Ágata e Antonella chegaram ao teatro, vestidas com elegância e cheias de expectativa. Elas se sentaram quase na frente, os olhos atentos ao redor. O plano de por "coincidência encontrar com Louis" estava em ação.
— Será mesmo que ele vem? — sussurrou Ágata para Antonella.
— Alexis me garantiu que ele estaria aqui essa noite. O pai dele irá se apresentar.
Ágata arregalou os olhos.
— O pai do Louis?
Antonella segurou o riso.
— Claro que não! O pai do Alexis, ele é um cantor famoso aqui na França.
Garçons passaram servindo champanhe, e Ágata suspirou ao ver as taças.
— Gastei todo o meu dinheiro para estar aqui.
— Pense nisso como um investimento. Alexis disse que ele sempre vem para esses tipos de eventos.— disse Antonella, pegando uma taça.
Enquanto isso, na parte de cima do teatro, Louis tomava sua bebida cara, apreciando o soprano com um olhar distante.
— Que coisa chata... — murmurou Ágata, entediada.
Duas senhoras ao lado delas lançaram olhares repreensivos. Antonella sorriu sem graça.
— Ela disse que eu sou chata, não o cantor!
Ágata a olhou, confusa.
— O que você tá dizendo?
— Isso aqui é coisa chique — sussurrou Antonella, tentando conter o riso.
Depois da apresentação, enquanto saíam do teatro, Ágata sentiu um arrepio ao ouvir uma voz familiar.
— Estou impressionado com o quanto frequentamos os mesmos lugares.
Ela se virou e encontrou Louis, charmoso como sempre.
Ágata abriu um sorriso tímido.
— Olá! Talvez porque nosso círculo social seja o mesmo.
— Acredito que sim. — disse Louis, educado.
Ágata engoliu em seco e tomou coragem.
— Louis, você... Quer dizer, senhor Beaumont... Não me telefonou depois da noite anterior.
— Sim, é verdade — ele concordou, sem parecer abalado. — Estive ocupado.
Ela respirou fundo. Era sua chance.
— Eu quero pedir desculpas pela noite anterior.
Louis ergueu a sobrancelha.
— O que fez para pedir desculpas?
— Eu me deitei com você.
— Somos dois adultos — ele disse, tranquilo. — Não vejo problema nenhum nisso.
Ágata baixou os olhos, fingindo constrangimento.
— Eu não sou esse tipo de mulher. Só estava tentando ser mais liberal... Mas, na verdade, sou muito conservadora e recatada.
Louis a observou com interesse.
— Não foi isso que me pareceu desde o dia em que nos conhecemos.
— Como lhe disse, tentei ser alguém que não sou.
Ele inclinou a cabeça, curioso.
— Interessante. Me conte mais.
— Sou tímida, gosto de livros, de ficar em casa... Meu pensamento sempre foi formar uma família.
Louis estreitou os olhos.
— Você pensa isso mesmo?
— Sim, senhor Beaumont — disse Ágata, suavemente. — O que acha de fazermos um piquenique? Algo simples, mas refinado.
Um sorriso discreto apareceu nos lábios dele.
— Já faz tempo que não vou a um piquenique. Acho que aceito.
— Pode ser naquele jardim próximo?
— Seria uma boa ideia.
Ele acenou para ela antes de sair, deixando Ágata com um misto de alívio e adrenalina. O jogo estava só começando.
Antonella se aproximou, ansiosa.
— O que falou com ele?
Ágata sorriu, satisfeita.
— Fingi ser uma garota refinada e recatada... e o convidei para um piquenique.
Os olhos de Antonella brilharam.
— Ótimo! Piquenique parece algo romântico e bem conservador.
Ágata suspirou.
— Espero que ele se encante por esse meu lado inocente.
Antonella soltou uma gargalhada.
— O que você menos tem é lado inocente!
As duas riram, cúmplices, enquanto caminhavam pelo teatro. O plano estava em andamento.
No outro dia pela manhã Ágata conseguiu colocar outra garota pra lhe substituir na lanchonete. Colocou um vestido de flores estilo romântico e um chapeu. Sentada no lindo jardim que tinha na cidade ela ajeitava seu chapéu e aguardava ansiosa pela presença de Louis. Em seus pensamentos ela dizia: Esses vestidos de flores não tem nada a ver comigo, esse chapeuzinho delicado muito menos, mas o que eu não faço pra me livrar da morte.
Depois de algumas horas Louis aparece segurando uma garrafa de licor importada, com um aspecto empolgado.
—Pensei que não viria. —Disse Ágata.
—Achei interessante o convite do piquenique. Trouxe licor.
Os dois ficaram se olhando por alguns segundos e depois Louis sentou ao lado de Agata.
Enquanto Ágata ajeitava o chapéu, tentando parecer o mais natural possível, Louis observava cada detalhe dela com um olhar curioso.
— Achei interessante o convite, por isso eu vim — disse ele, abrindo o licor com calma.
Ágata sorriu, pegando uma taça.
— Eu amo a natureza e esse ar puro que ela proporciona.
Louis ergueu a sobrancelha.
— Você gosta da natureza?
Ágata assentiu, segurando o copo com delicadeza.
— Amo tudo que envolve a natureza. Flores, o som dos pássaros... sempre sonhei com momentos assim, longe da agitação da cidade.
Louis a observou por alguns segundos antes de brindar com ela.
Do outro lado do parque, Antonella estava com o celular no ouvido, de olho nos dois.
— Alexis, o que você acha?
— Acho muito bom Louis sair de casa para um piquenique com sua amiga... sinal de que ele realmente se interessou por ela.
Antonella abriu um sorriso satisfeito.
— Então ela está com 70% do caminho andado?
— Diria que cinquenta por cento... Ou talvez menos. Louis é imprevisível.
Antonella continuou observando. De longe, viu quando Louis soltou uma risada genuína diante de algo que Ágata disse.
Ela sorriu.
— Acho que eles estão se dando bem...
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Atualizado até capítulo 23
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