O Labirinto de Intrigas

Capítulo 9: O Labirinto de Intrigas

As portas do palácio se fecharam atrás do grupo com um estrondo. A luz do sol ficou distante, substituída pelo brilho frio das tochas que alinhavam os corredores largos e silenciosos. O ar dentro do palácio era denso, carregado com uma sensação de inquietação.

Mizum olhou ao redor, absorvendo os detalhes. O teto abobadado era decorado com pinturas de batalhas heroicas e coroações. Estátuas de antigos reis e rainhas se erguiam em cada canto, os olhos de pedra parecendo observá-los.

"Isso aqui grita 'armadilha'," murmurou Kael, descansando a mão no punho de sua espada.

"Eu sei," respondeu Lyra em voz baixa, seus olhos varrendo o ambiente com cautela. "Mas não temos escolha. Precisamos chegar ao salão do trono. É lá que obteremos respostas."

Erya, que estava estranhamente calada, finalmente falou: "A magia aqui... está distorcida. Posso sentir correntes de energia se movendo por todo o lugar. Algo ou alguém está tentando nos manipular."

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Conforme avançavam pelos corredores, Mizum sentia sua Chama Primordial pulsar dentro de si, como se estivesse reagindo ao ambiente. Ele olhou para Lyra, que parecia igualmente desconfortável.

"Você sente isso?" perguntou ele.

Lyra assentiu. "Sim. É como se o próprio palácio estivesse vivo."

De repente, um som ecoou pelos corredores. Era um barulho baixo, como metal raspando contra pedra. O grupo parou instantaneamente, suas armas prontas.

"O que foi isso?" perguntou Mizum, seus olhos percorrendo as sombras.

Kael deu um passo à frente, sua espada desembainhada. "Não sei, mas seja o que for, está vindo na nossa direção."

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Das sombras, uma figura emergiu. Era uma criatura bizarra, metade humana, metade máquina, com braços de metal e olhos que brilhavam como brasas. Ela se movia de forma desajeitada, mas cada passo parecia carregado de intenção.

"Isso não é natural," disse Erya, preparando um feitiço.

A criatura rugiu e avançou contra eles, suas garras de metal cintilando à luz das tochas.

Kael foi o primeiro a atacar, sua espada encontrando o braço metálico da criatura com um som de impacto estridente. "Essa coisa é resistente!" gritou ele.

Mizum ativou sua Chama Primordial, suas mãos brilhando com o fogo intenso. Ele lançou uma rajada contra a criatura, que foi empurrada para trás, mas não caiu.

"Erya, alguma ideia?" gritou Lyra enquanto desviava de um golpe.

"É uma magia antiga, possivelmente de controle. Precisamos quebrar o vínculo que a sustenta!"

"Como?" perguntou Mizum.

"Com força bruta," respondeu Kael, cortando a perna da criatura e derrubando-a no chão.

Enquanto a criatura tentava se levantar, Lyra concentrou sua energia e lançou um feitiço que explodiu em luz dourada. A criatura gritou antes de desmoronar em um amontoado de metal e carne.

"Isso foi... estranho," disse Mizum, ofegante.

"E apenas o começo," disse Lyra.

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O grupo continuou pelo palácio, encontrando mais dessas criaturas ao longo do caminho. Cada batalha os desgastava um pouco mais, mas também os unia. Mizum começou a perceber como seus companheiros funcionavam em conjunto: Lyra era a estrategista, Kael o escudo que protegia o grupo, Erya a força mágica devastadora, e Dren – embora ausente naquela missão – era a sombra que os apoiava quando menos esperavam.

"Essas criaturas são guardiões," disse Lyra após derrotarem mais um. "Estão aqui para proteger algo, ou alguém."

"Então estamos no caminho certo," disse Mizum, limpando o suor da testa.

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Finalmente, chegaram a uma grande porta de madeira, esculpida com símbolos que Mizum não reconhecia, mas que emanavam uma energia familiar.

"Este é o salão do trono," disse Lyra. "Se formos entrar, precisamos estar prontos para qualquer coisa."

"Estou sempre pronto," respondeu Kael, dando um leve sorriso.

