A casa de praia

Capítulo 17

- Se vai levar só isso?

- Mas é só dois dias... – ela respondeu toda sem graça.

- Eu sei, estou só enchendo o saco seu. – ele brincou.

- Como conseguiu as chaves da casa? – ela indagou ao entrar no carro dele.

- Ah, eu pedi pra minha mãe se podia ir lá pra tirar umas fotos. – ele sorriu que nem criança.

Ela balançou a cabeça concordando.

- Espero que não sejamos pegos por lá.

- Relaxa, ninguém vai lá assim sem avisar.

Havia passado o dia anterior trabalhando e tentando colocar as coisas em ordem, e como Charles sugeriu em ir ao local do casamento, pois ajudaria em conseguir organizar sem problemas. Só tinha aquela semana pra deixar tudo certo antes de começar a mandar as coisas tudo para a casa de praia.

Não dormiram juntos naquela noite, pois teve que arrumar suas coisas para irem cedo para New Port. Mesmo sabendo que era uma viagem de apenas duas horas, ainda estava desconfortável com aquilo tudo.

Estava sentindo-se leve e confiante de que tudo daria certo dessa vez. Estavam se conhecendo e os momentos que passavam juntos era tão maravilhoso que não queria que acabasse nunca.

Ele ligou o rádio para distrair um pouco, e no meio do caminho parou para abastecer o carro , enquanto ela ia ao banheiro. Quando voltou Charles estava no celular, parecia bravo e quando a viu disfarçou guardando o celular.

- Seu pai de novo?

- Sim.

- Por que não fala com ele?

- Já disse, ele é um idiota. – ele falou colocando o bico de volta no gancho. – Eu tirei umas fotos da namorada dele, mas na época eles ainda não namoravam.

- E são fotos...comprometedoras?

Ele deu uma balançada na cabeça.

- Mais ou menos.

- Então por que ele quer as fotos?

- Ele não quer que minha mãe saiba disso.

- Não entendi.

Ele suspirou.

- Olha, depois eu te conto. Vamos voltar para a estrada. – ele falou entrando no carro.

Novamente na estrada, Ficaram em silêncio por alguns minutos, era muito agonizante pra ficar sem se falarem durante o caminho.

- Seus pais se dão bem depois do divórcio?

- Sim. Pelo menos eu acho, não vejo eles brigando.

- Seu pai se dá bem com suas irmãs?

Ele a olhou de relance.

- Sim. O problema é só comigo mesmo. – ele contou. – Muita coisa aconteceu depois do divórcio deles... Coisas que não deveria ter acontecido.

- Se quiser contar estou aqui. – ela sorriu.

- Não vai querer saber.

- Por que?

- É desagradável.

- Gosto de ouvir coisas desagradáveis.

- Não gosta não. – ele debochou fazendo a rir. – Eu não gosto de ouvir coisas desagradáveis.

- Certo. Quando quiser contar estarei aqui.

Ela colocou uma música e acabou que cantarolando dentro do carro até chegarem na cidade. Estava ansiosa em chegar logo na casa, queria realmente conhecer o local e saber se era mesmo o que haviam dito há ela.

Charles não demorou muito para chegar na casa assim que entrou na cidade. Ele parou em frente a um portão grande de ferro, pelo jeito a propriedade era particular, ele abriu o portão com um controle e entrou por um caminho pequeno de terra e parou o carro em frente a casa.

Aparentemente parecia uma casa simples e ficou admirando o local, enquanto desciam e Charles retirava a mochila e sua pequena mala.

- Não sabia que era um lugar... Particular.

- Pois é, meu padrasto herdou esse lugar da mãe.

- Ele tem filhos?

- Um filho. Ele não é muito de aparecer aqui.

- Ah que bom.

Ele deu uma risada.

- Está com medo de sermos pegos?

- Ninguém sabe que a gente se conheceu antes disso... Do casamento. – ela se envergonhou andando ao lado dele. – E vamos manter esse segredo...

- Está com medo?

- Não sei qual seria a reação da sua mãe.

- Ela ia adorar.

- Como sabe?

Ele a encarou e abriu a porta que tinha alarme.

