Herdeiros do destino

Capítulo 12

— Sem problemas.

Ravi retorna à sua sala e aguarda ansioso por Antônio e seu filho. Quando eles entram, Ravi sente uma mistura de emoções, mas faz o possível para manter uma postura natural.

— Senhor Santorini, é um prazer. Me chamo Antônio Porto Rico, e este é meu filho, Alexsander.

Ravi fica surpreso ao perceber que o filho do homem que ele odeia tem o mesmo nome de seu irmão, que morreu junto com sua mãe. Ele ouve as palavras tentando não demonstrar seus sentimentos e se concentra em apresentar a proposta de serviço.

— Senhor Santorini, acho que já nos encontramos antes. Seu rosto me é familiar.

— Não que eu me lembre, senhor Antônio.

— Bem, garanto que, a partir de agora, vamos nos conhecer melhor, e faremos excelentes negócios.

— Sim, senhor Antônio. Vamos fazer negócios. Gostei muito da sua proposta e vou analisá-la. Dou um retorno ainda hoje.

— Ok. Foi um prazer...

— Eu os acompanho.

Ravi liga para Lívia e pede para encontrá-lo na saída. Ele anda pelos corredores da empresa com Alexsander e seu pai. Quando Lívia os vê ao longe, ela sente uma tontura e desmaia de susto ao ver seu pai e seu irmão na empresa de Ravi.

— Senhor, até logo.

Ravi diz rapidamente, apressando-se para alcançar Lívia, que está sendo amparada por alguns funcionários.

— O que aconteceu?

— Ravi, ela desmaiou.

— Me dê licença. Vou levá-la ao hospital.

Ele a pega nos braços e a leva até o hospital. Assim que chegam, um médico os recebe e realiza os primeiros socorros. Após colher alguns exames, Lívia ainda permanece desacordada. Ravi fica apreensivo, mas logo vê Lívia abrindo os olhos.

— Oi, como você está?

— Estou bem... Onde estamos?

— No hospital. Você desmaiou. O que aconteceu?

Neste momento, o médico entra.

— Senhora Lívia, como está se sentindo?

— Um pouco tonta e enjoada, doutor.

— A senhora está se alimentando direito? Está com anemia, e no seu estado, é essencial que cuide de si para o bom desenvolvimento do bebê.

Ravi olha para ela, incrédulo, e imediatamente pensa no rapaz que a buscou na empresa, Rafael. Ele imagina que, provavelmente, ele deve ser o pai.

— Bebê? Como assim, doutor?

— Desculpe, você não sabia? Está grávida. Meus parabéns, vocês vão ser pais.

— Não, não, doutor. Ele não é o pai!

Lívia fica nervosa e começa a ter uma crise de ansiedade.

— Calma, senhora Lívia. Você precisa ficar tranquila pelo seu bebê. Não posso receitar um calmante, mas vou indicar um bom médico obstetra que vai acompanhar sua gestação. Ele pedirá alguns exames e indicará o melhor tratamento para você e seu bebê. Por favor, tente se acalmar.

O médico sai do quarto, deixando Lívia e Ravi sozinhos. Ela o olha com lágrimas nos olhos e diz:

— Ravi, por favor, não perca o seu dia por minha causa. Me desculpe por atrapalhar seus negócios.

— Como assim, Lívia? Você é funcionária da minha empresa! Como eu vou deixar você aqui sozinha nesta situação? Por favor, me passe o telefone do pai, ou de alguém da sua família que você queira chamar. Eu vou ligar.

— Não se preocupe, Ravi, eu resolvo isso. Pode ir.

— Jamais, só quando alguém da sua família chegar.

— Tudo bem. Você pode pegar minha bolsa?

Ravi entrega a bolsa para Lívia e sai do quarto. Ela pega o telefone e liga para Rafael.

— Alô... Rafael?

— Oi, Lívia. Tudo bem?

— Eu preciso que você venha até aqui. Me senti mal na empresa e estou no hospital.

— Como assim, amiga? Você está bem?

— Estou, mas por favor, venha logo. E ó, venha preparado, pois Ravi Santorini está aqui. Essa vai ser sua chance de conhecê-lo.

— Estou indo.

Aquelas horas de espera pareceram uma eternidade. Lívia não conseguia conter as lágrimas que insistiam em cair, mas Ravi estava sentado à sua frente, sem desviar o olhar dela.

— Por que você está assim? É por causa do bebê ou você ainda está se sentindo mal?

Ele pergunta, intrigado.

— Não, não é isso. Eu estou bem, é que estão acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo, e está difícil de assimilar.

Ela diz, secando as lágrimas que ainda teimam em cair.

— Compreendo. A propósito, meus parabéns.

Ravi diz, visivelmente abalado.

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