Lyra olhou para Mizum. "Você sente isso, não sente? Essa energia?"

Mizum assentiu. "Sim. É como... minha Chama Primordial está tentando me dizer algo."

"Então é aqui que encontraremos nossas respostas," disse Lyra.

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Eles empurraram as portas e entraram no salão do trono. O lugar era magnífico, mas também tinha uma atmosfera opressiva. Grandes vitrais coloridos deixavam entrar uma luz suave, enquanto o trono de ouro no centro parecia brilhar sozinho.

No trono, sentado em uma posição relaxada, estava um homem encapuzado. Sua presença irradiava poder, e seus olhos – dois poços de escuridão – estavam fixos no grupo.

"Ah, os intrusos finalmente chegaram," disse ele, sua voz ecoando pelo salão.

"Quem é você?" perguntou Mizum, dando um passo à frente.

O homem riu suavemente. "Eu sou apenas um servo. Um servo de algo muito maior do que você pode imaginar. Mas você, Mizum... você é especial. A Chama Primordial finalmente encontrou seu portador."

"Como você sabe sobre mim?" perguntou Mizum, sentindo sua Chama reagir com intensidade.

"Eu sei muitas coisas," respondeu o homem. "E sei que sua presença aqui não é coincidência. Os Portões Celestiais... Eles estão reagindo a você, garoto. E isso é algo que minha senhora não pode permitir."

"Quem é sua senhora?" perguntou Lyra, preparando seu cajado.

"Você saberá em breve," disse o homem, levantando-se. Ele ergueu a mão, e o chão sob eles começou a tremer.

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De repente, criaturas começaram a emergir das sombras – guardiões como os que haviam enfrentado antes, mas em maior número e mais poderosos.

"Preparem-se!" gritou Kael, levantando sua espada.

A batalha que se seguiu foi intensa. As criaturas atacaram de todos os lados, e o grupo lutou com tudo o que tinha. Mizum usava sua Chama Primordial para criar barreiras de fogo e lançar ataques devastadores, enquanto Erya lançava feitiços que iluminavam o salão como relâmpagos.

Lyra coordenava os movimentos, garantindo que ninguém ficasse exposto, e Kael enfrentava as criaturas de frente, seu escudo e espada brilhando sob a luz das chamas e magias.

A cada criatura derrotada, Mizum sentia sua energia diminuir. Ele sabia que não poderiam continuar assim por muito tempo.

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Finalmente, Mizum conseguiu abrir caminho até o homem encapuzado. Ele levantou sua espada, a Chama Primordial pulsando ao seu redor.

"Isso acaba aqui!" gritou ele.

O homem riu, levantando a mão. "Você realmente acha que pode me derrotar, garoto? Você ainda não compreendeu seu verdadeiro poder."

Antes que Mizum pudesse atacar, o homem lançou um feitiço. Uma força invisível atingiu Mizum, jogando-o para trás.

"Não," disse o homem, sua voz fria. "Ainda não é o momento para nosso confronto. Mas saiba disso, Mizum: seu destino está selado. Você não pode escapar dele."

Com essas palavras, o homem desapareceu, levando consigo as criaturas restantes.

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O grupo ficou em silêncio no salão vazio, ofegante e machucado.

"O que foi isso?" perguntou Kael, limpando o sangue de sua espada.

"Um aviso," disse Lyra. "E um lembrete de que estamos lidando com algo muito maior do que imaginávamos."

Mizum olhou para suas mãos, onde sua Chama Primordial ainda brilhava fracamente. Ele sabia que havia muito mais a descobrir sobre seu poder – e sobre o papel que ele desempenhava neste mundo.

"Precisamos de respostas," disse ele, sua voz firme.

Lyra assentiu. "E iremos encontrá-las. Mas, por enquanto, precisamos nos recuperar. Esta foi apenas a primeira batalha de muitas."

Com isso, o grupo deixou o salão, carregando consigo novas perguntas – e a certeza de que a luta contra as forças sombrias de Velandria estava apenas começando.

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cutesylvie160

cutesylvie160

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2025-01-01

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