Capítulo 13:
O que Fazer
— Obrigado.
Lívia responde sem graça, e o clima no quarto fica desconfortável. De repente, a porta se abre, e Rafael entra, indo diretamente abraçar Lívia. Ele estava especialmente bonito naquele dia, vestindo uma camiseta polo preta com o logotipo da federal, que acentuava seus músculos, tornando-o ainda mais atraente.
— Lívia, que susto! Como você está?
— Estou melhor.
Lívia diz, coçando a garganta e acenando para Ravi, que estava logo atrás.
— Ravi, este é o Rafael, meu...
— Namorado — interrompe Rafael, esticando a mão para Ravi. — Muito prazer.
Ravi aperta a mão dele, com um nó na garganta.
— Igualmente. Lívia, agora que seu namorado chegou, eu vou indo. Melhoras, e, novamente, meus parabéns. Se precisar de algo, é só me ligar.
Ravi sai do quarto, e Rafael olha para Lívia, confuso.
— Parabéns... Não entendi.
— Rafael, eu estou grávida.
Lívia desaba em lágrimas nos braços do amigo.
— Amiga, que história é essa? Não entendi.
— Eu estou grávida, o que você não entendeu?
— Isso eu entendi. Agora estou tentando entender o que perdi. Como isso aconteceu?
— Rafael, é daquele desconhecido. Eu transei com ele uma vez, não sei quem ele é. O que eu vou dizer para o meu filho? Isso é horrível.
— Para de chorar. Já foi, amiga. A ervilha já está aí. Agora, assume seu BO. Chorar não vai resolver nada. Vamos pensar.
— Eu não consigo. Estou tentando parar de chorar há horas, mas não consigo.
— Deve ser os hormônios da gravidez. Já ouvi dizer que eles são complicados. Diz Rafael tentando consolar a amiga.
— Eu estou perdida. Mas mudando de assunto... Por que você disse que sou sua namorada?
— Amiga, escuta. Eu tenho que deixar o terreno preparado. Não se esqueça de que vou entrar na empresa. Assim, ele não vai fazer perguntas quando estiver com você. Entendeu?
— Sim, entendi.
— Mas me conta, o que o médico disse?
— Ele disse que estou com anemia, e minha pressão arterial está baixa. Vou ter que ficar em observação até amanhã. Mas você pode ir, eu te chamei porque o Ravi não queria ir embora e me deixar aqui sozinha.
— Jamais, amiga. Eu vou ficar aqui com você. Vou resolver algumas coisas do trabalho por telefone. Lívia, seca essas lágrimas. Não aguento te ver assim. Eu estou aqui, e vamos cuidar do meu afilhado com todo o amor do mundo. Não se preocupe tanto. Eu vou te ajudar. Vamos colocar o Santorini na cadeia, e depois voltamos para a capital e criamos esse menino. Vai dar certo, a gente sempre dá um jeito.
Rafael segura o rosto de Lívia, olhando fixamente em seus olhos. Ela sorri entre as lágrimas e diz:
— Você nem sabe, pode ser uma menina.
— Independente, Lívia. O amor vai ser o mesmo. E não é o fim do mundo. Você não será nem a primeira nem a última mulher a ter um filho de pai desconhecido.
— Rafael, eu não estou bem. Nem com isso, nem com essa história do Santorini. Minha consciência está pesada. Ele parece ser uma boa pessoa.
— Mas por quê? O que está acontecendo?
— Rafael, o cara ajuda a todos, ele é atencioso, respeitador. Estou com medo de cometer uma injustiça.
— Lívia, seja sincera comigo. Você está sentindo algo por esse homem?
— Você está louco? Jamais. Jamais vou voltar a me apaixonar. Só não quero ser injusta com ninguém.
— Querida, eu vi o cara. Quando entrei neste quarto, a tensão entre vocês era palpável. Eu senti o clima. Mas não se preocupe. Eu não vou ser injusto com ninguém. Se o Santorini for inocente, não vai acontecer nada com ele.
No dia seguinte, o médico passou cedo e deu alta para Lívia. Ela estava se organizando para ir embora quando a porta se abre novamente, e ela vê um lindo buquê de rosas brancas. Em seguida, o rosto de Rafael aparece, com um sorriso maroto e suas covinhas saltando nas bochechas.
— Nossa, Rafa, essas flores são lindas! Que maravilhoso, você é um amigo incrível. Adorei.
— Eu sei que sou lindo, mas não fui eu quem trouxe. Olha aqui, tem um cartão.
Lívia pega o cartão entre as flores, sentindo o aroma maravilhoso do perfume.
Nota:
"Que esses dias ruins fiquem no passado, e que sua recuperação seja breve. Ravi."
— Ravi... — repete Rafael, com voz de insatisfação.
— Rafael, amanhã vai ter aquela oportunidade que você estava esperando. Na empresa, vai acontecer uma confraternização, e os funcionários que são casados ou namoram devem levar suas famílias. É um evento importante, porque o Ravi observa como seus funcionários se comportam com suas famílias — como tratam os cônjuges e filhos. Dizem que, com base nesse comportamento, ele escolhe uma família para ajudar. Dá um prêmio muito alto em dinheiro, promove o funcionário ou oferece uma bolsa de estudos para os filhos.
— Você está brincando.
— Não, segundo a senhora Rosana, madrinha dele, ele faz isso. Ele acha que é um incentivo para os pais e mães de família se dedicarem mais. Ele diz que um bom pai de família é um bom funcionário, e vice-versa.
— Que cara é esse...
— É o que eu te disse. Não sei se ele é um assassino...
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Atualizado até capítulo 39
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