão ousado e sedutor quanto ela.

Seu andar gracioso, seu olhar para frente e seu sorriso orgulhoso deixaram todos sem palavras. Não havia nenhum traço do bastardo submisso nessa mulher. E isso foi percebido por outros que olhavam para o duque, um homem que já deveria estar morto, de acordo com o último relatório de seus espiões desaparecidos.

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