Pai de Charles

Capítulo 15

Tudo na vida tem um preço. E ele estava pagando por isso, mesmo que tivesse que manter algo com ele pro resto da vida. Estava tentando seguir em frente, mas estava reprimindo suas emoções como sua mãe dizia.

Quando seu pai lhe mandou mensagem querendo saber sobre o casamento de Alicia e se podiam ir juntos atrás de trajes para a ocasião, não pode deixar de responder com um não. Mas se arrependeu por isso, estava tranquilo no seu estúdio quase próximo do almoço quando seu mãe lhe ligou dizendo para se encontrar com seu pai e meio que ficou bravo por seu pai ter a audácia de falar com sua mãe para conseguir as coisas com ele.

Ao parar o carro próximo ao local que combinou com seu pai, era um lugar bem sossegado, ia apenas almoçar e nada mais. Ainda bem que estava usando calça jeans, camisa polo e tênis ALL star, ele sabia que seu pai odiava em vê-lo vestido que nem um adolescente – igual Alicia, quando estava brava – e adorava irritá-lo por isso.

Foi bem atendido por uma garçonete e sentou- se sem tirar os óculos escuros, resolveu mexer no celular. Havia mensagem de Paola querendo saber se a irmã dele não tinha outro contato, estava para responder quando viu seu pai chegando.

- Oi.

- Oi.

- Tudo bem?

- Estou sim. Obrigado por perguntar. – ele tentou não ser sarcástico.

Seu pai se sentou e tirou os óculos escuros, ele usava roupas sociais quase o tempo todo e era por esse motivo que odiava usar aquele tipo de roupa, ficava parecendo ele em quase tudo.

- Já pediu alguma coisa?

- Não.

Seu pai chamou o garçom e fizeram o pedido, pediu uma bebida, enquanto aguardavam pela comida.

- Tem algo para me contar?

- Não.

- Quero falar da sua irmã.

- Qual delas?

- Alicia está para casar, o que você pensa a respeito disso?

Ele deu de ombros e finalmente tirou os óculos escuros.

- Deixa eu te explicar uma coisa. O que eu penso a respeito não é da sua conta. – ele falou. – Alicia tem trinta anos e sabe o que faz da vida dela.

- Tem sorte por estarmos em público, Charles.

Ele sorriu em deboche.

- Não sei por que insisti em falar comigo.

- Por que você é o único que tem raiva de mim. – seu pai falou ríspido. – Será que dá pra esquecer tudo aquilo e seguir em frente.

Ele ia responder, mas foram interrompidos pelo garçom que trouxe a comida.

- Eu estou seguindo com a minha vida, e você que insisti em falar comigo.

- Você sabe do que estou falando. Não se faz de sonso, Charles. Sua mãe casou de novo e eu estou bem com a Gabriela.

- Que bom pra você.

- Então para de bancar o garoto mimado.

- É sério isso? Você traiu a minha mãe por anos.

- Já não estávamos bem. Queria que ficasse com a sua mãe...

- Não me interessa, deveria ter sido honesto. – ele resmungou e seu celular tocou. Era Paola. – Não sei por que continuo a discutir isso.

- Sabe que quero ficar em paz com vocês.

Ele deu uma risadinha.

- Eu não.

E novamente seu celular tocou.

- Não vai atender?

Charles ficou sério e resolveu atender.

- Oi.

- Oi. Está ocupado?

- Estou almoçando com o idiota do meu pai. – ele falou fazendo deboche.

- Não pode falar o que pensa na frente do seu pai, Charles.

- Ele não está nem aí. Quer uma ajuda em algo?

- Sim, sua irmã não atende e tentei falar com sua mãe... Mas parece que ninguém quer me atender.

- Eu atendi. O que você precisa?

- Infelizmente isso é só com sua irmã. Pode falar pra ela entrar em contato comigo. – ela suspirou. – Agradeço se você conseguir.

- Está bem. Vou ver o que faço, até mais tarde.

- Até mais tarde.

Charles desligou o celular e mandou mensagem a sua irmã.

- Será que você consegui o contato da cerimonialista?

- Pra quê?

- Quero conversar com ela ou ele.

- A mamãe já está acertando tudo.

- Só quero ajudar.

- Há um minuto atrás estava achando um absurdo com o casamento e agora está interessado em ajudar.

- Dá pra parar com isso.

- É simples, não tenta se aproximar.

Seu pai suspirou e assentiu.

- Você não gostando ou não de mim, ainda sou seu pai.

- Infelizmente.

- Você consegui o contato?

- Pedi pra mamãe.

- Sabe que ela não vai querer ajuda.

- Então ajuda com outra coisa. Por exemplo, paga o vestido da sua filha.

Seu pai assentiu.

- OK.

- Então já terminamos?

Silêncio.

- Será que você pode... Me enviar aquelas fotos.

- Que fotos?

- Você sabe do que estou falando.

Charles franziu o cenho, respondeu.

- Eu apaguei.

- Está mentindo.

- Eu já disse que apaguei. – ele rangeu. – Não precisa se preocupar.

- Sabe, achei que você ia fazer algo sensato uma vez na vida. – seu pai falou. – Espero que um dia você saiba o que é amar uma pessoa...

- Não quero sermão.

- Ela sabe disso?

- Ela quem?

- A mulher com quem você está saindo? – seu pai fez um gesto no pescoço. – E sério, que você deixa fazer isso?

Ele sorriu malicioso.

- Vai dizer que nunca levou um chupão. – ele provocou.

