Assanhado

Capítulo 16

Charles estava se segurando para não rir e juntou as coisas o mais rápido que pode antes de se despedir da amiga. Quando estavam chegando no carro ele sorria.

- O que foi?

- Ela estava dando em cima de mim?

- Não. Ela chama todo mundo desse jeito.

- Ah já estava pensando coisas.

- Tipo o quê? – ela indagou curiosa, ao entrar no carro.

Charles balançou a cabeça.

- Eu ia falar se vocês já... Sei lá...

- Você não vai dizer isso. – ela cortou. – Credo, nunca fiz isso na vida.

Ele gargalhou.

- É muito bom.

- Você já... Deixa quieto, não quero saber. – ela ficou nervosa. - para de rir.

- Fiz isso uma vez, acho que foi quando eu tinha uns vinte e dois.

- Eu não conseguiria fazer isso.

- Entendo. Mas só fiz por que elas eram amigas...

- Achei que eram prostitutas.

Ele riu e negou.

- Não saiu com prostitutas.

- Sei.

O assunto morreu ali, Charles parou o carro próximo do prédio e estavam para entrar quando ele parou e ficou olhando para alguém e ficou sério de repente.

- Charles... O que foi?

- Nada.

Ele balançou a cabeça e entraram no prédio. Assim que entraram no apartamento ele foi direto para a janela e resmungou mexendo no celular.

- Tem certeza que não é nada?

- Que droga!

Ele andava agora pelo apartamento enquanto mexia no celular e foi então que percebeu que ele ligava para alguém.

- Já falei para parar de ficar insistindo com isso... Já apaguei as malditas fotos... – ele parou. – Ela está me seguindo... Não me interessa, dá um jeito. – ele suspirou. – Eu estou falando sério, não fala comigo... Está escutando, você pode fazer o que quiser da sua vida, que não estou nem aí... Só me deixa em paz.

E foi aí que ele desligou e viu que estava completamente confusa. O assunto pareceu sério e claro que estava curiosa em saber o que estava se passando.

- Está tudo bem?

- Desculpa por isso. É o meu pai de novo... – ele contou.

- Ele está aqui? – ela indagou indo até a janela.

- Não. É a namorada dele...

- Agora fiquei confusa, por que a namorada dele está aqui?

- Vamos mudar de assunto. Depois eu te conto... – ele disse se aproximando e a beijou. – Vamos aproveitar essa noite.

Ela assentiu, mesmo querendo entender o que se passava na vida dele. Por que a implicância com o pai? Porque a namorada do pai o seguia? Havia tanta coisa na sua cabeça do que estava acontecendo, e gostaria de entender.

- Acho melhor a gente comer primeiro. – ela disse se afastando um pouco. – Minha amiga é uma ótima cozinheira.

- Se você está dizendo.

- Confie em mim. – ela sorriu e começou a tirar as coisas de dentro da sacola. – Sabe, andei pensando nessa casa de praia se tem espaço para montar uma tenda.

Ele assentiu tirando pratos do armário.

- Sim, não muito grande. Mas dá pra montar algo lá... Se quiser podemos ir nesse fim de semana lá. – ele sugeriu.

- É sério?

- Seria mais sensato você ir antes ver o local para planejar.

- Vai fazer o que amanhã?

- Trabalhar.

- Podíamos ir amanhã. O que acha?

Ele franziu o cenho.

- Tenho que fazer algumas coisas... Acho que na quinta feira daria certo.

- Certo. Então vamos na quinta cedo e voltamos a noite.

- Ah não... Vamos dormir lá e aproveitar a praia. – ele falou dando uma piscadela. – Fazer sexo na areia.

- Você não gosta de praia.

- Eu gosto de sexo. Se tiver, esqueço até que odeio a praia. – ele falou sem tirar os olhos de cima dela que acabou rindo. – Só peço para não deixar chupões no meu pescoço.

- O que?

Ele mostrou o pescoço.

- Desculpa.

- Eu não ligo, mas fica mal para os meus clientes. Sabe como é né... – ele falou. – Mas pode deixar em outras partes do corpo.

- Charles...

Ambos riu, mas ficou sem graça. Sentaram e se serviram da comida de sua amiga e Charles concordou que sua amiga cozinhava bem.

- Ficou realmente feio. – ela falou sem graça. – Posso passar maquiagem aí...

- Não esquenta. Eu nem havia notado até meu pai falar. – ele contou fazendo careta.

- Aí seu pai viu? – ela resmungou envergonhada.

Ele riu.

- Relaxa... Vamos brincar um pouco. – ele a puxou para perto. – Pode fazer isso... Eu gosto. – e a beijou.

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