E outra situação, estava Heitor Albuquerque de 35 anos, um exemplo clássico de poder e influência. Herdeiro de uma das maiores fortunas do país, ele tinha tudo o que muitos consideravam essencial para uma vida perfeita: beleza, riqueza e prestígio, além de ser um homem íntegro e justo. Mas, para ele, nada disso importava diante do maior desafio de sua vida, criar Liz, sua filha de apenas 5 anos, sozinho.
Há três anos, Heitor enfrentou uma traição que mudou para sempre sua vida. Marcela, sua esposa e mãe de Liz, não apenas o traiu com um ex-sócio, mas também abandonou a filha após o divorcio, o que deixou marcas profundas em Heitor, especialmente ao saber o quando o abandono afetava a filha.
Naquela noite, olhando a filha dormir tranquilamente, Heitor se lembrou que antes de descobrir a traição, Marcela se distanciou dele, e quando ele finalmente descobriu o que estava acontecendo não obteve uma resposta convincente.
_ Por que Marcela? Ele perguntou na época, com a voz carregada de mágoa.
_ Sabe por quê Heitor? Porque você só pensa em trabalho! Não me valoriza mais, e desde que a Liz nasceu, nós quase não saímos, sequer viajamos outra vez. Você parece que foi enfeitiçado por essa garota... Respondeu Marcela, tentando justificar sua traição.
_ É isso que você pensa da sua filha? Ele questionou incrédulo. _ Pensei que você queria ficar mais tempo com ela nessa fase como eu quero, e porque nunca me disse o que sentia? Podíamos ter conversado, resolvido essa situação, mas você preferiu me trair.
_ Trai, e não me arrependo. Sempre tive dúvidas se queria ser mãe... fiz para te agradar, mas não valeu a pena.
_Então vamos nos divorciar. Disse Heitor perdendo qualquer admiração que um dia teve por Marcela.
A justificativa de Marcela, não fazia nenhum sentido para Heitor. Sim, ele amava Marcela, e nunca quis que ela se sentisse negligenciada. No entanto, as escolhas dela haviam quebrado qualquer chance de reconciliação, e ele nunca permitiria que ela falasse daquela forma da filha.
Marcela foi embora satisfeita com o acordo de divórcio, deixando a filha para trás.
Desde então, Heitor tentava desesperadamente equilibrar seu papel de pai e suas responsabilidades de empresário.
Liz era uma menina doce, de sorriso encantador e olhos curiosos, mas, mesmo com todo o amor do pai, sentia falta de algo que ele não podia suprir. Embora ela fosse jovem demais para saber como a mãe foi embora, Liz começou a perceber as diferenças entre sua vida e a de seus coleguinhas na escola.
_ Papai… quando eu vou ter uma mamãe igual os meus coleguinhas da escola? Liz perguntava frequentemente, com aquela inocência infantil que fazia Heitor sentir o coração apertar.
Determinado a atender ao desejo da filha, Heitor tentou se relacionar com mulheres que pudessem preencher esse vazio. No entanto, as escolhas se mostravam desastrosas. A maioria das mulheres que ele conhecia, pareciam mais interessada em sua fortuna do que nele ou em Liz. Algumas sequer tinham paciência com a menina.
Quando percebia os sinais de desinteresse ou frieza em relação à filha, Heitor encerrava os relacionamentos. A frustração crescia a cada tentativa mal sucedida, e ele começou a duvidar de que pudesse encontrar alguém que realmente se importasse.
Naquela noite, enquanto Heitor ajudava Liz a escovar os dentes antes de colocá-la na cama, a pequena o surpreendeu com uma pergunta um pouco diferente da anterior, para a qual ele jamais esteve preparado.
_Papai, por que eu não posso ter uma mamãe como os meus coleguinhas da escola?
Liz perguntou com os olhos grandes e inocentes fixos nele. A escova de dentes parou em suas mãos, e ele sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Olhou para os olhos da filha, cheios de curiosidade e tristeza, e tentou sorrir, embora não conseguisse ser natural.
_Liz, você sabe que o papai está sempre aqui para você, não sabe? Eu te amo mais do que qualquer pessoa no mundo...
_Eu sei, papai… ela respondeu com simplicidade, mas havia uma tristeza em sua voz. _Mas não é a mesma coisa.
Heitor a pegou no colo e a abraçou apertado.
_ Filha… quando você for grande… ele parou sem ter uma explicação que não fosse dolorosa. _Eu prometo, amor, que vou fazer de tudo para você ser feliz. Esta bem?
Liz o abraçou de volta parecendo entender, mas ele sabia que aquela promessa pesaria em sua alma. Depois de colocá-la na cama, Heitor passou horas acordado, refletindo sobre as palavras da filha. Ela tinha razão. Ele queria mais para ela. Mais do que ele mesmo sabia oferecer.
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Alguns dias se passaram...
Liz estava na escola, e tarde parecia tranquila com qulquer outra, e ela menina brincava com os amiguinhos na escola.
