O convite

Capítulo 4

Ela apenas assentiu e andou toda sem jeito, pois sabia que ele estava a observando se afastar. Estava se sentindo enjoada, não lembrava o que havia acontecido naquela noite e isso a deixava desconfortável. E pelo jeito ele lembrava de muita coisa, estava agindo tão naturalmente.

Pediu um Uber e chegou no escritório, precisava ver algumas coisas antes de começar a sugerir algo para sua nova cliente. Passou a tarde toda pesquisando e quase não parou pra comer. Chegou em casa quase às seis horas da tarde, tomou banho e saiu do quarto com seu pijama quando sua amiga chegou.

- Vou fazer um macarrão, o que acha? – ela sugeriu.

- Ótimo.

Luíza concordou colocando a bolsa no sofá e com a mania de sempre tirou o calçado jogando num canto.

- Como foi seu dia?

- Bem. E a sua nova cliente?

- Ah não a conheci, quero dizer conheci a mãe da noiva que a propósito é mãe do cara que está com a chave do meu carro.

Luíza a encarou.

- Como é que é?

- E isso mesmo.

- Não é possível. – Luíza indagou chocada.

Ela assentiu preocupada.

- Nem eu estou acreditando. Mas não posso recusar o trabalho... – ela encolheu os ombros. – Isso é um sinal?

- Foi uma pergunta?

Paola fez careta e assentiu.

- Não sei o que fazer... Ele lembrou de mim, e teve a audácia de me convidar para um café ou almoço.

- Uau!! E você aceitou?

- Quero a chave do meu carro.

- Hum...

Depois daquele assunto, terminou a janta enquanto sua amiga foi tomar banho. A vantagem de ter uma companheira de apartamento era que podia cozinhar, o que gostava de fazer nas suas horas vagas.

Ambas jantaram numa conversa amigável sobre trabalho e depois cada uma foi para seu quarto e ao deitar pensou em Charles.

 

Na manhã seguinte levantou-se assustada como se tivesse acordado atrasada, mas ao olhar para o celular viu que nem seu despertador havia apitado ainda. Havia demorado para dormir, estava com sua mente focada em tentar lembrar do fim de semana com o homem desconhecido que não era mais um desconhecido. Bufou, levantando da cama e indo tomar banho, já que sua amiga ainda estava dormindo. Se vestiu como sempre, calça jeans, uma blusinha básica e uma jaqueta jeans, decidiu por uma bota de cano baixo com um pequeno salto. Prendeu o cabelo num coque e passou pouca maquiagem, estava saindo do seu quarto deu de encontro com sua amiga ainda de pijama.

- Bom dia!

- Bom dia... Já está pronta?

- Sim, acordei mais cedo... Quero rever minhas coisas. – meio que mentiu.

Luiza assentiu com cara de sono e foi para o banheiro. Sorriu e deu de ombros antes de ir para a cozinha, estava mexendo em alguma coisa quando se celular tocou, era um número desconhecido e deixou tocando enquanto fazia um café novamente o toque, o desconhecido insistia e resolveu atender.

- Alô!

- Achei que não iria me atender.

Paola franziu o cenho, confusa. Mas pela voz já deduziu quem era, mas a pergunta que não quer calar. Como ele conseguiu o seu número?

- Como conseguiu...

- Isso importa?

- Claro que importa. Um desconhecido me liga às sete e pouco da manhã e quer que fico como? – ela meio que surtou.

- Você é assim todas as manhãs? – ele a provocou.

- O que você quer?

- Só quero devolver a sua chave... Deve estar andando a pé.

- Por que está se importando com isso? – ela perguntou encostando no balcão.

Ele deu uma risadinha.

- Quero apenas ser gentil.

- Hum... Depois do que houve naquele dia...

- Esqueci aquele dia. Te convido para ir almoçar comigo hoje, o que acha?

Paola hesitou.

- Tenho um compromisso.

- Achei que estivesse organizando o casamento da minha irmã.

- Estou, mas isso não quer dizer... Quer saber, vamos almoçar hoje. – ela disse. – Assim você me devolve a chave do meu carro.

Ele deu uma risadinha.

- Certo. Te mando mensagem com horário e local, tá bom pra você?

- Ok.

Assim que desligou, suspirou e foi na hora que sua amiga apareceu.

- Com quem estava discutindo?

- Com o Charles.

Luiza fez careta não entendendo nada.

