Isadora
Eu estava ali, no banheiro, sentindo o peso do cansaço me esmagando. O corpo me doía, e a sensação de sujeira me incomodava profundamente. Eu queria desesperadamente tomar um banho, mas não conseguia nem mexer direito. Minhas mãos e meus pés estavam tão fracos que mal conseguiam se mover. A sensação de estar em um lugar tão sujo ainda me torturava, e eu sabia que, se não tomasse um banho logo, não conseguiria me sentir melhor.
Eu hesitei por um momento, mas a necessidade era maior. E, então, sem conseguir pensar em outra solução, disse, quase em um suspiro:
— Enrico... você poderia me ajudar a tomar um banho? Eu... eu não consigo me mexer direito...
Eu sabia que ele ficaria desconfortável com aquilo. Era uma situação difícil para nós dois, e ele não estava acostumado com esse tipo de proximidade. Mas, para minha surpresa, ele não hesitou em me ajudar, embora a tensão fosse visível no seu rosto.
Ele se aproximou, com a expressão ainda mais fechada, mas preocupado. Ele estava claramente envergonhado, mas sua preocupação com meu bem-estar era maior. Ele me ajudou a tirar a roupa com muita delicadeza, mas eu sentia que ele evitava ao máximo olhar para o meu corpo. Ele estava tentando manter a distância, virando a cabeça sempre que podia, tentando me dar um pouco de privacidade, mas sua gentileza não passava despercebida.
Ele estava claramente lutando contra o que sentia, mas o fazia com um cuidado extremo, tentando não fazer nada que me deixasse mais desconfortável. Eu sentia a tensão no ar, mas ao mesmo tempo, havia algo de acolhedor naquele gesto, mesmo que ele estivesse tão incomodado.
A água quente do chuveiro começou a cair sobre minha pele, e eu senti um alívio imediato. Mas, ao mesmo tempo, a situação estava ficando mais complicada. Enrico continuava ali, sem saber direito como agir. Ele estava de costas, tentando não olhar para mim, mas, ao mesmo tempo, se esforçava para garantir que eu estivesse bem.
— Está tudo bem? — ele perguntou, sua voz tensa, mas ainda assim preocupada.
Eu não sabia o que responder, porque ele não estava realmente me deixando sozinha. Eu queria me esconder de vergonha, mas ele estava ali, cuidando de mim de uma maneira que eu nunca imaginei. E, mesmo que ele estivesse tentando não olhar, eu não pude deixar de sentir uma certa proximidade entre nós.
Eu sabia que ele não estava confortável com isso, mas ele ainda estava ali, me ajudando. E, de algum modo, isso me fez me sentir mais segura, mesmo que a situação fosse, no fundo, desconfortável para os dois.
A água quente estava caindo sobre mim, e por um momento, parecia que finalmente eu podia relaxar um pouco, como se aquela sensação de estar suja estivesse sendo lavada de dentro de mim. Mas, ao tentar me mover um pouco mais, uma fraqueza súbita tomou conta de meu corpo, especialmente nas pernas. Eu senti meus pés vacilando, e antes que eu pudesse reagir, meu corpo começou a tombar para o lado.
Eu quase cheguei ao chão, mas, de repente, uma mão forte me segurou, impedindo minha queda. Enrico! Ele estava ali, ao meu lado, ainda tentando evitar me ver, mas quando me segurou, meu corpo foi forçado a se aproximar do dele. Ele tinha um olhar visivelmente nervoso e constrangido, e não podia deixar de perceber a maneira como seus olhos rapidamente deslizaram sobre o meu corpo, como se não conseguisse se controlar, mas tentando ao máximo desviar a visão.
Eu estava mortificada, sentindo uma onda de vergonha me consumir. Ele tinha me visto, tinha visto meu corpo nu, e, por mais que ele tentasse desviar o olhar, eu sabia que ele não estava tão indiferente quanto queria parecer. Senti o calor subindo pela minha pele, e, ao mesmo tempo, um nó apertando minha garganta. Eu queria me afastar, queria que ele olhasse para outro lugar, mas ele estava ali, me segurando com uma gentileza que, ao mesmo tempo, me fazia sentir tão vulnerável.
Enrico estava profundamente vermelho, sua expressão completamente desconfortável, como se estivesse tentando encontrar uma maneira de lidar com isso sem saber exatamente o que fazer. Ele estava tão nervoso que parecia até que sua respiração estava um pouco mais rápida.
— Eu... Eu não consegui segurar... você está bem? — Ele perguntou, a voz trêmula, mas com uma preocupação genuína.
Eu tentei me recompor, sentindo minhas pernas ainda fracas, tentando não deixar o constrangimento me dominar.
— Eu... sim, só um pouco fraca. Não se preocupe, Enrico — respondi, tentando esconder o quão envergonhada eu estava. Mas, por dentro, eu me sentia exposta de uma maneira que nunca imaginei que sentiria.
Ele segurou-me com mais firmeza, mas parecia ainda mais tenso, claramente lutando contra os próprios sentimentos. Eu sabia que ele queria ajudar, mas a situação era difícil para nós dois. Ele estava fazendo isso porque se importava, mas o desconforto era óbvio. E a cada segundo, eu podia sentir mais e mais a dificuldade dele em lidar com isso, sem saber como reagir ao que estava acontecendo.
Apesar da vergonha, uma parte de mim não conseguia deixar de notar que ele realmente parecia preocupado comigo, e, de alguma forma, isso me acalmava. Mesmo que a situação fosse embaraçosa, ele estava lá, me segurando, tentando garantir que eu estivesse bem.
Enrico se afastou um pouco, ainda mantendo uma distância, e disse com a voz mais baixa:
— Você... quer terminar o banho sozinha agora? Eu posso esperar aqui fora, se preferir.
Eu sabia que ele estava tentando dar espaço, tentando não fazer com que eu me sentisse mais desconfortável, mas, ao mesmo tempo, eu senti que ele não sabia como agir. Era uma situação difícil para nós dois, mas a bondade dele estava clara, mesmo que ele estivesse nervoso e envergonhado.
-fim capítulo do 14
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Ebila Ferreira
porque não assume logo esse amor antes que a mãe dela aparece pra acabar com tudo
2025-01-17
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Joelma Oliveira
nem sei o q dizer dessa situação...
2025-01-14
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Carla Santos
É situação complicada
2025-01-14
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