Capítulo 3
Estava dando o retoque final em sua maquiagem simples, porém profissional. Não queria causar muita coisa, afinal estava indo trabalhar. Havia entrado na área de organizadora de casamentos há uns sete meses e só agora ela estava liberada para fazer tudo sozinha, havia feito um ótimo trabalho no fim de semana.
Apesar da noite de sábado ter sido a pior coisa que aconteceu, não iria esquecer de ter acordado na cama de um estranho, havia comprado até uma pílula do dia seguinte para se garantir com a relação. Estava muito abalada e pra completar precisava dar um jeito de arrumar um chaveiro para o seu carro, não iria se encontrar com aquele cara.
- Paola quer uma carona? – Luíza perguntou aos gritos, já que ela está no banheiro e sua amiga na cozinha.
- Claro que quero.
- Então vamos, não posso me atrasar.
- Ok.
Naquele dia havia escolhido usar calça jeans modelo mom, blusa branca e um blazer preto, e um tênis ALL star pra completar o look. Tinha costume de usar sempre calçados confortáveis para ir trabalhar, odiava salto alto.
Luíza a deixou na agência e foi para o trabalho, chegou lá por volta das oito horas e quase não tinha muito o que fazer, a não ser que alguém queira sua ajuda para organizar algo.
Assim que se sentou em sua pequena mesa, sua chefe chegou toda sorridente.
- Bom dia!
- Bom dia!
- Conseguiu entregar o casamento hein.
Ela sorriu.
- Sim.
- Isso é ótimo. Acho que a Júlia vai precisar da sua ajuda com o evento de um jantar beneficente.
- Ah, seria ótimo.
- Certo. Vou avisar ela. – sua chefe falou antes de sair.
Passou a maior parte da manhã ocupada. Deu uma olhada em algumas fotos que o fotógrafo havia mandado há ela colocar no site e ficou feliz por quase todas. Depois foi falar com Júlia sobre o evento que aconteceria em uma semana, ela estava atolada e pelas exigências que a pessoa pediu estava atrapalhando um pouco.
- E se você colocar alguns vasos de suculentas nas mesas? – indagou. – Eles querem flores pelo local.
- Acho meio brega.
- Mas foram eles que pediram. Suculentas são bonitas.
- Paola... Posso falar com você um minuto. – sua chefe apareceu interrompendo.
- Claro.
Paola assentiu e seguiu sua chefe até a sala dela, acabou sentando numa cadeira por ordem dela.
- Acabei de receber uma ligação da Sra. Martelli querendo nos contratar para organizar o casamento da família. – sua chefe pausou. – Ela presenciou o casamento de Lílian e Carlos e amou o que você fez.
Paola quis dar um grande sorriso, mas se controlou.
- Sério?
- Sim. Quer organizar outro casamento?
- Seria maravilhoso, Sra. Muniz.
- Certo. Vou lhe passar o contato e você já pode começar. – sua chefe falou enquanto anotava o contato da cliente. – Meus parabéns, Paola.
- Obrigada.
- Pode deixar que vou ver quem eu coloco pra ajudar Júlia.
- Se quiser posso auxiliar a Júlia...
- Não precisa.
Sem pestanejar, sorriu concordando e saiu da sala toda feliz. Assim que entrou em sua sala decidiu ligar para a cliente para combinar de se encontrarem para poder anotar algumas coisas.
- Sra. Martelli...aqui é a Paola Castilho da Muniz Eventos.
- Sim.
- Estou entrando em contato para saber se podemos marcar uma hora pra gente estar conversando.
- Ah sim... Estou disponível amanhã cedo.
- Claro. Quer se encontrar em um lugar específico?
- Pode vir a minha casa por favor... Tenho uma filha especial e não posso estar saindo de casa. – uma pausa. – Vou vê se consigo falar com a minha filha.
- Ok.
Depois de anotar o endereço sorriu toda feliz. Agora sim, só de saber que seu trabalho estava sendo reconhecido, ficava feliz demais com isso. Anotou algumas coisas que precisava repassar para sua cliente sobre como eles trabalhavam e saiu do escritório eram quase seis e quinze da tarde.
Teve que pegar um ônibus para ir embora, já que estava sem carro. Teria que resolver esse problema o quanto antes se não tivesse como fazer o seu trabalho, ia precisar se locomover muito agora que tinha um casamento para organizar.
Na manhã seguinte acordou toda disposta, se arrumou como sempre e saiu de casa. Havia marcado com sua cliente às dez horas da manhã e tinha que mostrar que era pontual e competente. Chegou na casa da cliente, faltavam dois minutos para dez e foi atendida por uma mulher num estilo bem hippie.
- Bom dia!
- Bom dia, sou a Paola Castilho da agência.
- Ah, entre querida. Sou a Suzanne Martelli... Prazer em conhecê-la, Srta. Castilho.
- O prazer é todo meu, Sra. Martelli.