- Vê se cresce, Charles.

- Então, para de ficar bancando o pai sabe tudo. – ele resmungou. – Não sou um adolescente.

- Eu sei disso.

- Ainda bem que você sabe... E a sua namorada também. – ele falou levantando e tirando notas do bolso. – Valeu pelo almoço... Papai.

Charles colocou os óculos escuros e se afastou, estava chegando no carro quando seu celular apitou, era Paola agradecendo por mensagem.

- Olha a sumida.

Paola sorriu para Luiza ao entrar em casa, ela fazia algo na cozinha, pois o cheiro estava maravilhoso.

Havia passado a maior parte do dia ocupada tentando resolver tudo para outra semana e agora estava se envolvendo com Charles tudo iria ficar complicado, poderia não conseguir fazer as coisas há tempo.

- Preciso de um banho.

- Está sem tomar banho? – Luiza indagou fazendo careta.

- Eu tomei... Mas não do jeito que gosto de tomar.

- Faz como eu, carrego meu itens num pote pequeno.

- Você faz isso?

- Sim. Mas valeu a pena pelo menos?

Paola franziu o cenho, respondeu.

- Ah sim... Sem sombra de dúvida.

- Quem diria, dormir com o cara que achou que tinha sido abusada.

- Aí não me lembre disso.

- Aposto que ele é o tipo de cara que gosta de mulheres safadas.

- Você lembra...dele?

- Impossível não lembrar. É lindo demais... Alto e loiro de olhos verdes.

Ela suspirou colocando a bolsa no balcão.

- Ele é exatamente isso. Acho que vou fazer um ensaio... Sensual.

- Ohhh pera aí. Está falando sério?

- Sim. Ele quer que eu faça... – ela contou mexendo no celular e mostrar as fotos. – Fiz algumas esses dias e gostei.

- Ele é bom. E você está... Linda.

- E olha que nem me produzi nesse dia. Mas quando eu for fazer o ensaio vou me produzir...

- Hum... Estou gostando desse cara. – Luiza falou entregando o celular. – Seus olhos até brilha.

- Até esqueci o Jared.

Luiza sorriu.

- Vai jantar comigo?

- Sim. Vou só tomar banho e já volto.

Paola tomou um banho e lavou o cabelo novamente, secou o como de costume e se vestiu, decidiu por um vestido simples e ajudou sua amiga na cozinha.

Estava se servindo quando seu celular tocou. Era Charles.

- Oi.

- Oi. O que faz de bom?

- Minha amiga fez uma janta maravilhosa e estou indo comer.

- E nem me convida?

- Ah, achei que estivesse ocupado.

- Desci aqui... Estou na frente do seu prédio. – ele disse, por fim.

- É sério?

- Sim.

Paola foi até a janela e viu o na calçada segurando o celular.

- Já vou descer.

Desligou e sorriu. Desceu quase que correndo e ao abrir a porta da frente do prédio ele sorriu.

- O que faz aqui?

- Vim te ver.

Ao ficarem próximos ele não pensou duas vezes e a beijou.

- Sua amiga está aí ne?

- Sim.

- Vamos pro meu apartamento. – ele a convidou.

- Não quer subir e conhecer minha amiga.

- Não quero incomodar.

- Luiza é gente boa. – ela o puxou pela mão. – Vamos, assim eu pego minhas coisas...

Charles hesitou e deixou ser levado – o que achou engraçado – mas não se importou em ser puxado por ela. Assim que entrou no seu apartamento Luiza estava no balcão comendo enquanto assistia a tv e ficou sem graça com a visita.

- Lu, esse é o Charles... E Charles essa a Luiza.

- Prazer em conhecê-la.

- O prazer é todo meu. – Luiza falou. – Servido?

- Não obrigado.

Paola sorriu e fez um gesto com a cabeça para acompanha-la, entraram no quarto e pegou sua bolsa, enquanto ele observava o quarto.

- E só vocês duas que moram aqui?

- Sim.

- Seu ex namorado dormia aqui?

Ela parou o que fazia e o encarou.

- Às vezes. Por que?

- Nada não.

- Eu e a Lu não temos problemas com isso. Ela respeita o meu espaço e eu respeito o dela. – contou. – Se quiser, podemos ficar aqui.

- Acho melhor não. O meu apartamento é melhor... Para brincar. – ele falou malicioso e se aproximou da penteadeira. – O que é isso?

Paola sorriu toda sem graça. Era uma foto dela com Luiza e ambas estavam sujas de bolo.

- Isso foi de um aniversário meu... De três anos atrás. – ela fez careta. – Eu estava loira nessa época.

Ele sorriu.

- o que aconteceu?

- Luiza fez uma festa surpresa e meio que jogaram o bolo em mim.. acho que estava fazendo um discurso e ela meio que queria que eu calasse a boca. – ela contou ao lembrar e rir. – Foi divertido.

- Você fica melhor morena.

- Todo mundo diz isso. – ela fez careta. – Eu gostava de ser loira. Pronto, agora podemos ir.

Ele assentiu e a seguiu até a cozinha. Onde começou a pegar potes.

- Eu vou levar um pouco dessa sua comida, amiga.

- Pode levar, vai sobrar mesmo. – Luiza já estava indo sentar no sofá levando o notebook. – Vou trabalhar.

- Está fazendo home office?

- Quero ser promovida. – Luiza sorriu. – Fica a vontade viu... Gato.

- Luiza...

- Desculpa.

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