Capítulo 10
- Quero esse tipo de flores. – ela falou para o vendedor da floricultura.
- Mas você sabe que é impossível pedir isso muito em cima.
- Eu sei. Mas preciso realmente dessa. – ela insistiu. – Orquídea branca para o buquê e as Gypsofhila para alguns arranjos. E quero um arco.
O vendedor da floricultura a conhecia muito e sempre conseguia preços maravilhosos, mas naquele momento estava difícil de negociar já que o casamento era em pouco tempo para ter o tanto de flores e ainda precisava levar para outra cidade.
- Isso é impossível, Srta. Castilho.
- Por favor.
Ele hesitou.
- O arco seria com que tipo de flores?
- O que você sugere que combine com esses tons de flores?
- É difícil dizer. Mas sua cliente parece alguém muito simples. – ele falou andando pela estufa e olhando em volta. – Preciso saber mais sobre sua cliente.
- Ela é famosa... Espera só um minuto.
Paola abriu a bolsa e pegou o celular, sem pensar duas vezes ligou para Charles que atendeu logo.
- Oi.
- Oi. Está ocupado?
Ele hesitou.
- Não.
- Será que você pode me ajudar um pouquinho. – ela fez careta.
- Claro. Manda aí.
- Ah, estou numa floricultura tentando decidir qual flores sua irmã iria gostar. Você como fotógrafo e irmão da noiva poderia me dar uma... sugestão.
Ele deu uma risada do outro lado e ficou sem graça.
- Eu não entendo de flores. Ainda mais pelo telefone... Qual floricultura você está?
- No Lis Garden.
- Espera um pouco que vou aí para lhe ajudar, pode ser?
- Ok.
Assim que desligou o celular, sorriu para o senhor. João era o dono da floricultura junto com a mulher Lis e ambos já estavam acostumados em vê-la sempre.
- Eu chamei uma ajuda.
Sabia que podia fazer aquilo sozinha, mas tinha que arrumar desculpa para ver Charles, afinal ele havia se oferecido em ajudar com o casamento. Enquanto o esperava, aproveitou para ficar conversando com João sobre flores.
Charles chegou em vinte minutos e sorriu toda sem graça ao vê-lo. Estava bem diferente do que costumava vê-lo, estava todo despojado de calça cargo verde musgo, camiseta preta e tênis estilo vans. E só agora pode notar que ele tinha tatuagem no braço direto.
- Tudo bem?
- Sim. Desculpa se atrapalhei alguma coisa.
- Não me atrapalhou. O que você precisa?
- Escolhi orquídeas brancas para o buquê, Gypsofhila para os arranjos e não sei o que escolher para o arco.
Ele franziu o cenho.
- Vai ter arco?
- Sim. Alicia pediu um arco... Mas não sei o que fazer.
- Coloca orquídeas.
- É sério isso?
Ele deu de ombros e olhou em volta.
- São só flores, Paola.
- Se sabe que esse arco é onde eles vão fazer os votos do para todo sempre.
Charles hesitou e riu.
- Certo. O que o senhor sugeri? – se dirigiu a João.
- Como disse há Paola, não tenho orquídeas brancas suficientes para isso. Há não ser que queira mistura-las?
- Pode ser. Minha irmã não liga para isso...
- Desse jeito fica difícil organizar um casamento. Sua irmã não gosta de nada.
- Faz do seu jeito. O que estiver bom para você, ela vai gostar.
Paola assentiu.
- Então, vamos de... Essa aqui é linda. O senhor tem delas?
- Um pouco.
- OK.
- Essa aqui... Tem?
João sorriu assentindo.
- Está vendo estamos progredindo. – Charles falou e deu uma olhada no celular antes de colocar no bolso. – Quanto que precisa para fazer um arco?
- Depende do modelo.
- Pelos casamentos que fotografei não tem arcos grandiosos. Escolhe um com pouca flores, como já disse minha irmã é simples, minha mãe é tudo paz e amor.
Paola ficou boquiaberta.
- Eu deveria ter pedido ajuda a sua mãe então.
- Você queria me ver, que eu sei. – ele sorriu malicioso e deixando a toda envergonhada. – Vamos escolher logo essas flores e sair daqui.
Paola revirou os olhos e acabaram decidindo por uma flor de nome estranho. Deixou tudo certo com o dono da floricultura e saíram dali.
- Então, o que vai fazer agora?
- Vou terminar de ir atrás de outras coisas. E você?
- Eu só tenho uma sessão de fotos às... Seis e meia.
- Vai trabalhar até tarde.
Ele sorriu.
- Abri uma sessão... Ela trabalha demais.
- Eu não me decidi.
Ele franziu o cenho e balançou a cabeça.
- Ah não... Eu não vou marcar uma sessão pra você sem saber primeiro. – contou e olhou para o relógio de pulso. – Mas você pode ir lá no meu estúdio para ver.
- Ver o quê?
- A sessão de fotos.
- Ah... É sério?
- Aham.
- Se eu conseguir terminar o meu trabalho, darei uma passada por lá.
- Eu te passo o endereço.