- Ela queria me jogar para você esses dias.

- Sério?

- Sim.

- Nossa, que lugar encantador! - ela exclamou ao entrarem na casa e ver o hall e a sala, foi até a janela enorme de vidro onde podia ver a vista. – A praia também é particular?

- Sim. Só as casas aqui ao lado tem direito a praia... – ele contou. – Tem o lado bom que ninguém enche o saco.

- Da pra fazer o casamento na praia?

- Quer conhecer o local, aí você vê aonde seria melhor.

- Certo.

Charles a guiou pela casa, a sala era grande e muito bem equipada, a sala de jantar era composta com uma mesa grande que caberia uma família de quinze pessoas e a cozinha era planejada em tom azul – que achou lindo – e foram para fora, a área de fora já dava direto por uma escada que ia até a praia.

- Uau! Gostei...

- Aqui não tem muita coisa não. Vamos, vou mostrar o andar de cima. – ele falou entrando para dentro. – Tem uma jacuzzi.

- Se está brincando?

- Estou falando sério, nunca entrei... Pois fica no quarto principal.

- Isso explica por que nunca usou.

- Mas podemos usar ... Hoje. – ele falou dando uma piscadela, ao subirem pela escada. – Vamos aproveitar.

- Não vão achar ruim?

- Acho que não. A faxineira vai vir aqui semana que vem. – ele falou abrindo a porta do quarto principal e já deu pra vê a jacuzzi no deque.

- Aí não acredito! – ela falou toda boba ao se aproximar da porta janela. – Meu Deus!!

Ele riu, abriu a porta para o deck todo amadeirado. Era a coisa mais linda que já vira. Ficou boquiaberta com que via, só sentiu os braços de Charles em seu ombro.

- Podemos aproveitar... Estamos sozinhos... E fazer sexo pela casa toda.

- É só um dia. Não tem como fazer...

- Ah qual é... Já sei, vamos fazer o seu ensaio aqui. – ele se afastou.

- Você trouxe o seu equipamento?

- Claro, não sai do meu carro.

- É sério?

- Não deixo o meu equipamento no Studio... Custa caro sabia. – ele contou e sorriu malicioso. – O que acha?

Ela fez careta.

- Quer mesmo fazer um ensaio aqui?

- É perfeito! Vou buscar as coisas, enquanto você liga essa coisa aí... – ele falou já saindo e deixado a sozinha.

Paola olhou para a jacuzzi e sorriu.

Nunca me vi antes fazendo planos com ninguém e, de repente, estou fazendo tudo isso com Charles. Nunca me senti assim por ninguém. Com ele, tenho vontade de fazer planos todos os dias, de imaginar nosso futuro juntos...

Quanto mais tempo passamos juntos vejo mais dele em mim, e de mim nele. Estamos trocando experiências, acrescentando na vida um do outro e fazendo a diferença de alguma forma. Espero não perder a sensação de borboletas no estômago ao ouvir a sua voz.

Ligou a jacuzzi e procurou por produtos que estavam ali num armário, estava jogando na banheira quando ele apareceu.

- Conseguiu?

- Sim. Quer uma ajuda aí? – ela parou o que fazia, até perceber que ele franziu as sobrancelhas. – O que foi?

- Nada.

- Você está pensando coisas inapropriadas. – ela falou levantando, já que estava numa posição de quatro.

Ele sorriu.

- Como sabe?

- Sua cara não esconde. – ela falou ao se aproximar e deu um tapa de leve na cara dele. – Está ficando muito safado.

Ele gargalhou e a segurou pela cintura, sem pensar duas vezes a beijou.

- Você me deixa assim.

- Sei.

- Vamos, se não vou acabar não fazendo o ensaio. – ele se afastou. – Quer ir se arrumar, enquanto monto isso.

Paola toda sorridente entrou para dentro e perguntou.

- Que roupa eu uso?

- O que você achar melhor. Se quiser ficar nua também...

- Vai colocar na internet?

Ele fez careta.

- Eu tenho cara que vou expor suas fotos nuas na internet. – ele falou meio bravo. – Você é minha agora.

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