Capítulo 5

Uma parte dela queria deixar o ducado e seguir o caminho da ruína assim que a noite chegasse. Entretanto, Diannel estava consciente da necessidade de manter o ducado funcionando a fim de conseguir uma nova vida e a oportunidade de se vingar de todos com suas próprias mãos.

A duquesa ordenou que outras empregadas a ajudassem a se vestir. Foi aí que notou que a mensagem não havia chegado a todas, pois uma delas, Mera, não demorou a feri-la com a agulha. Em resposta, Diannel pegou o pulso da empregada que a machucou, pegou a agulha e a espetou em seu olho sem hesitar.

Um grito horrível ecoou pelo quarto e as outras empregadas se afastaram horrorizadas. Um criado preocupado entrou para investigar o tumulto e socorreu Mera, que estava com o olho sangrando. Ele olhou para a duquesa bastarda com a agulha em sua mão, mas não pôde dizer nada devido às ordens de sua senhora:

—"Leve-a para as masmorras. Ela ousou me ferir. Ela deveria estar agradecida por eu ter apenas espetado seu olho. Ainda poderá ver o suficiente para continuar trabalhando."

O criado não quis discutir, pois sabia que o duque a puniria por isso assim que chegasse. Esse incidente fez Diannel lembrar da primeira vez que reclamou com Oliver depois de ter sido perfurada com agulhas. Foi a primeira e a última vez:

— A duquesa se movia demais, começou a reclamar de tudo o que faziamos e até nos ameaçou a cortar nossos pescoços se falhassemos. — disse, há algum tempo atrás, a mesma criada do olho ferido para o duque enquanto derramava algumas lágrimas e tremia: Mera —. Acredito que ela fez isso propositalmente... — e as outras criadas apenas confirmaram tais confissões falsas.

Por conta dessa mentira, seu esposo disse que ela deveria se comportar. Isso fez com que Mera enfiase ainda mais agulhas em seu corpo até que a dor se tornou tão familiar que ela nem pensou em reclamar novamente. Ela chacoalhou a cabeça para deixar para trás tal lembrança e concentrou-se no presente. Quando o criado partiu com a torta, Diannel ordenou que as outras criadas continuassem cuidando dela.

— Aylin não removeu o lenço da boca, não é? — disse Diannel.

— Não... ela não-não o removeu, duquesa — a gagueira das criadas foi agradável para Diannel, que soltou um sorriso sutil.

— E assim vai continuar até que eu decida que possa ser cuspido — "a soberba me encaixa tão bem." — Aylin deveria me agradecer por isso. Se ela encontra prazer em cheirar as camisas do meu esposo, ter o lenço em sua boca deve ser um sonho se tornando realidade.

Posso ter a reputação de uma mulher ciumenta e malvada, mas não me importo. Fico bastante satisfeita por nenhuma delas ousar me tocar. Na verdade, eu quero arrancar os olhos dessas empregadas cada vez que sinto suas mãos. É repugnante que toquem minha pele.

Depois de tanto tempo, Diannel vestia luxos como uma verdadeira duquesa. Mas agora, sua beleza era algo que ela não tinha tempo para admirar. Seus olhos observavam o caminho onde o ducado Verlur seria sua fonte de renda para sua vingança e futuro.

Todos os funcionários se preparavam para receber o duque e seus cavaleiros. Diannel saiu para a entrada principal para receber seu marido. Lá ela viu Aylin ainda com um lenço na boca e desarrumada. Seu cabelo estava bagunçado pelos puxões, arranhões em volta da boca e as lágrimas não foram apagadas de seu rosto.

"Você certamente quer chamar a atenção do meu marido e fazer com que ele me repreenda. Mas ele não estará em condições de te defender de mim. Ninguém escapará de mim... ninguém".

Os cavalos foram vistos ao longe, avançando tão rápido que preocupou os outros. Logo eles chegaram à entrada da mansão, mas antes de serem cumprimentados, alguém assustou todos.

"Joseph!" - Gritou apressado o 1º comandante da guarnição de cavaleiros do ducado Verlur: Sir Cristian Marco Donovien - "É uma tragédia, Sua Excelência está morrendo!"

"É um veneno lento para evitar a busca imediata pelo culpado. Foi uma vantagem para chamar um padre, mas o resultado não foi bom".