- Tá bom. Eu já vou indo, obrigada pela... Ajuda.
- De nada.
Ela sorriu de orelha a orelha e se afastou. Se segurou o máximo que podia para não olhar para trás e ao chegar no seu carro deu uma conferida, mas Charles já havia sumido.
No dia anterior haviam passado a noite muito bem, e mesmo agora que estavam começando a se entender depois do fim de semana, ainda precisava de manter firme e não se jogar para cima dele novamente.
Mas Charles era tão irresistível, mesmo ele não sendo o tipo de homem que nunca daria atenção, agora estava sendo... Diferente.
Chegou na casa da sua cliente o mais rápido possível. Era quase quatro horas da tarde e havia combinado de se encontrar com a Sra. Martelli para discutir um pouco sobre o casamento – já que a Filha estava sempre ocupada – então teria que saber um pouco mais sobre o local.
Foi recebida com um abraço, o que a surpreendeu. A irmã de Charles estava na piscina sendo supervisionada pela babá.
- Conseguiu resolver sobre as flores? – A Sra. Martelli perguntou ao chegar na mesa do jardim.
- Sim.
- Alicia gosta de desafiar as pessoas. Agora entendo por que Charles fica louco com isso... De ela apressar as coisas.
Ela sorriu ao ouvir o nome dele.
- Bem, vou ter que dar um jeito.
- Casamento não é fácil de organizar ainda mais em menos de duas semanas.
- Pois é. Estou fazendo o impossível...
A Sra. Martelli assentindo sorrindo e percebeu que havia cartas na mesa, lembrou de Charles dizer que a mãe dele era de paz e amor. Será que ela vinha de família cigana?
- Sente-se. Estava treinando... – ela disse juntando as cartas e notou que a mãe dele também tinha tatuagens nos braços. – Você quer saber como é o local do casamento?
- Sim. Seria mais fácil para organizar.
- Eu tenho fotos. Quer ver?
- Claro.
A Sra. Martelli se afastou indo para dentro da casa e notou que o jardim era encantador e bem cuidado. Observou a irmã dele na piscina e não pôde deixar de sorrir, ela se divertia com as boias.
- Está aqui... O Charles que revelou algumas que tiramos lá da última vez e ficaram perfeitas. – ela falou ao voltar e entregou um álbum.
- Obrigada.
Realmente o lugar era incrível. E faria o seu melhor para que aquele casamento saísse perfeito. Não se conteve em sorrir para cada foto, uma em especial ao ver Charles com as irmãs sentadas numa rocha.
- Lindo lugar!
- Sim.
- Será que seria possível eu ir para lá uns dois dias antes para conseguir organizar tudo?
- Claro que pode, mas vai precisar ir com alguém. – ela falou e sorriu. – Se quiser, peço para meu filho lhe acompanhar.
- Ah... Não precisa. – ela tentou não dar muito na cara que conhecia o filho dela. – Acho que sei...
- Nada disso. Charles te leva, o trabalho dele é mais flexível e pode te levar sem problemas.
- Não queria incomodar... Mas aceito se ele quiser.
A Sra. Martelli sorriu.
- Você acredita na lei da atração?
- Ah, essa coisa de destino?
- Não. Posso ler cartas para você?
Paola hesitou sem tirar os olhos dela que embaralhava as cartas.
- Claro.
- Ótimo. Faça uma pergunta?
- Ah, sobre o meu emprego.
A Sra. Martelli colocou três cartas sobre a mesa. Tentou prestar atenção, mas não sabia de nada daquilo, observou que ela virou a primeira carta e olhá-la, virou a segunda e a terceira.
- Bem... Eu já havia lido isso alguns dias atrás. – ela contou encarando.
- E o que isso significa?
- Sobre o seu trabalho você vai ter sucesso, mas não no momento... Tem que seguir sua intuição. – ela sorriu juntando as cartas. – Outra pergunta?
Ela hesitou.
- Eu encontrarei um amor?
Observou-a colocar as cartas na mesa e virou uma por uma.
- Você já encontrou um amor, só não sabe como resolver por questões pessoais e seguir sua intuição novamente.
- Apenas isso?
- Eu acho que já li isso esses dias. – a Sra. Martelli a ignorou. – Ah, já sei. Li para o Charles e deu exatamente isso. Estranho, muito estranho.
Paola franziu o cenho.
- O que isso significa?
- Uma coincidência?
- Ainda bem que não acredito muito nisso. – ela debochou fazendo a mulher ficar séria. – Desculpa.
- Não tem problema. Charles também não acredita, mas me deixa ler as cartas para ele.
- Faz isso há muito tempo?
- Há dois anos. Minha mãe costumava ler cartas, mas nunca parei para pensar como isso é bom. – ela sorriu. – Foi por causa das cartas que conheci o meu atual marido.
- Hum, interessante.
- Você está decepcionada com o amor?
- Não. Quero dizer, terminei um relacionamento há algumas semanas... Então a probabilidade de ter achado o meu amor está errada.
- As cartas nunca mentem. Como disse, siga sua intuição...
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Fatima Matos
ele está caidinho por você garota
2025-04-09
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