Capítulo 17
Papai
— Eu, com certeza, se tivesse me apaixonado, nada iria me segurar.
— Que lindo, Rafael, mas nem todos pensam assim. E eu estou mais preocupada com meu filho. O que eu vou dizer para ele quando começar a perguntar sobre o pai?
— Bom, eu posso te ajudar com isso. Você quer que eu descubra quem é o cara com quem você ficou naquela noite?
Lívia olha para Rafael, surpresa, e se coloca de pé na frente dele.
— Não acredito... Tem como?
— Que tipo de policial você acha que sou? Se eu não encontrar esse cara, pode me mandar embora da polícia.
No dia seguinte, Lívia chega à empresa com a cabeça cheia de perguntas. Ela não sabe como lidar com tantas situações. Como vai enfrentar Ravi depois daquele beijo? E o que fazer se Rafael encontrar o pai de seu filho? E seu pai? Sem falar no seu irmão doente...
— Meu Deus, me dê força para superar tudo isso.
Sentada em sua mesa, tentando se concentrar em alguns documentos, a atenção de Lívia se desvia para a porta ao ouvir dois toques. Ela diz para entrar, e seus olhos encontram Ravi ali, sério e muito bonito, com alguns papéis na mão. Seu coração imediatamente começa a acelerar.
— Lívia, o pessoal da empresa de publicidade está chegando. Gostaria que você participasse da reunião. Tudo bem para você?
Ela engole seco, sua respiração acelera. Não sabe como lidar com a situação.
— Tudo bem?
Ele pergunta, arqueando as sobrancelhas.
— Sim, não se preocupe, eu estarei lá.
Mais tarde, no fim da tarde, Lívia dá passos pesados em direção à sala de Ravi, após receber uma ligação dele pedindo para ela ir até lá receber o pessoal da empresa de publicidade. Seu coração dispara, suas pernas tremem. Ela para por um instante em frente à porta, respira fundo e a abre. Ao ver seu pai, ele arregala os olhos, sem acreditar.
— Senhor Antônio, essa é a senhorita Lívia. Ela é nossa engenheira agrônoma e vai acompanhar vocês nas apresentações. Estará à disposição no que precisarem.
O homem observa Lívia com admiração e se manifesta.
— Lívia...
Antes que ele possa concluir, ela o interrompe.
— É um prazer, senhor Antônio.
Ele se contém, e ela se volta para Alexsander, olhando-o fixamente. Percebe como ele se parece com seu pai.
— Esse é meu filho, Alexsander.
— Muito prazer.
Alexsander percebe o clima e prefere ficar em silêncio. Após algum tempo, enquanto estudam alguns projetos, Ravi sai, deixando Lívia sozinha com o pai e o irmão.
— Lívia, que bom te encontrar. Você não tem ideia de quanto eu te procurei. Por que você não me contou que tinha ido embora de Curitiba?
— Desde quando você se importa com a minha vida?
— Isso não é verdade. Sempre me preocupei com você.
— Com um cartão postal por ano?
— Lívia, eu preciso falar com você sobre...
— Sobre o quê, senhor Antônio? Sobre o seu filho, Ander?
Ela o interrompe, com a voz firme e decidida.
— Você quer que eu faça uma doação de medula?
Antônio fica surpreso ao ver que Lívia sabe da situação do filho.
— Como você soube o que está acontecendo?
— Isso não vem ao caso. Eu só sei. Mas não se preocupe, não precisa me pedir. Vou conversar com o meu médico e te dar uma resposta. Mas quero deixar bem claro: estou fazendo isso pelo Ander, não por você.
Lívia termina a frase, abraçando a pasta de documentos, e sai da sala. Ela vai para sua sala, sem rumo, pega sua bolsa e vai para casa. Toma um longo banho, coloca um vestido confortável e resolve que precisa descobrir tudo sobre o Santorini o mais rápido possível. Decide então investigar na casa de Ravi.
— Preciso me livrar de tudo isso o mais rápido possível.
Ela repete com determinação, enquanto vai até o apartamento de Ravi. Toca a campainha e espera alguns minutos. Quando a porta se abre, Ravi aparece, surpreso ao vê-la. Está com os cabelos molhados, vestindo apenas bermuda e camiseta.
— Lívia...
Ele a observa dos pés à cabeça, admirado com sua beleza, e pensa: Isso é sacanagem. Ele percebe como o vestido marca as curvas de seu corpo.
— Posso entrar?
— Claro. Ele indica o caminho para ela.
— Eu trouxe uns documentos que gostaria que você desse uma olhada. Tenho algumas dúvidas.
— Você não poderia me mostrar isso amanhã?
— Desculpe, mas é uma dúvida sobre o contrato com o senhor Antônio. É rápido.
— É para você ajudar eles com a publicidade, não sobre o contrato. (Ele diz, sério, tentando afastar qualquer possibilidade de aproximação).
— Desculpe, só achei uma cláusula muito estranha.
Lívia começa a caminhar em direção à porta.
— Mas você tem razão, não é meu departamento. Até amanhã.
Antes que ela consiga sair, ele se aproxima rapidamente e bloqueia sua saída.
— Não se preocupe. Amanhã vou revisar o contrato. Deve ter ocorrido algum erro.
Ele blefa, pois essa cláusula é justamente o seu trunfo contra Antônio Porto Rico.
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Atualizado até capítulo 39
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