Capítulo 13: O Mundo Além dos Portões
A luz dos Portões Celestiais era tão intensa que Mizum precisou cobrir os olhos enquanto atravessava o limiar. O ar ao seu redor parecia vibrar, carregado de uma energia antiga e incompreensível. Assim que deu o último passo, a luz desapareceu repentinamente, deixando-o em um lugar completamente diferente.
Atrás de Mizum, Lyra, Erya, Kael e Dren seguiram, hesitantes. Eles pararam lado a lado, observando o ambiente que agora os envolvia. Era um espaço surreal, como se estivessem dentro de um sonho. O céu era uma mistura de cores impossíveis — roxo, dourado, prata — e o chão sob seus pés parecia feito de cristal translúcido, refletindo as estrelas acima.
"Isso é..." começou Lyra, sua voz cheia de espanto.
"Outro mundo," completou Erya, com um tom quase reverente.
"Estamos no domínio dos deuses," disse Kael, segurando sua espada com mais firmeza.
Mizum olhou ao redor, tentando absorver tudo. No horizonte, uma estrutura colossal parecia flutuar, feita de luz e sombra, como se fosse impossível decidir se era sólida ou etérea. Ele sabia instintivamente que aquele era o verdadeiro coração dos Portões Celestiais.
"É para lá que precisamos ir," disse ele, apontando para a estrutura.
"Claro que é," resmungou Dren. "E aposto que não será uma caminhada tranquila."
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Conforme o grupo começou a caminhar, o chão cristalino começou a mudar, transformando-se em uma ponte que se estendia em direção à estrutura distante. Ao longe, sons indistintos ecoavam, como sussurros carregados pelo vento.
"Erya, você consegue sentir algo?" perguntou Mizum.
A maga fechou os olhos por um momento antes de responder. "Há magia por toda parte, mas... é diferente de tudo que já senti antes. É como se o próprio lugar estivesse vivo."
"Isso significa que estamos sendo observados," disse Lyra, apertando o cajado em suas mãos.
"Então é melhor estarmos prontos para qualquer coisa," respondeu Kael, ajustando seu escudo.
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A ponte parecia interminável, mas quanto mais avançavam, mais o ambiente ao redor começava a mudar. As cores do céu tornaram-se mais intensas, quase cegantes, e figuras começaram a surgir à distância.
"Eles estão vindo," disse Dren, puxando suas adagas.
As figuras aproximaram-se, revelando-se como criaturas feitas de luz pura. Seus corpos eram vagamente humanoides, mas seus movimentos eram fluidos e etéreos. Seus olhos brilhavam como estrelas, e suas vozes ecoavam como cânticos.
"Intrusos," disseram em uníssono, suas vozes reverberando. "Vocês não são bem-vindos aqui."
"Não viemos causar mal," disse Mizum, tentando soar calmo. "Estamos aqui para impedir que esse poder seja usado para destruir nosso mundo."
As criaturas hesitaram por um momento, mas logo assumiram uma postura ameaçadora. "Apenas os escolhidos podem acessar o Coração dos Portões. Vocês devem provar sua intenção."
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Sem mais aviso, as criaturas atacaram. Eram rápidas e imprevisíveis, movendo-se como feixes de luz.
Kael ergueu seu escudo, bloqueando um dos ataques enquanto contra-atacava com sua espada. "Essas coisas não têm corpo! Como lutamos contra elas?"
Erya começou a conjurar feitiços, lançando rajadas de energia que explodiram contra as criaturas, dispersando-as temporariamente. "Elas são feitas de magia pura! Precisamos desestabilizá-las!"
"Ótimo plano," disse Dren, desviando de um golpe e lançando uma adaga que passou direto pela criatura. "Alguém só precisa me dizer como fazer isso!"
Mizum sentiu a Chama Primordial reagir dentro dele, quase como se estivesse respondendo à ameaça. Ele concentrou a energia em suas mãos, criando uma esfera de fogo azul que iluminou o espaço ao redor.
"Use isso," disse ele, lançando a esfera contra uma das criaturas. O impacto foi imediato; a criatura explodiu em uma chuva de luz, desaparecendo completamente.
"Funciona!" gritou Lyra, enquanto conjurava um feitiço de proteção ao redor do grupo.
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A batalha continuou, intensa e caótica. Mizum liderava os ataques, usando a Chama Primordial para eliminar as criaturas uma por uma, enquanto seus companheiros protegiam suas costas.
"Isso nunca vai acabar," disse Kael, ofegante, após bloquear outro ataque.
"Eles estão tentando nos desgastar," disse Erya, lançando um feitiço que forçou várias criaturas a recuarem.
Lyra ergueu seu cajado, sua voz firme enquanto entoava um cântico. "Eu tenho um feitiço que pode afastá-los temporariamente, mas precisarei de cobertura."
Mizum assentiu. "Faça o que for necessário. Vamos ganhar tempo para você."
Enquanto Lyra se concentrava, Mizum e os outros intensificaram seus esforços, enfrentando as criaturas de frente. A Chama Primordial parecia crescer dentro de Mizum, alimentada pela intensidade da luta.
Finalmente, Lyra terminou seu feitiço. Uma onda de luz dourada emanou de seu cajado, espalhando-se pelo campo de batalha e fazendo as criaturas recuarem.
"Rápido, antes que voltem!" gritou ela.
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O grupo continuou avançando pela ponte, agora mais determinado do que nunca. Quando finalmente chegaram à estrutura no horizonte, perceberam que ela não era apenas uma construção. Parecia um portal dentro de um portal, um labirinto de luz e sombras que parecia desafiar as leis da física.
"Este é o Coração dos Portões," disse Erya, sua voz cheia de reverência.
No centro da estrutura havia um pedestal, onde um cristal brilhava com uma luz intensa. Mizum sentiu a Chama Primordial reagir ainda mais fortemente, quase como se estivesse sendo puxada para o cristal.
"É isso," disse Lyra. "O núcleo dos Portões Celestiais. Esse cristal é a fonte de todo o poder aqui."
"Mas o que fazemos com isso?" perguntou Kael.
"Precisamos selá-lo," respondeu Lyra. "Antes que o Dark King consiga usá-lo para seus próprios fins."
Mizum deu um passo à frente, mas antes que pudesse tocar o cristal, uma voz ecoou pelo espaço.
"Vocês chegaram longe, mas isso termina aqui."
Do nada, uma figura surgiu diante deles. Era alta, envolta em um manto negro que parecia absorver toda a luz ao redor. Seus olhos brilhavam com uma malícia infinita.
"O Dark King," sussurrou Dren, seu tom carregado de temor.
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"Vocês acham que podem impedir meu plano?" disse o Dark King, sua voz cheia de escárnio. "Vocês são apenas peões em um jogo que não compreendem."
"Não deixaremos você usar esse poder!" respondeu Mizum, erguendo sua espada.
O Dark King riu. "Vocês nem sequer sabem o que estão enfrentando."
Com um gesto, ele conjurou uma onda de energia sombria que lançou o grupo para trás. Mizum conseguiu se manter de pé, a Chama Primordial protegendo-o do impacto.
"Você quer esse poder?" disse Mizum, sua voz firme. "Então terá que passar por mim."
O Dark King sorriu. "Com prazer."
E assim, a batalha pelo destino de Velandria começou.
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Atualizado até capítulo 20
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