Capítulo

A festa continuava animada, mas para Ágata, tudo parecia um borrão. As luzes piscando, o som do jazz misturado ao murmúrio das conversas e o burburinho das taças de champanhe não conseguiam desviar sua atenção de uma única pessoa. Louis Beaumont. Seu olhar frio, sua postura distante, e a maneira como parecia sempre estar em outro lugar – isso tudo fazia com que Ágata quisesse entender mais sobre ele.

Antonela, ao lado dela, já começava a perceber o desalento no rosto da amiga. Sabia que Ágata estava prestes a desistir, mas ela não iria deixar isso acontecer sem dar uma última sugestão.

– Vai lá de novo, Ágata. Não custa tentar – disse Antonela, com um sorriso travesso. – Eu vou cuidar de uns assuntos aqui.

Ágata olhou para ela com um sorriso forçado, mas o olhar estava decidido. Ela já estava cansada de ver a festa à sua volta. Sabia o que precisava fazer para seguir em frente, e isso era lidar com Louis. Nada mais fazia sentido sem descobrir o que se passava por trás daquela fachada de homem frio e distante.

Ela se afastou de Antonela e foi em direção ao homem que, até então, parecia impossível de conquistar. Louis estava mais uma vez sozinho, em pé, com uma bebida na mão. A festa parecia tensa ao redor dele, como se todos os olhos estivessem esperando sua próxima ação. Ele era o tipo de homem que todos respeitavam, mas poucos conseguiam realmente alcançar.

– Prefere champanhe? – perguntou Ágata, com um sorriso, aproximando-se dele.

Louis levantou o olhar, ainda com o semblante fechado, mas o mínimo de atenção que ele lhe deu foi o suficiente para que ela sentisse uma faísca de esperança.

– Prefiro qualquer bebida – respondeu ele com um tom monótono.

Ágata se sentou ao lado dele, tentando se mostrar calma, mas por dentro, sentia uma leve ansiedade. Ele não estava nem aí para o que acontecia ao redor. Ele era um enigma.

– O que acha de descermos para dançar? – ela sugeriu, tentando mudar de assunto.

– Não curto muito dançar – Louis respondeu sem hesitar, olhando para frente.

– O que curte, então? – ela perguntou, sem desviar os olhos dele.

Louis virou-se lentamente para ela, como se o tédio o estivesse consumindo, e deu uma resposta seca:

– Minha casa, meu quarto e minha cama...

Ágata ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que ele havia dito. Não era uma resposta de um homem qualquer, mas sim de alguém que claramente estava evitando envolvimentos. Ela se deu conta de que seria um desafio muito maior do que ela imaginava, mas ela não estava disposta a desistir ainda.

Ela sorriu, com um toque de ironia:

– Adoraria conhecer essa sua casa.

Louis olhou-a com uma expressão sem emoção e respondeu:

– Nunca levei desconhecidos para lá.

Ela não se deixou abalar. Sabia que ele estava se fazendo de difícil, mas sua persistência era algo que Ágata sempre teve de sobra. Ela não ia recuar agora.

– Nem uma mulher bonita como eu? – ela provocou, sem perder a confiança.

Louis, por fim, deu um sorriso curto, como se estivesse se divertindo com a situação, mas ainda assim, ele se levantou, pronto para sair de cena.

– Já te falei, bonitas iguais a você eu vejo sempre, e todos os dias. Com licença, senhorita. Acho que vou me retirar dessa festa que, para mim, já deu.

Ela olhou ao redor, a festa ainda fluía com energia, mas agora ela tinha um objetivo claro: desvendar Louis Beaumont. Ele podia ser difícil, mas ela sabia que nada que fosse fácil valeria a pena.

E ela estava disposta a jogar o jogo.

Ágata ficou pensativa por um momento, observando Louis se afastando, sua figura imponente, mas distante, desaparecendo na multidão. Antonela, com um sorriso irônico, percebeu a hesitação da amiga e não perdeu a oportunidade de comentar.

– Pelo visto, a atração da festa já vai embora – disse Antonela, com um tom de brincadeira, tentando aliviar a tensão.

Ágata deu um suspiro profundo e respondeu com um tom de frustração:

– Ele não me deu bola e foi curto e grosso novamente. Acho que estou perdendo tempo.

Antonela riu, mas havia uma leve preocupação em seus olhos.

– Ih, então desiste desse homem, amiga. Esses assim são desconfiados, pensam logo que a gente só quer o dinheiro deles – ela disse, mexendo com a amiga. – Mas, convenhamos, isso é verdade, né?

Ágata ficou em silêncio por um momento, olhando para a porta por onde Louis havia saído. O que Antonela disse fazia sentido, mas algo dentro dela não deixava de desejar mais, como se estivesse ainda presa em algo que ela não conseguia entender. A sensação de rejeição, porém, estava começando a pesá-la.

Ela balançou a cabeça, tentando se concentrar no que era mais importante.

Antonela sorriu, sabendo que ainda havia muito mais por vir, e que essa não seria a última tentativa de Ágata.

– O que importa agora é você se divertir, amiga. Deixa ele ir. Há muito mais por aqui. Vamos dançar?

Ágata sorriu de volta, decidida a continuar. Ela não era do tipo que se entregava à frustração tão facilmente. Se Louis não fosse o prêmio da noite, ela ainda tinha uma festa inteira para aproveitar.

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