Capítulo 19
— Eu tive uma ideia. Vamos organizar um jantar aqui no próximo fim de semana. Convidamos alguns amigos e você chama ele. Na hora, pedimos para usar o forno dele, dizendo que o seu quebrou. Vai ser a nossa chance, mas não pode dar errado.
— Rafael, acho que isso é muito arriscado. Você realmente acha que vai dar certo?
— Vamos tentar, é o que temos por enquanto. E como está o meu afilhado?
— Amanhã tenho uma consulta com o obstetra.
— Quer que eu vá com você?
— Não precisa, meu amigo.
(Lívia o beija na bochecha.)
— Você queria que o pai estivesse com você, não é?
— Rafael, você é maravilhoso, mas não quero que você pare suas coisas por minha causa. E sim, eu gostaria muito que o pai estivesse comigo. Nunca imaginei ter um filho sozinha, não quero que meu filho cresça como eu, sem pai.
— Eu vou encontrar esse cara, Lívia. Tenha paciência.
— Mas e se ele for um péssimo homem? Casado e não quiser saber do bebê?
— A gente deleta ele da nossa vida e segue só nós três. Amor, te garanto, não vai faltar. Não sou o pai, mas sou o tio e vou mimar muito esse bebê.
No dia seguinte, Ravi está em sua sala conversando com o senhor Lorenzo quando Rosana entra.
— Ravi, a carga de soja que saiu da processadora de Curitiba teve um problema de praga. Eles precisam de você, e é melhor levar a Lívia, porque vão precisar de um engenheiro agrônomo também.
— O que aconteceu, madrinha?
— Filho, é sério. Melhor você ver pessoalmente. Parece que a plantação foi infestada, e a soja embalada foi contaminada.
— Onde está a Lívia?
— Na sala dela.
Ravi pega o telefone e liga para ela.
— Lívia, venha até a minha sala.
Minutos depois, Lívia entra.
— Pois não, Ravi?
— Lívia, estou indo para Curitiba, e você vem comigo. Tivemos problemas com a carga de soja e com as plantações.
— Agora?
— Sim, algum problema?
— É que eu tenho uma consulta com o obstetra daqui a uma hora.
Ravi coça a garganta pensativo, olha o relógio e diz:
— Se organize, porque vamos passar a noite em Curitiba. Mas antes, vamos ver seu médico.
Lívia sente um frio na barriga. Não esperava voltar a Curitiba tão cedo, mas o que mais a preocupava era ficar tanto tempo com Ravi. Naquela mesma manhã, foram aos seus apartamentos, pegaram uma troca de roupas e seguiram para a consulta. Ao chegarem ao hospital, ficaram na sala de espera. Lívia andava de um lado para o outro, nervosa pela presença de Ravi, que estava sentado, olhando alguns documentos. Um tempo depois, a enfermeira aparece e chama Lívia.
— Lívia?
— Sou eu.
A enfermeira olha para Ravi e diz:
— Você não vem? O pai, nesses momentos, é muito importante, para dar apoio às futuras mamães.
— Não, enfermeira...
Antes que Lívia pudesse concluir, Ravi se levanta e diz:
— Eu vou sim, jamais perderia a primeira imagem do bebê.
Lívia fica sem graça, mas acena com a cabeça, confirmando. Eles entram, e Lívia fica em silêncio por alguns minutos antes de questionar:
— Por que você entrou?
— Eu realmente quero ver o seu bebê. E também me sinto culpado por ter tirado esse momento importante do pai. Infelizmente, a situação em Curitiba pegou todos nós de surpresa. Se não fosse importante, não teria pedido para viajar com urgência.
O médico entra na sala, chamando a atenção deles, e eles se voltam para ele.
— Senhora Lívia, tudo bem?
— Sim, doutor. Estou bem.
— Vamos ver como está o bebê agora.
Lívia deita na maca, e o médico olha para Ravi, que está apreensivo ao lado dela.
— O papai está ansioso, vamos ver como está o seu filho.
Lívia ia dizer algo, mas Ravi a interrompe:
— Que esteja com saúde, né, doutor?
O médico passa o aparelho de ultrassom pela barriga de Lívia e comenta:
— Olha, o pulmão está forte, os órgãos estão todos formados. Agora vamos ouvir o coração.
Ao ouvir aquele som, Lívia sente uma sensação indescritível. Seu coração se enche de amor, e ela sorri largo ao olhar para Ravi, que está paralisado, sem acreditar no que está ouvindo.
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Atualizado até capítulo 39
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