—Sir Cristian, leve o duque para o seu quarto —Diannel falou alto e claro —. Lola, chame o médico e Joseph, apresse-se em chamar um padre.

—Acho que um padre é demais...

"Eu fiquei paralisada com a notícia. Ignoraram a minha presença e Joseph deu a ordem sem me levar em consideração. Sou consciente de que não havia tempo para perguntar nada à duquesa bastarda. No entanto, o mordomo e a chefe das serviçais nunca me consideraram e, por não ter o respeito deles, deram liberdade aos serviçais para me tratar como quiserem".

—Joseph —"não me pisoteiem novamente" — Como ousa questionar as minhas ordens? Chame um padre do templo e, se eles tentarem evitá-lo ou recusar-se, lembre-os de quem é o duque que tem a força para proteger os templos. Essa sua boca se atreveu a me responder, então espero que possa responder dessa forma tão soberba ao Templo em nome de Sua Excelência.

—Duquesa... —o mordomo ficou assombrado com tal tom da mulher que considerava muito fraca para o inverno do ducado—. Lamento a minha má conduta. Vou imediatamente ao templo para solicitar um padre.

—Bem, sir Cristian, envie uma escolta com o mordomo. Os demais... Certifiquem-se de que nada disso saia do castelo!

Foi uma boa ideia aproveitar este incidente para demonstrar minha posição e poder. O melhor de tudo é que ninguém escapará de seus castigos. Vou cobrar de cada um deles.

Eu não dobrei minha ordem, Aylin - com apenas aquele olhar, Aylin soube que passaria muito mal se cuspir aquele lenço. Ela apertou o vestido com raiva ao sentir-se incapaz de desobedecer, abaixando a cabeça.

Sem perder mais tempo, Sir Cristian e outros cavaleiros levantaram a maca onde o duque estava. Cuidadosamente, eles seguiram para o quarto do senhor. Diannel os seguiu atrás junto com algumas servas e outros cavaleiros. Logo após, Lola apareceu com o médico.

Eu não entendo... - Sir Cristian tinha o rosto demacrado e chocado por não ter protegido seu senhor - ele estava...

Sir Cristian - falou Diannel firmemente -, não é o lugar nem o momento para falar. Assim que o duque estiver melhor, todos falarão sobre como ele terminou nesta situação aos olhos de seus próprios cavaleiros e comandantes.

"Destacar um erro seu foi suficiente para colocá-lo em silêncio. Mas isso será apenas por agora, devo fazer com que os outros comandantes me obedeçam em nome do duque".

O médico confirmou a presença de um veneno desconhecido. Mas a duquesa o conhecia: Verikel, lento, mortal e incurável. O processo de fabricação era difícil e longo. O simples fato de consegui-lo era impossível e, portanto, apenas os criadores o conheciam.

Diannel recordou o médico que descobriu o antídoto algum tempo depois, o qual se tornou ainda mais popular por suas façanhas. Essa pessoa era necessária para seus planos, mas localizá-la não seria fácil. Nem mesmo no futuro se soube seu nome completo ou de onde ele vinha.

"O veneno ganhará grande popularidade por conta do que aconteceu hoje e suas duas futuras vítimas. Ainda não decidi se usarei essa informação ou não, meus planos requerem que não me envolva tanto com essas duas pessoas. Mas o médico, ah...ele já é maravilhoso, por isso devo trazê-lo para o meu lado."

Os pensamentos de Diannel fizeram-na esquecer-se de fingir que estava chorando. Alguns não esperavam vê-la tão fria diante do estado do duque, pois sabiam que ela lutava tanto por sua atenção. Quando todos os subordinados já estavam em lágrimas, Joseph chegou com o sacerdote que relutava em acompanhá-lo.

"Por que devo atender alguém do Ducado dos Bastardos?" - ele era jovem e um pouco descuidado ao dizer isso em voz alta no castelo do próprio duque.

"Os sacerdotes são tão iguais: ignorantes e hipócritas. Para eles, o casamento, linhagem, lealdade e família são importantes. Por isso nós, os bastardos, somos o produto do pecado graças ao Templo."

