Capítulo 09
Acenando para ela com a cabeça, ele entra no carro e arranca. Enquanto isso, ela retira o telefone do bolso e liga para Rafael, questionando:
—Você sabia que o Santorini mora no mesmo prédio que eu?
— Já descobriu!!!
— Rafael, por que você não me disse?
— Amiga, eu acabei me esquecendo. Mas pensa que ideia ótima: você vai poder vigiar ele vinte e quatro horas por dia!
—Tudo bem, tanto faz, Rafa. Eu tomei uma decisão. Tem como você me encontrar depois do trabalho?
— Sim, mas você está bem?
— Sim, não se preocupe, estou bem.
— Pode deixar então. Eu te pego no trabalho.
O dia segue, e Lívia chega à empresa. Dona Rosana a recebe e mostra todos os departamentos. Por último, ela avisa:
— Senhorita Lívia, a apresentação vai começar em meia hora. Se a senhora quiser tomar um café ou ir ao banheiro, fique à vontade. O refeitório é à esquerda.
— Obrigada.
Lívia se despede de dona Rosana e segue para o refeitório. Ao entrar, vai direto para a garrafa de café e se serve. De costas para a entrada, leva a xícara à boca quando ouve a porta se abrindo, mas não olha para trás. De repente, uma voz forte e firme soa próxima ao seu ouvido, fazendo sua pele arrepiar:
— Está pronta para a apresentação?
— Senhor Ravi!
— Ravi, por favor... não gosto de formalidades.
— Ok, Ravi. Sim, estou pronta.
Ele corre os olhos pelo pescoço dela e percebe sua pele arrepiada.
— Está com frio?
Lívia cora e, sem graça, passa as mãos sobre os braços.
— Um pouco...
Ele tira o blazer e o oferece.
— Obrigada, mas não se preocupe. Minha blusa está na minha sala.
Ravi veste o blazer novamente e sai, enquanto Lívia tenta acalmar o coração que bate fora de controle.
Lívia (baixinho): Meu Deus... Não, Lívia, não se atreva.
Tentando afastar os pensamentos, ela entra na sala onde ocorre a apresentação. Um orador fala sobre a fundação da empresa no Paraná, destacando como Ravi, um jovem órfão, superou as adversidades, criou um grande patrimônio e gerou milhões de empregos. Ele também menciona a qualidade das safras exclusivas de soja e informa que a empresa irá concorrer a um prêmio importante. Para isso, Ravi escolherá um funcionário para ajudá-lo nos preparativos e acompanhar a premiação.
Lívia sente o rosto queimar ao correr os olhos pela mesa e encontrar o olhar fixo de Ravi, que a encara sem piscar. Ela gela, pensando: Será que ele descobriu que estou vigiando ele?
Ao fim da reunião, Lívia sai decidida a não permanecer muito tempo na empresa. Ela entra em sua sala e encontra alguns documentos de exportação. Enquanto organiza a mesa, conversa um pouco com dona Rosana, que fala brevemente sobre Ravi:
— Ele é uma excelente pessoa, ajuda a todos, mas carrega uma grande dor dentro de si.
— Senhorita Lívia...
— Por favor, só Lívia.
— Tudo bem. Você está pronta para ir ao armazém e às plantações? O carro está lá embaixo esperando por você.
— Sim, estou indo.
Lívia observa dona Rosana sair e, depois de organizar a mesa, segue para a porta. Quando gira a maçaneta, dá de encontro com Ravi, que estava entrando. Seus rostos ficam tão próximos que ambos podem sentir a respiração um do outro.
— Ravi, me desculpe. Eu estava de saída. Você precisa de algo?
— Não, só vim te buscar para irmos ao armazém. Quero te mostrar umas coisas no caminho. O carro está nos esperando.
— Tudo bem. Já estou pronta.
Ravi dá passagem para Lívia, que está visivelmente sem graça. Eles entram em um carro Bond e conversam sobre as plantações. Lívia sente o rosto corar quando um jovem e descontraído funcionário comenta:
— Você está com calor? Deve estar sentindo falta do sul. Uma moça bonita como você no interior é bem raro. Suas bochechas estão vermelhas.
Ravi olha para os dois desconfiado e pergunta:
— Você é do Sul? De qual lugar?
— Curitiba.
Vicente: Ela é sua conterrânea, chefe.
O rapaz sorri, mas Ravi permanece sério, observando a interação.
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Atualizado até capítulo 39
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