Na lanchonete, Ágata ajustava apressadamente seu avental enquanto se olhava no espelho do banheiro. Sua expressão estava carregada de incerteza.
A porta se abriu e Antonela entrou, já com o olhar curioso.
— Amiga, o que houve?
Ágata soltou um suspiro pesado antes de dizer:
— Eu transei com o Louis Beaumont.
Os olhos de Antonela se arregalaram e, em um gesto dramático, ela levou a mão à boca.
— Não acredito nisso! É sério?!
Ágata sussurrou:
— Fala baixo! — e rapidamente fechou a porta do banheiro.
Antonela começou a comemorar, batendo palmas baixinho.
— Amiga, cheque-mate! Você tem ele na sua mão agora!
Ágata desviou o olhar, mordendo o lábio.
— Eu pensei que sim... Mas quando acordei, ele não estava lá.
Antonela revirou os olhos.
— Mas isso é normal para um homem ocupado!
Ágata cruzou os braços, desconfiada.
— Ele nem mandou mensagem, nem nada. Simplesmente sumiu, como se eu fosse só mais uma.
Antonela inclinou a cabeça.
— E como foi a noite?
Ágata suspirou.
— A noite foi boa... mas acordei com a consciência pesada.
Antonela sorriu de canto.
— Tenho certeza de que ele vai te presentear depois dessa noite.
Ágata passou as mãos pelo rosto, exausta.
— Estou achando que esse plano não foi bom... Melhor eu achar outra maneira de conseguir esse dinheiro.
Antonela segurou seus ombros.
— Não desiste agora! Espera ele mandar mensagem pra você... Se faz de difícil!
Ágata soltou uma risada sem humor.
— Não tem como me fazer de difícil pra um homem que já é difícil, Antonela.
A amiga deu de ombros.
— Eu tenho certeza de que ele vai te mandar mensagem.
Ágata encarou seu reflexo no espelho, ainda tomada pela dúvida.
Ágata se olhava no espelho, tentando encontrar em seu reflexo alguma resposta para o que sentia. Antonela, atrás dela, apertava seus ombros com entusiasmo.
— Eu fiquei sabendo que ele tem o costume de dar presentes recheados para as mulheres com quem fica — disse Antonela, com um sorriso esperançoso.
Ágata desviou o olhar e suspirou.
— O mordomo disse que ele mudou muito... Ficou frio e solitário.
Antonela revirou os olhos.
— Então é aí que você entra!
Ágata balançou a cabeça, ainda incerta.
— Vou esperar ele mandar mensagem... — disse, mais para si mesma do que para Antonela.
A amiga cruzou os braços, convencida de que aquilo ainda daria certo.
Ágata passou o dia inteiro esperando uma mensagem de Louis. Enquanto limpava as mesas, olhava o celular. Servia os clientes e olhava o celular. Mas nada. Nenhum sinal dele.
No fim do expediente, ela saiu da lanchonete com o coração pesado, sem esperança. Assim que chegou à calçada, pegou um cigarro do bolso e se sentou, soltando um suspiro cansado.
— Por que tá tão sorridente? — perguntou Ágata ao ver Antonela se aproximar animada. — Você não trabalha mais?
Antonela jogou os cabelos para o lado e riu.
— Só estou no pole dance agora. Mas preciso te contar uma coisa.
Ágata tragou o cigarro e soltou a fumaça devagar.
— Fala logo.
Antonela se sentou ao lado dela e baixou a voz, como se estivesse prestes a revelar um segredo.
— Pelo visto, Alexis me disse que Louis não gosta de mulheres oferecidas.
Ágata revirou os olhos.
— Então o que esse homem gosta?
— Ele não gosta de mulheres que transam de primeira — disse Antonela, fazendo um bico.
Ágata bufou.
— Ótimo. Então fiz tudo errado.
— Calma — Antonela ergueu um dedo. — Alexis me disse que Louis gosta de mulheres inteligentes, sofisticadas, elegantes... Refinadas.
Ágata soltou uma risada amarga e se levantou, abrindo os braços.
— Olha pra mim, Antonela. Essa é a Ágata de verdade. Calças largas, fumo cigarro e olha minhas unhas — ela estendeu as mãos. — Sujas de comida estragada.
Antonela levantou junto com ela e segurou seus ombros.
— Essa Ágata você esconde e mostra uma nova versão.
— Eu não vou mais tentar conquistar esse homem — declarou Ágata, cruzando os braços.
Antonela suspirou fundo.
— Amiga, tenta mais uma vez. Faltam só vinte e oito dias. Eu não quero perder você.
Ágata mordeu o lábio, sentindo um arrepio de medo ao lembrar do agiota.
— Eu também não quero que aquele desgraçado nos pegue...
— Então vamos comprar roupas refinadas, de mulher tímida e delicada — disse Antonela, empolgada. — Lá no bazar deve ter alguma coisa.
Ágata começou a rir, e as duas seguiram caminhando juntas.
— E se eu mudar totalmente, ele vai perceber — ponderou Ágata.
— Você finge que agora é uma menina pura e inocente — disse Antonela, animada. — Diz que fez aquilo porque queria mudar, inventa alguma história! Você é ótima pra mentir.
Ágata respirou fundo, sentindo que estava prestes a entrar num jogo ainda mais perigoso.
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Atualizado até capítulo 23
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