herdeiros do destino

Capítulo 18

Sem Controle

Lívia sente suas entranhas tremerem e o coração pulsa com intensidade. Ela começa a se arrepender de ter ido até ele, observando-o imóvel à sua frente.

— Eu já estou indo.

Ela aponta para a porta, mas ele não se move, permanecendo ali, bloqueando a saída.

— Já que você está aqui, não quer um café ou um chá?

Lívia quase recusa, mas logo se lembra do propósito que a trouxe até aquele apartamento.

— É tarde para café, mas um chá seria bom.

— Vou preparar. Fique à vontade.

— Enquanto isso, gostaria de ir ao banheiro?

— Claro, é a segunda porta à esquerda.

Lívia sai apressada, tentando controlar a pressão de Ravi sobre ela, e entra em um cômodo. Para sua surpresa, ela se encontra no quarto dele. O ambiente era amplo e bem organizado, com um closet meticulosamente arrumado. Dentro do closet, algumas pastas estavam empilhadas, repletas de papéis. Na cama, uma roupa estava jogada, e, impulsivamente, Lívia a pega, levando-a até o nariz. Um perfume maravilhoso a envolve, fazendo-a ter um lapso de memória. Ela se lembra do homem com quem esteve, lembranças vívidas de quando ele tirou sua blusa e beijou seu ombro. Assustada, ela deixa a roupa cair na cama e se vira, vendo Ravi entrar no quarto.

— Desculpe, eu errei a porta.

Ravi a observa com desconfiança.

— Você está bem? Aconteceu alguma coisa?

— Sim... Você... você...

— Eu o quê, Lívia? Fale.

— Não... não é nada. O que estou fazendo? Quase pergunto a ele se nos conhecemos de algum outro lugar. Como sou idiota! Nunca Ravi ficaria comigo e depois fingiria demência. Não pode ser...

— O chá está pronto.

Lívia segue até a cozinha, onde ele serve o chá. Seus olhos se encontram, e Ravi não consegue desviar o olhar. Ele fala com a voz baixa.

— Cuidado, está quente.

— Ravi, eu preciso te perguntar uma coisa.

Ele continua a olhar para ela, sem piscar, ansioso para ouvir.

— Por que você me beijou naquele dia?

— Eu não sei te responder. Não tenho uma explicação, porque estou prestes a me fazer a mesma pergunta.

— O quê? – Lívia pergunta, confusa.

— Porque eu quero e vou fazer isso novamente.

Ele termina a frase invadindo seus lábios, um beijo ardente e cheio de desejo. Eles se deixam levar pela intensidade, voltando para o quarto de Ravi sem se separar, como se estivessem sob um feitiço. Lívia luta contra o fogo crescente, tentando manter o controle, mas é em vão. Quando ele a deita na cama, seu corpo fica por cima do dela, a respiração pesada. As mãos de Ravi sobem por baixo do vestido, e a realidade do que está acontecendo – e para onde aquilo pode levá-la – invade sua mente. Ela se levanta rapidamente, se afastando dele.

— Isso não pode acontecer.

— Lívia, eu estou muito afim de você. Não sei como lidar com esse sentimento. Me desculpe.

— Ravi...

Ela tenta argumentar, mas ele a interrompe.

— Eu sei, você é comprometida e está esperando um filho dele. Mas como eu lido com isso? Não planejei nada, só sei que não estou conseguindo controlar. Esse sentimento está me dominando.

Ravi se levanta, sem dizer mais nada, e volta para seus lábios com um beijo quente. Lívia o corresponde com a mesma intensidade, mas, no meio daquele fogo avassalador, ela se afasta e olha nos olhos dele, sussurrando:

— Por favor, não faça isso. Está difícil para mim também.

— Isso quer dizer, Lívia, que o que estou sentindo é recíproco?

— Não faça isso...

Ela se afasta dele e volta para seu apartamento. Ravi fica sem saber o que pensar, perdido em seus próprios sentimentos. Ele resolve tomar um banho gelado para tentar acalmar o corpo e a mente.

De volta ao seu apartamento, Lívia está sem fôlego, caminhando de um lado para o outro, tentando se acalmar. As palavras de Ravi ecoam em sua mente, quando, de repente, a campainha toca. Ela se aproxima da porta e, ao abrir, encontra Rafael encostado, com um semblante indecifrável.

— Oi, Rafael. Entra.

— Tudo bem, Lívia?

— Eu entrei no apartamento do Santorini.

— E aí? Encontrou alguma coisa?

— No quarto dele, há umas pastas cheias de papéis. O que você procura deve estar em uma delas.

— Como você entrou no quarto dele?

— Fui ao banheiro, mas não sei como vou voltar lá. Não sei que desculpa inventar dessa vez. Hoje fui falar com ele sobre um contrato que ele fez com meu pai. Há uma cláusula muito estranha. Não sei como meu pai e o Alexsander não perceberam.

— Que cláusula?

— Eu não entendi completamente, mas está claro que, se a empresa do meu pai não cumprir certos prazos, ele terá que pagar um valor muito alto para a Agro e Tecnologia.

— E você o questionou sobre isso?

— Sim, mas percebi que ele se irritou e desconversou. Achei estranho. Agora, não sei o que inventar para conseguir entrar lá novamente. Não sei se vou conseguir.

—Você vai, sim, amiga. E eu já sei como.

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