Capítulo

Às seis da noite, Ágata, mais uma vez, estava impecavelmente vestida e decidiu retornar ao restaurante onde tinha visto Louis. Ela se sentou à mesa, pediu uma água e, enquanto tomava lentamente, olhava constantemente para o relógio.

Ela murmurou para si mesma:

— Esse homem com certeza não vai vir. Que vontade de fumar um cigarro...

Olhou para os lados, inquieta, e foi então que Louis apareceu, sempre muito bem vestido, entrando com uma confiança que atraía os olhares de todos ao redor. Ágata, ao vê-lo, levantou-se da cadeira. Louis a cumprimentou, com um sorriso.

— Desculpe pela demora.

— Não há problema — respondeu Ágata, tentando manter a compostura.

Louis se sentou à mesa e, logo depois, perguntou:

— Você pediu algo?

— Apenas uma água — respondeu Ágata.

Louis, curioso, perguntou:

— Eu sinto curiosidade de como é a vida de vocês, modelos. Estou achando que você tem tempo demais para uma modelo internacional.

Ágata tossiu um pouco, tomou um gole de água e respondeu, sem hesitar:

— É porque, como minha agenda estava cheia, eu quis aliviar um pouco e cortar alguns compromissos.

Louis assentiu, demonstrando interesse:

— Entendo. Você veio para a França para trabalho ou férias?

— Vim pelas férias — respondeu Ágata, tentando parecer mais relaxada.

— Ótimo — disse Louis, sorrindo levemente.

Ágata, em seus pensamentos, pensava:

— Preciso jogar meu charme para esse homem.

Os dois ficaram em silêncio por um instante, até que Ágata colocou sua mão sobre a de Louis, interrompendo a quietude:

— E você, o que faz nas horas vagas?

Louis retirou a mão, mantendo a compostura, e respondeu:

— Eu costumo ler.

Ágata, um pouco sem jeito, perguntou:

— O que costuma ler?

— Eu gosto de livros sobre economia, filosofia, ou coisas relacionadas a arte — respondeu Louis, sem perder o foco.

Ágata, com um sorriso curioso, disse:

— Você gosta de pinturas?

Louis respondeu com a mesma calma:

— Eu acho incrível pinturas de quadros.

Ágata abriu um leve sorriso e, com um tom sutil de orgulho, disse:

— Eu sou pintora nas horas vagas.

Louis, surpreso, respondeu:

— Mas que interessante! Você é modelo, joga tênis, começou a montar com nove meses e ainda por cima é pintora. Muitas coisas...

Ágata, com um olhar pensativo, disse:

— Eu nasci em uma familia muito refinada, então meu pai sempre fez questão de me ensinar tudo... dizem até que eu era uma criança superdotada.

Louis, atentamente, observou:

— Eu percebo isso. Me mostre um dos seus quadros. Você tem fotos?

Ágata sorriu e, com confiança, pegou o celular. Ela mostrou a Louis as fotos dos quadros que Heitor havia mandado, esperando causar uma boa impressão.

Louis olhou as fotos e disse:

— A senhorita pinta muito bem.

Ágata, com um sorriso ligeiramente satisfeito, perguntou:

— Quanto acha que valeria esses quadros?

Louis pensou por um momento, avaliando as imagens:

— Eu acho que eu pagaria uns trinta mil, por aí... depende muito. Está vendendo?

Ágata, com um brilho de esperança, disse:

— Eu penso em vender. Viver da arte e largar a vida de modelo.

Louis, com um sorriso ligeiramente enigmático, respondeu:

— Ótimo.

Ele fez um gesto e chamou o garçom, pedindo uma comida diferente para ambos. Em seguida, perguntou:

— O que você vai querer?

Ágata respondeu com um sorriso:

— O mesmo que você.

Depois de muito tempo de conversa, e Ágata fingindo ser alguém que não era, ela decidiu dar o próximo passo em sua estratégia e disse, com um olhar provocante:

— Alguma mulher já te disse que você é um homem atraente?

Ela mostrou sutilmente seu decote, deixando a conversa mais íntima. Louis, impassível, respondeu:

— Muitas mulheres me dizem isso.

Ágata abriu um leve sorriso, mas continuou provocante:

— Mas acho que, para você sair de sua mansão e vir para cá, já diz muito sobre o que acha de mim.

Louis, com uma expressão mais séria, disse:

— Talvez eu seja um homem gentil.

Ágata, ao ouvir a resposta, desfaz o sorriso, sentindo que a provocação não havia tido o efeito desejado.

Depois de uma longa conversa, Louis, sempre educado, ofereceu-se para levar Ágata para casa.

— Posso te deixar em casa — disse ele, abrindo a porta do carro para ela.

Ágata hesitou por um momento e depois respondeu:

— Estou hospedada em um hotel.

Louis deu de ombros e disse, com naturalidade:

— Não tem problema, te levo até lá.

Ela entrou no carro e, durante o trajeto, ficou observando-o com atenção. Louis dirigia com tranquilidade, mantendo a postura impecável. Ágata sentia a adrenalina subir à medida que se lembrava das palavras de Antonela ecoando em sua mente: Um milhão de euros.

Sem pensar muito, ela o puxou pelo colarinho da camisa, aproximando-se bruscamente. Com um olhar sedutor, sussurrou:

— Eu quero dormir na sua cama hoje.

Antes que ele pudesse responder, ela o beijou, intensamente.

Louis, pego de surpresa, hesitou por um instante, mas logo a afastou com firmeza.

— O que está fazendo? — perguntou, confuso.

Ágata, ainda próxima, respondeu sem rodeios:

— Estou indo para o ataque.

Louis ajeitou a camisa, soltando um suspiro de incredulidade.

— Qual ataque? É futebol isso aqui?

Ágata soltou um pequeno riso e tentou se recompor.

— Pensei que gostasse de mulheres com atitude.

Louis ficou em silêncio por alguns segundos, apenas observando-a.

— Fui exagerada agora? — perguntou Ágata, sentindo-se vulnerável por um momento.

Louis, então, abriu um leve sorriso de canto, aquele tipo de sorriso que não revelava totalmente seus pensamentos.

— Podemos ir para minha mansão.

Ágata abriu um sorriso vitorioso. Louis deu a partida no carro e, sem dizer mais nada, dirigiu rumo à sua mansão.

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