- O cara do fim de semana.

- Já trocaram número de telefone? – Luíza indagou debochada.

- Não. Ele pegou meu contato na casa da mãe dele... Enxerido.

Luiza riu.

- Por que está incomodada. Ele me pareceu um cara legal...

- Tenho vergonha do que... Aconteceu.

- Acha que ele vai querer... Novamente?

Paola revirou os olhos e assentiu.

- Está muito na cara, ele não quer só devolver as chaves do meu carro.

- Vai vê ele gostou realmente de você.

- Ele viu a versão Paola bêbada, não a versão...

- Certinha.

Paola franziu o cenho, negou.

- Não sou certinha.

- Então tá bom...

Luiza se afastou novamente dizendo que iria dar um último retoque na maquiagem e voltou para tomar o café. Ambos tomaram o café tranquilas e em seguida acabou pegando carona com Luiza até no meio do caminho.

Chegou em seu trabalho e foi direto para o seu escritório onde pode fazer algumas pesquisas para levar para sua cliente. Quando foi dez e pouco recebeu uma ligação da Sra. Martelli. Que sua filha havia escolhido e que poderiam conversar na hora do almoço e não soube dizer não. Charles que ficasse para outro dia.

Combinou de comparecer lá pelas onze e meia e não perdeu tempo em ir chamar um Uber, estava no meio do caminho quando seu celular tocou. Era ele, mas infelizmente não pude ignorar.

- Oi.

- Oi, mandei mensagem dizendo onde nós encontramos e você não respondeu.

- Ah... Desculpa, mas não vou poder almoçar com você hoje.

- Por quê?

- Tenho uma cliente... E vou almoçar com ela. – só então se deu conta que a cliente era a irmã dele.

- Ah... Me trocou pela minha irmã. – ele brincou.

- Sinto muito, minha cliente é mais... Importante.

- Entendo.

Silêncio.

- Mas tudo bem, podemos marcar amanhã então.

- Ah... Claro.

Assim que se despediu, guardou o celular na bolsa e viu que estava chegando na casa. Cinco minutos depois já estava na frente da casa e deu um suspiro quando bateu na porta. Logo foi atendida e pela babá da irmã de Charles, entrou e ao invés de ser levada para o jardim, foi para a sala de visitas.

Sorriu ao ver a Sra. Martelli toda a vontade, por incrível que pareça, ela não aparentava ter filhos adultos. Naquele dia ela usava um vestido floral cumprido e o cabelo estava trançado.

- Fiquei feliz de aceitar o meu convite para o almoço.

- Ah, eu agradeço pelo convite.

- Minha filha está quase chegando. Só assim para vocês discutirem sobre o casamento.

- Isso é muito bom. Quanto antes melhor...

- Sim.

- Ela me disse que decidiu pelo segundo pacote... Quer se sentar, fique à vontade. – a Sra. Martelli se enrolou, mas acabou sentando no sofá mais próximo. – Quer alguma coisa pra beber?

- Não, obrigada.

- Certo. Você é solteira?

Paola franziu o cenho, confusa e surpresa com a pergunta tão pessoal.

- Sim, por que a pergunta?

- Curiosidade. Uma moça tão bonita, solteira e que organiza casamentos.

- Na verdade, eu sou organizadora de qualquer evento. Mas casamento é o melhor para se organizar... Eu gosto dos arranjos e harmonia que trás.

- Perfeita colocação, apesar de estar no segundo casamento.

Paola sorriu e ia dizer algo mas ouviram alguém chegar. Ficou receosa em ser Charles, mas era a noiva. Finalmente pode conhecer alguém famoso e que suas amigas iriam se encantar em conhecê-la. Era um mundo tão pequeno que às vezes se surpreendia com tudo.

Se apresentou e sorriu por dentro para ver que ela era muito bonita, apesar da maquiagem muito bem feita pode notar que Charles não se parecia muito com as irmãs.

- Uau! Estou feliz de conhecê-la, minha mãe falou coisas boas de você.

- Ah, não precisava...se incomodar. – gaguejou sem graça. – A Sra. Martelli disse que quer um casamento simples.

Alicia sorriu e assentiu, mas a babá anunciou que o almoço estava pronto. Foram para a sala de jantar e achou o local muito bem organizado e ficou pensando: será que tinham mesmo tanto dinheiro? Afinal, todos eram tão simples e humildes.

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