herdeiros do destino

Capítulo 16

Ander

— Pelo que eu entendi, nem o filho mais velho, Alexsander, nem ele e a esposa são compatíveis. Eles resolveram voltar por causa da irmã e estão investigando o paradeiro dela. Porém, não estão conseguindo encontrá-la. Há um detetive à sua procura, mas estou um passo à frente. Sei que a mãe dela está na Somália, na África, e provavelmente ela está com ela. O que devo fazer agora?

— Continue investigando. Precisamos encontrá-la antes deles.

De repente, Rosana bate na porta e entra.

— Ravi, estão precisando de você no salão.

— Luiz Henrique, depois conversamos.

Eles saem da sala, deixando Rafael chocado. No final do dia, no apartamento, Lívia se joga no sofá, e Rafael se senta à sua frente, coçando a cabeça. Ele não tem certeza se deve contar a Lívia o que ouviu, mas decide que é o melhor.

— Lívia, você descobriu por que seu pai voltou ao país?

— Não, mas na verdade nem investiguei. Por quê?

— Bem, não sei se seria adequado falar sobre isso com você, mas é sobre o seu pai. Você quer saber?

— Fala, Rafael, você está me deixando nervosa.

— Quando estava na sala do Santorini, ouvi uma conversa dele com um homem. Eles falavam sobre seu pai, Antônio Porto Rico.

— Não entendo... Como assim? Com tudo o que aconteceu com o bebê, nem pensei mais no meu pai. O que ele tem a ver com o Santorini? O que disseram? Fala logo, Rafael...

— Alguma coisa do seu pai está ligada ao Santorini. Pelo que eu entendi, esse homem é um detetive. Ele investigou os motivos que trouxeram seu pai ao Brasil.

— E porquê aquele cretino voltou?

— Amiga, seu irmão Ander está doente. Ele tem leucemia, e eles estão a sua procura.

Lívia fica chocada. Ela não sabe o que sentir. Sempre se magoou muito com seu pai, pois cresceu vendo o sofrimento de sua mãe com o abandono. Isso fez com que sua mãe saísse pelo mundo sem olhar para trás, um abandono que causou o seu próprio abandono. Se não fosse sua avó, Lívia não sabe o que seria dela. Mas ela nunca desejou algo tão ruim para o seu pai, principalmente para seu irmão. Lívia nunca conviveu com o pai e os irmãos. Depois que ele se foi, ele sempre mandava dinheiro para seus gastos, e todo ano, no seu aniversário, mandava um presente e um cartão postal com a foto da família. Assim, Lívia cresceu vendo o pai criando seus irmãos e vivendo uma vida feliz por meio das fotos. Cada ano, as fotos eram como uma facada no peito. Ver essas imagens fazia ela pensar que aquilo era tudo o que Lívia queria: ter seus pais juntos, uma família unida. Mas isso nunca aconteceu.

— Eu não estou acreditando que o Ander está doente.

— Sim, amiga, infelizmente, foi o que eu ouvi. E seu pai está à sua procura.

— Mas por quê?

— Lívia, seu irmão precisa de um doador de medula óssea, e ninguém da família é compatível.

— Não acredito nisso... A vida toda eu desejei que meu pai aparecesse para me dizer: "Filha, vim te buscar. Você vai morar comigo." E isso nunca aconteceu. E agora, ele veio, mas não para me buscar.

Lívia deixa as lágrimas caírem, tomada pela tristeza.

— Amiga, não chora.

Rafael se aproxima e seca as suas lágrimas.

— Rafael, você entende? Agora, ele está à minha procura.

— Lívia, não pense nisso. Vamos focar no que importa. O que Santorini tem a ver com tudo isso?

— Não sei, mas vamos descobrir. Amanhã volto ao trabalho e vou investigar.

—Tem certeza? Você está preparada para enfrentar seu pai? Não se esqueça de que ele estará lá, trabalhando com o Santorini. E quando isso acontecer, o que vai fazer em relação ao seu irmão?

— Eu vou conversar com o médico obstetra que o doutor me indicou. Não sei como isso pode ser feito ou se é possível, mas, se estiver tudo certo, eu vou doar. Não vou deixar meu irmão morrer. Ele não tem culpa dos erros do nosso pai.

— Eu sempre soube que seu coração é do tamanho do mundo. Então, você vai atrás dele?

— Não. Não quero falar com esse homem. Vou primeiro conversar com o médico. Dependendo do que ele disser, eu verei o que fazer. Mas, mudando de assunto, o que você descobriu sobre o seu pai?

— Nada, amiga. No escritório dele não encontrei nada. Agora falta o apartamento. Eu vou ter que entrar lá.

— Agora está mais difícil. Como vamos fazer isso?

— Eu não. Você. Você vai entrar lá e procurar algum documento, alguma prova de que Santorini é o culpado pela morte do meu pai.

— Rafael, eu não posso fazer isso. Eu não vou conseguir, com o...

Lívia interrompe, o coração apertado só de pensar em Ravi. Seus batimentos aumentam.

— Amiga, você está apaixonada pelo Santorini? Estou te perguntando de novo. Se sim, tudo muda. Não vou te colocar nessa situação.

— Ai, Rafael, para com isso. Eu já te falei que jamais vou me apaixonar novamente. E outra, estou grávida. Que homem vai olhar para uma mulher grávida de outro?

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