Capítulo 04
Siga em Frente
— Diz aí, o investigador informou por que arquivou o caso? — perguntou Lívia.
— Por falta de provas... Ele investigou por diversas linhas, mas todas acabaram sem resultados. E todas levavam ao mesmo nome: Ravi Santorini. — Rafael respondeu, com o semblante sério.
— E o que exatamente eu tenho que fazer? — Lívia insistiu.
— Você vai se candidatar a uma vaga que está aberta na empresa dele, como engenheira agrônoma. Preciso que você ganhe a confiança desse homem, se aproxime. Descubra tudo: o que ele gosta, para onde vai, com quem se relaciona. Depois que estiver lá dentro, vai arrumar uma maneira de me colocar na empresa também. Preciso acessar o escritório e, se possível, o apartamento dele. Deste ponto em diante, pode deixar comigo. Só preciso que você esteja infiltrada. Como não tenho apoio da polícia, não consigo um mandado. E ninguém pode saber que estou investigando.
— Você está fazendo isso só para me tirar do hotel? — Lívia perguntou, desconfiada.
— Lívia, por favor! Já faz um ano, você precisa reagir. Mas não é só por isso. É por você e por mim.
— Você sabe que eu quero apagar tudo o que me faz lembrar aquele cretino.
— Tudo bem, mas você também vai apagar sua carreira? Não é justo com você. Não dê esse gostinho para ele. Você sempre amou o que faz.
Lívia suspirou. — Vou pensar. Juro que vou. Mas uma coisa: vi que essa empresa fica no interior. Como vai ser isso?
— Não se preocupe, já aluguei um apartamento próximo à empresa.
— Você não tem limites, Rafael...
Ela o observou dar um sorriso de canto, como se já contasse com a resposta positiva. Lívia se despediu e voltou ao hotel. A proposta de Rafael não saía de sua cabeça.
Durante o turno da tarde, enquanto fazia o check-in de um hóspede, algo inesperado aconteceu. Descendo as escadas, Lívia viu a mulher que destruiu seu noivado. Com suas pernas longas e impecáveis, ela desfilava pelo lobby acompanhada de uma babá e uma bebê. O coração de Lívia disparou. Ela sentiu o peito apertado, o sangue fervendo. Tentou se esconder, mas a mulher parecia ter olhos de águia e caminhou direto em sua direção.
— Senhora, posso ajudá-la? — perguntou o colega de recepção.
— Não. Quero ser atendida por essa mocinha — disse a mulher com sarcasmo, apontando para Lívia.
Tentando manter a compostura, Lívia respondeu:
— Pois não, senhora.
A mulher soltou um sorriso venenoso. — Ora, ora, quem diria que este seria o seu fim... Recepcionista de hotel? Mas, pensando bem, quem não sabia que você era uma inútil incapaz? Nunca seria mulher suficiente para o Isaque. Olha só, essa é minha filha, fruto da nossa família perfeita. Algo que você jamais conseguiria dar a ele.
Lívia sentiu a raiva subir como fogo em suas veias. — Senhora, por favor, me respeite. Não estou te ofendendo.
— O que foi, vadia? Está ofendida? — rebateu a mulher.
Era demais para Lívia suportar. Antes que pudesse controlar seus instintos, ela avançou na mulher, segurando-a pelo pescoço. Esbofeteou-a com fúria, alheia à criança chorando ou às pessoas que se aglomeravam para assistir.
— Lívia, para com isso agora! — uma voz firme ecoou pelo salão.
Quando ela foi erguida do chão, viu o rosto de Isaque. Ele a afastou da mulher com força.
— Você enlouqueceu? Tire as mãos dela agora! — ordenou.
A mulher, teatral, se agarrou a ele. — Meu amor, olha só o que essa louca fez! Do nada, ela veio pra cima de mim, cheia de inveja!
Lívia encarou os dois, incrédula.
— Hipocrisia é pouco para descrever você — disparou, ofegante. — Eu te ataquei sem motivos? Você é completamente desequilibrada!
Isaque interveio. — Lívia, chega! Aceite que você é passado na minha vida.
Lívia respirou fundo, tentando se recompor. — Peguem suas coisas e saiam da minha frente. Não me interessam mais! Quanto a ser passado, fique tranquilo. Eu nem lembrava que você existia até sua esposa louca aparecer aqui me ofendendo.
A mulher retrucou: — Você é uma sem classe, sem escrúpulos. Como este hotel aceita uma funcionária tão baixa como você?
A raiva de Lívia voltou com força total. Quando ela deu mais um passo em direção à mulher, Isaque a segurou novamente, dessa vez com ainda mais firmeza.
— Me solta, Isaque! Você está me machucando!
Ele a encarou com frieza. —Lívia, olhe para minha filha. Está chorando! Entenda de uma vez: eu não te amo
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Atualizado até capítulo 39
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