Capítulo

Os carros milionários passavam discretamente pela rua reservada de Paris, onde acontecia a festa exclusiva da Área VIP 69. Luzes neon iluminavam a entrada da boate luxuosa, onde seguranças controlavam rigorosamente quem entrava.

No meio desse cenário de glamour e exclusividade, Ágata e Antonela desciam de um táxi, impecavelmente produzidas. Vestidos caríssimos – que não eram delas – maquiagem perfeita e uma postura que exalava confiança. Ou, pelo menos, tentava.

Ágata olhou para o reflexo em um dos vidros escuros da boate e sussurrou:

— Realmente parecemos supermodelos.

Antonela ajeitou os cabelos e sorriu.

— Agora vamos ver como conseguimos entrar.

Ágata cruzou os braços, observando os carros que chegavam.

— Pelo visto, só a elite mesmo. Olha esses carros…

As duas caminharam até a entrada e, antes que pudessem sequer pisar no tapete vermelho, foram paradas por três seguranças enormes.

— Quem são vocês? — perguntou um deles, de expressão impassível.

Antonela abriu um sorriso nervoso e começou a gaguejar.

— Vocês não sabem quem somos?

O segurança arqueou a sobrancelha e balançou a cabeça.

— Não. Apresentem seus documentos para conferirmos na lista de convidados.

Ágata respirou fundo e tentou entrar no papel.

— Somos modelos do Brasil. Até uma ofensa vocês não saberem quem somos.

Mas os seguranças não estavam impressionados.

— A boate se chama VIP 69, e aqui só frequenta a elite. Sabe quantas iguais a vocês tentam entrar só porque sabem que aqui tem milionários?

Ágata e Antonela trocaram olhares desesperados.

— Mas nós somos milionárias também, não precisa—

Antes que Ágata terminasse a frase, uma voz bem-humorada ecoou atrás delas.

— Não acredito que vocês não vão liberar minhas convidadas!

As duas se viraram, e ali estava Alexis Reibelle, sorridente. Ele era filho de um dos cantores de ópera mais famosos de Paris, e seu nome era conhecido por todos ali.

O segurança estreitou os olhos.

— Elas são suas convidadas, senhor Reibelle?

Alexis cruzou os braços com arrogância e assentiu.

— Claro que sim. São supermodelos internacionais e, nas minhas festas, faço questão da presença delas.

O segurança hesitou por um momento, mas logo se afastou e abriu caminho.

— Me desculpem, senhoritas. Não sabíamos que eram convidadas do senhor Reibelle.

Ágata lançou um olhar desconfiado para Antonela antes de virar a cara e entrar de braços dados com sua amiga.

— Vamos ver onde isso vai dar… — murmurou, enquanto atravessavam a entrada da boate mais exclusiva de Paris.

A VIP 69 era ainda mais luxuosa por dentro. Lustres de cristal brilhavam no teto alto, refletindo as luzes coloridas da boate. No centro, uma enorme pista de dança fervilhava com pessoas elegantes, enquanto garçons circulavam com taças de champanhe caríssimo.

Ágata e Antonela ficaram deslumbradas. Antonela, sempre mais desinibida, se inclinou para a amiga e sussurrou:

— Finge costume.

Ágata cruzou os braços e revirou os olhos.

— Quem não tá fingindo costume aqui é você.

Antes que Antonela pudesse responder, Alexis sorriu e abriu os braços.

— Sejam bem-vindas à VIP 69!

Antonela ainda parecia confusa com a atitude dele.

— Ficamos muito gratas, mas... ainda sem entender o que você fez.

Alexis deu de ombros.

— Aqueles seguranças são uns babacas. Não poderiam deixar duas mulheres lindas como vocês do lado de fora. Uma ruiva encantadora e uma morena com um quê de latina...

Antonela sorriu.

— Sou da Bolívia.

Ágata ajeitou os cabelos.

— E eu sou brasileira.

Alexis abriu um sorriso sedutor.

— Isso é maravilhoso. Duas belezas incomparáveis. Venham, vou pagar uma bebida para vocês.

