Cap. 11

Laura seguiu em direção à sala de jantar, guiada pelo aroma agradável do café recém coado que se espalhou pela casa. 

Antes de chegar a mesa, parou ao ouvir a viz infantil de Liz seguida pela voz voz grave de Heitor. Curiosa, inclinou-se ligeiramente para espiar os dois.

Liz corria em direção a Heitor, que a esperava com os joelhos dobrados, com os braços prontos para recebê-la. Quando a menina se jogou nos braços do pai, ele a ergueu no ar com facilidade, girando-a enquanto as gargalhadas dela tomaram conta do ambiente, trazendo uma leveza que contrastava com a grandiosidade da mansão.

A cena fez Laura, quase sem perceber, suspirar. Ela ficou ali, observando aquele momento tão natural e íntimo entre pai e filha. Era um contraste gritante com a imagem que tinha criado de Heitor. Ali, com Liz, ele parecia apenas um pai amoroso que fazia tudo por sua filha.

Heitor notou a presenca de Laura que fez seu coração dar um salto. Ele colocou Liz no chão com delicadeza antes de segurar as mãozinhas da filha.

_Liz, lembra da conversa que tivemos naquele dia?

A menina olhou para o pai com atenção antes de responder.

_Sim, papai. O senhor falou que tinha uma amiga… Disse lançando um olhar rápido e curioso na direção de Laura.

Laura sentiu o coração acelerar com a menção inesperada. Heitor parecia lidar com Liz de maneira carinhosa, o que a fez se sentir ainda mais pressionada a causar uma boa impressão diante da menina.

_Isso mesmo… Heitor abaixou-se até a altura da filha e apontou para Laura, que, ainda estava parada no mesmo lugar. _Então, agora a Laura vai morar na nossa casa, e eu quero que você conheça ela.

Liz lançou um olhar para Laura. Seus olhos grandes e expressivos refletiam algo que Laura não sabia ao certo como decifrar. Talvez curiosidade, talvez desconfiança. Aqueles segundos de análise foram suficientes para deixar Laura ansiosa. Era como se a menina pudesse enxergar além da fachada que ela tentava manter.

_ Liz, essa é a Laura. Apresentou Heitor.

Laura deu um passo à frente e sorriu, tentando parecer o mais natural possível.

_Oi, Liz… Laura sentiu o coração bater forte ao se aproximar da menina que segurou nos braços do pai. _Seu pai fala muito de você. Espero que possamos nos divertir juntas.

Liz desviou os olhos por um momento, antes de responder em um sussurro quase inaudível.

_Oi… Laura… Disse tímida.

_ O café está servido. Avisou Rose quebrando o silencio que havia se formado.

A babá, que estava por perto, se aproximou para ajudar a menina a se sentar à mesa. Laura sentiu algo estranho, mas a interação breve e cautelosa de Liz deixou uma sensação pesada no ar.

Soltando um leve suspiro, Laura foi em direção à mesa, onde Heitor puxou uma cadeira para ela.

_Laura, espero que tenha dormido bem…  Disse Heitor de forma educada, enquanto tomava seu lugar na cabeceira da mesa..

_Sim, obrigada. A noite foi muito agradável… Respondeu Laura, acomodando-se ao lado dele, enquanto observava os funcionários de relance, notando que eles estavam interessados na conversa.

Laura olhou para a mesa do café da manhã estava impecavelmente posta, com pratos de porcelana fina e uma variedade de frutas, pães e sucos, lembrando que faziam tempo que ela tomava café da manhã simples na padria em frente a delegacia que trabalhava. Liz começou a comer em silêncio, alternando entre o pão e o leite. Laura notava que, os olhares curiosos da menina pousavam sobre ela, mas Liz rapidamente desviava o olhar.

Heitor, percebendo a tensão no ar, colocou a mão no ombro da filha fazendo a pequena olhar para ele.

_Está tudo bem, querida. A Laura é uma amiga... Não precisa se preocupar. Heitor falou com um tom calmo e acolhedor.

Liz não respondeu, mas parecia um pouco mais tranquila com o gesto do pai.

Laura, por sua vez, continuava analisando a situação, tentando entender o motivo da cautela da menina. Pensou em tudo que sabia sobre Heitor e as mulheres que já haviam passado pela vida dele.

Sabia que Heitor era um homem atraente e bem sucedido, características que naturalmente atraiam muitas mulheres. Porém, depois da conversa que escutou mais ced, tinha certeza que essas mulheres raramente demonstravam interesse por Liz, pelo contrário, pareciam fazer questão de deixar claro que a menina era um incômodo. E para ela ficou evidente que Liz não estava acostumada a receber carinho e atenção de nenhuma delas.

Talvez fosse isso que criou aquela barreira ao redor de Liz, um instinto de autoproteção que uma criança tão pequena não deveria precisar ter.

_Liz... Chamou Laura, com delicadeza, tentando iniciar uma conversa. _O seu vestido é muito bonito.

Liz olhou para ela, ainda desconfiada, como se estivesse avaliando a intenção por trás do elogio, e seus lábios começaram a se cursar em um sorriso.

_ Obrigada...respondeu baixinho, antes de desviar novamente o olhar para o prato.

Era um progresso pequeno, mas um começo, pensava Laura.

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Comments

Maria Das Dores

Maria Das Dores

Não gosto dessa Babá ,gostei da primeira q protegeu Liz no carro

2025-03-08

0

Fatima Vieira

Fatima Vieira

acho q essa babá maltrata e faz chantagem com a Liz

2025-03-28

0

Simone Patzlaff

Simone Patzlaff

provavelmente a babá já envenenou a criança contra ela 😡😡

2025-03-27

0

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