Quando o o sinal tocou, anunciando o fim das aulas. Crianças saíam animadas pelos portões, carregando mochilas coloridas e falando alto sobre as atividades do dia com os pais. Liz, com seu uniforme impecável e uma fita azul no cabelo, segurava a mão de uma das babás enquanto caminhava em direção ao carro que as aguardava, já que Heitor não pode buscá-la naquela tarde
Carlos, o motorista da casa, esperava pacientemente em frente à escola, o veículo preto brilhando sob o sol, e quando elas entrar, seguiu tranquilamente pelas ruas do bairro em direção a casa de Heitor. Liz estava no banco traseiro, ao lado da babá, distraída com um desenho em seu tablet. De repente, um SUV cinza apareceu no retrovisor, aproximando-se rapidamente. O motorista notou o veículo e franziu a testa, sentindo algo estranho na forma como ele seguia. Tentou desacelerar para ver se o carro ultrapassaria, mas, em vez disso, o SUV emparelhou com o lado do passageiro, onde Liz estava sentada.
Foi tudo muito rápido. O SUV desviou ligeiramente para a direita, forçando o carro onde estava Liz a encostar na calçada. Nesse momento, o motorista, mantendo a calma apesar da tensão, ativou o sistema de tranca total, que impedia a abertura das portas por fora.
Dois homens encapuzados desceram, armados, e correram em direção ao veículo. Um deles bateu na janela do lado de Liz com o cabo da arma, gritando:
_Abre a porta! Agora!
Liz congelou no banco, os olhos arregalados de terror, enquanto a babá ao seu lado instintivamente a puxava para si, tentando protegê-la. O motorista tentou engatar a marcha ré, mas o SUV bloqueou completamente a saída.
O outro homem começou a bater no vidro do lado do motorista, ameaçando atirar.
_Vocês têm três segundos! Saiam ou eu arrebento tudo! Ele gritou, apontando a arma diretamente para o vidro.
A babá, em pânico, tentou acalmar Liz.
_Está tudo bem, meu amor, só fica comigo... Ela segurava a menina com força cobrindo seus olhos, enquanto o motorista apertava desesperadamente o botão de emergência do carro, que acionava diretamente o sistema de segurança de Heitor.
Algo que os sequestradores não contavam, era com a blindagem do veículo. Após perceberem que os vidros não quebrariam facilmente, um deles voltou ao SUV e puxou um pé de cabra, tentando forçar a porta.
Os homens gritavam, frustrados, enquanto Liz chorava, segurando a babá com todas as forças. Foi então que o som de uma sirene ao longe cortou o ar. A polícia havia sido acionada. Percebendo que tinham pouco tempo, os sequestradores voltaram para o SUV e partiram em alta velocidade.
O motorista esperou alguns segundos para garantir que estavam a salvo antes de seguiu escoltado em direção à casa de Heitor. O silêncio no carro era quebrado apenas pelos soluços de Liz, que ainda estava em choque. A babá a abraçou, tentando acalmá-la.
_Já passou, querida. Você está segura agora.
Ao chegarem na mansão, Heitor parou logo atrás do carro, tinha largado tudo e voltado para casa depois de receber a mensagem de emergência. Quando viu o carro estacionar, correu até a porta, abrindo-a rapidamente. Liz, com os olhos cheios de lágrimas, jogou-se nos braços do pai.
_Papaaaai! ela choramingou, enterrando o rosto no peito dele.
Heitor apertou a filha contra si, o coração acelerado e a raiva queimando em suas veias. Ele olhou para o motorista, que ainda estava pálido.
_O que aconteceu? Queria saber Heitor.
_Foi uma tentativa de sequestro, senhor. Respondeu ele, com a voz trêmula. _Eram dois homens. Bloquearam o carro, mas não conseguiram quebrar a blindagem. Quando a polícia chegou e eles fugiram.
Heitor respirou fundo, tentando manter a calma enquanto acariciava os cabelos de Liz. Ele fechou os olhos, prometendo para si mesmo que ninguém jamais chegaria perto de sua filha novamente.
Heitor levou Liz para o quarto, e ela parecia mais tranquila e acabou adormecendo.
Heitor, ele pegou o telefone e ligou diretamente para o delegado Almeida, amigo de longa data do seu pai.
_Preciso de conversar com você… agora.... Tentaram levar minha filha. Falou depois de cumprimenta-lo. Dessa vez, Heitor sabia que não bastava apenas reagir. Ele precisava agir rápido e garantir que nenhuma ameaça sequer chegasse perto de Liz outra vez.
Depois de verificar que a filha estava bem, Heitor saiu para se encontrar com Almeida na delegacia, verificando se não estava sendo seguido
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Fátima Ribeiro
gostei deste pai, amoroso cuidadoso.
muito bom..
2025-04-15
0
Maria Ines Santos Ferreira
aí tomara que ela seja segurança da menina
2025-04-08
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Joelma Oliveira
eita! será que é a mulher que ela enconteou na praia?
2025-04-05
1