As duas se entreolharam antes de seguir Alexis até um lounge exclusivo, com sofás de couro cinza e uma mesa de mármore repleta de garrafas caríssimas. Ele se acomodou e fez sinal para que elas se sentassem também.

Antonela pegou a taça e observou o líquido dourado.

— Essa bebida é meu salário de um mês.

Ágata riu discretamente, mas antes que pudessem continuar a conversa, um burburinho tomou conta da boate. O som da música parecia ter diminuído, e todos os olhares se voltaram para a entrada.

Um homem alto e de aparência imponente cruzava o salão com passos elegantes. Louis Beaumont. Seu terno impecável, a postura rígida e o olhar frio denunciavam que ele não era apenas um homem rico — ele exalava poder.

As mulheres sussurravam entre si, os homens murmuravam sobre sua presença. Ele raramente aparecia em eventos como aquele, o que tornava sua chegada um acontecimento.

Alexis se levantou do sofá num salto.

— Vou cumprimentar meu amigo.

Enquanto ele se afastava, Ágata olhou para Antonela, curiosa.

— Quem é esse?

Antonela sorriu e sussurrou:

— Pelo que sei, é um dos maiores herdeiros de Paris. Louis Beaumont. Ele é muito rico… Pode ser um investimento para você.

Ágata arregalou os olhos.

— Esse cara é muita coisa pra mim.

Antonela riu e piscou.

— Nada é impossível.

A festa continuava animada, mas para Louis Beaumont, tudo parecia uma repetição interminável.

Ele estava sentado num sofá de couro, segurando um copo de uísque, enquanto pessoas se aproximavam tentando puxar conversa. Suas respostas eram curtas, monótonas. Não estava ali para socializar, muito menos para alimentar expectativas de estranhos que queriam se aproximar por interesse.

Do outro lado do salão, Antonela e Ágata observavam.

— Esse homem não conversa com ninguém... — comentou Antonela, cruzando os braços.

Ágata mordeu o lábio inferior, analisando Louis.

— Eu vou arriscar.

Antonela arregalou os olhos.

— O que vai fazer?

Ágata ajeitou o decote e piscou.

— Vou lá falar com ele.

Sem esperar uma resposta, ela se afastou, deixando Antonela com um olhar divertido e curioso.

Ágata caminhou com confiança até Louis, mas ele sequer notou sua presença. Ou, se notou, ignorou completamente.

— Boa noite. Já nos falamos antes? — disse Ágata, forçando um tom casual.

Louis, sem desviar os olhos do copo, respondeu de maneira indiferente:

— Nunca a vi antes, senhorita.

Ágata respirou fundo, tentando não se intimidar. Ela se sentou ao lado dele e sorriu.

— Então, prazer. Me chamo Ágata Loares.

Louis, finalmente, olhou para ela por um breve segundo.

— Prazer em conhecê-la.

— Sou uma modelo internacional.

— Sim, aqui tem várias.

— Mas sou brasileira.

— Aqui também tem brasileiras.

Antes que ela pudesse responder, ele bebeu mais um gole de uísque e se levantou sem dizer mais nada, deixando Ágata plantada no sofá.

Do outro lado da boate, Alexis conversava animado com alguns amigos quando Louis se aproximou.

— Nada de diferente nessa festa, meu amigo. — Louis disse com um suspiro entediado.

Alexis franziu a testa.

— Cara, para com essa loucura. A festa está muito boa!

— Estou achando um tédio.

Alexis apontou discretamente para Ágata, que ainda estava sentada no sofá, visivelmente irritada.

— Está cheio de mulheres bonitas. Olha só aquela ruiva que foi falar com você.

Louis revirou os olhos e bebeu mais um gole.

— Modelo brasileira. E já sei por que veio falar comigo.

Alexis riu e deu um tapa leve no ombro do amigo.

— Aproveita só essa noite, não custa nada colocar o garoto aí embaixo em ação.

Louis soltou uma risada seca, balançou a cabeça e se afastou, deixando Alexis se divertindo sozinho.

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