O padre não disse mais nada quando chegou ao quarto do duque, pois foi recebido pela nova Diannel. Ao contrário do passado, ela não se abalou com os insultos típicos de uma pessoa de fé. Já tinha uma vida inteira acostumada a eles. Não perdeu tempo e o alertou:

—Para melhorar seu estado de espírito, pense que você não deve salvar um bastardo, mas sim ao homem que defende seus templos de ouro.

—Como se atreve? —expressou-se o padre surpreso e um pouco irritado.

—Se o duque não se recuperar —ela colocou uma expressão de tristeza fingida— Acha que teremos tempo de ajudá-lo? Muitos cobiçam Verlur, todos estaremos ocupados defendendo essas terras das víboras e sangue-sugas para pensar em vocês.

"Tente responder isso e então eu vou dispensá-lo".

Elias, o jovem padre, guardou silêncio e reprimiu sua raiva. Sabia que a dama diante dele não mentia com sua inocente advertência. Os Verlur protegem os templos de bandidos ou durante as guerras. Por isso, os padres têm sido respeitosos e obedientes a eles. Mas essa obediência foi embora quando um bastardo se tornou a cabeça do ducado.

"Devo deixá-lo fazer? Há um momento eu estava pensando em fugir do templo", pensou Elias. O jovem sacerdote não queria complicar as coisas, menos por seus problemas. Procedeu a ser obediente e respeitoso, desculpou-se com a duquesa e começou a revisar o duque. Assim como o médico, surpreendeu-se por não conhecer o veneno. Sua revisão demorou menos ao usar seu poder divino, aquela luz branca e sutil que saía de suas rezas em outra língua. Finalmente, conseguiu descobrir o que o veneno fazia com o corpo do duque.

Este veneno ... não sei que tipo será, mas ... - engoliu saliva por nervosismo - está destruindo os órgãos do duque lentamente. Não posso curá-lo com o poder divino.

Mas o que está dizendo?! - Sir Cristian cuspiu furioso para o sacerdote - Simplesmente não quer curá-lo, não é mesmo?!

Não estou mentindo! Tirar o veneno de seu corpo imediatamente provocaria a morte do duque.

É possível fazer algo mais? - perguntou Diannel tranquila para acalmar o ambiente tenso.

Só há uma coisa a ser feita, duquesa. Posso fazer uma capa ao redor de todo o corpo do duque que extraia o veneno de forma segura até que não sobra nem um pouco. Mas há um problema: é um método tardio.

Quanto tempo? - embora Diannel já soubesse a resposta.

Só posso dizer que não levará mais de um ano. Talvez oito, nove ou até onze meses.

"Nessa época, em não mais que um ano, meus inimigos estarão completamente destruídos e eu irei para onde ninguém possa me alcançar: a Cidade Livre de Dareinka, a cidade dos sonhos".

Diannel conseguiu esconder seu sorriso diante desse futuro e imediatamente ordenou ao jovem sacerdote que continuasse com esse tratamento e, sobretudo, que fechasse a boca sobre isso no templo. Ela prometeu que falaria com os sacerdotes mais tarde. Ela não perguntou seu nome, embora dias depois, ela soubesse seu nome e o teria ao seu lado ao conhecer o glorioso futuro que aguardava Elías Lombert. No entanto, ainda havia muito tempo para chegar a esse momento.

Assim que o manto de poder divino foi concluído, Diannel começou a acomodar as coisas no castelo conforme sua conveniência. Primeiro, ela demitiu o jovem sacerdote. Ela sabia que ele diria tudo para o Sumo Sacerdote, mas isso não a incomodava, ela queria que ele soubesse que seu plano de matar o duque de Verlur havia falhado completamente graças a ela, a Duquesa Bastarda.

Fechem o castelo - disse sem rodeios, recebendo o olhar incrédulo dos criados e cavaleiros - Chamem os outros comandantes, só eu, Joseph, Lola, o médico e o senhor Cristian podemos entrar na sala do duque. Qualquer outra pessoa está proibida - quando notou que os outros queriam dizer algo, Diannel calou-os - O duque sofreu uma tentativa de assassinato em uma expedição secreta, é óbvio que há um espião no castelo! - e ela sabia quem era - Ninguém entra e sai do castelo! - ordenou firmemente a Duquesa de Verlur. E todos obedeceram, não por lealdade, mas porque sabiam que ela tinha razão.

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Marcia Ramalho Mecias

Marcia Ramalho Mecias

bom demais

2023-06-26

0

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