Suzanne sorriu.
- Venha, vamos conversar lá no jardim. Minha filha mais nova está lendo...e gosto de acompanhá-la de perto.
Paola não disse nada, apenas assentiu. A casa parecia muito simples por fora, mas por dentro era um encanto. Praticamente tudo planejado e com uma decoração muito simples, tirando os quadros de mal gosto achou tudo muito bonito. Assim que chegaram no jardim, pôde ver a filha dela junto com uma moça e sorriu ao ver que realmente era uma filha especial.
Amou o jardim assim que colocou os pés, tinha uma piscina de um lado e do outro lado, estava tipo uma área coberta com mesa e cadeiras.
- Essa é minha filha mais nova, Greta. Querida, essa é Paola, a moça que vai organizar o casamento da sua irmã.
- Olá, Greta.
- Olá.
- Senta aí, se sinta à vontade meu bem.
Paola assentiu sentando e já foi tirando sua agenda de dentro da bolsa, quando se deu conta que Greta havia se aproximado e estava a olhando.
- Greta...
Ela sorriu ao ver a mãe chamá-la.
- Você é muito bonita.
- Obrigada. Você também é muito bonita.
Greta assentiu e se afastou.
- Então, a sua filha vai vir pra conversar a respeito do que ela...vai querer?
- Ela disse que hoje não pode estar vindo, mas podemos combinar amanhã novamente que ela vai estar desocupada. – a Sra. Martelli respondeu. – Ela anda ocupada com a gravação... A única coisa que ela pediu foi que o casamento seria pequeno e simples.
- Certo. Aqui estão os orçamentos que a agência oferece e se caso precise de algo que seja fora, pode ser pedido mas com pagamento à parte. – ela entregou um papel. – Pode ler a vontade e amanhã posso estar retornando pra discutir sobre o que ela quer.
- O casamento de Lilian estava muito bonito e organizado, por isso pedi que fosse você.
- Fico feliz que tenha gostado. Eu fiz do jeito que a Lilian pediu...
- Vou mostrar há ela e amanhã podemos prosseguir com tudo. – a Sra. Martelli falou e notou que ela olhava para o outro lado. – Meu filho... Chegou.
- Charles... – Greta gritou e meio que saiu correndo.
Paola observou a garota dando um abraço no homem que acabava de chegar e conforme aproximaram pode notar que o conhecia de algum lugar. Oh meu Deus! Era ele, o cara com quem ela havia ido pra cama no fim de semana.
Tentou se esconder vai que ele a reconhecesse, iria ficar tão mal por isso. E para completar estava pra trabalhar para aquela família. Será que isso era um sinal espiritual?
Mesmo querendo se encolher não deu muito certo, a mulher cumprimentou o filho e depois se dirigiu há ela e teve que mostrar o rosto.
- Essa é Paola Castilho, a moça da agência que vai organizar o casamento... E esse é o meu filho Charles.
Ele a encarou por alguns segundos e certeza que lembrava dela só pelo olhar e o sorriso que veio em seguida.
- Muito prazer, srta. Castilho.
- Ah, muito prazer.
- Sente-se querido, o que trás aqui?
- Eu vim só buscar uma coisa. – ele falou ainda de pé. – Tenho coisas pra fazer, então não posso ficar muito aqui...
- Está certo.
- Eu acho que já vou indo. Amanhã eu volto e converso com sua filha melhor... Você pode estar passando o contato dela assim fica mais fácil a comunicação sobre tudo. – ela interrompeu se levantando.
- Claro. Melhor do que ficar conversando comigo.
- Ok. Muito obrigada, Sra. Martelli.
- Querido, pode acompanhar a Paola até lá na frente por favor... – ela pediu olhando para a filha.
- Claro.
Se despediram e assim que começou a andar de volta para dentro da casa, sentiu suas pernas bambas e o coração palpitou bastante, sabia que ele havia a reconhecido, mas pelo menos poderia pedir a chave do seu carro de volta.
Estavam alcançando a porta da frente quando ele decidiu abrir a boca.
- O mundo é mesmo pequeno. – ele sorriu. – Achei que nunca a veria novamente.
- Muito obrigada por me acompanhar. – tentou não falar sobre aquilo.
- Está tentando fugir... novamente. – Ele insistiu ao abrir a porta. – Não precisa fugir, você vai organizar o casamento da minha irmã e nós veremos mais vezes...
- Eu não quero confusão. – disse, engoliu em seco e o encarou. – Vamos esquecer o que aconteceu... Estávamos bêbados e não vai se repetir.
Ele sorriu sorrateiramente.
- Ok. Podemos combinar de se encontrar há uma hora dessas...um café ou almoço?
- Acabei de dizer que não vou...
- Eu só quero devolver a chave do seu carro.
Paola abriu a boca surpresa e envergonhada, então assentiu.
- Seria ótimo.
- Ok. Até mais...
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Atualizado até capítulo 47
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