Tramas nas Sombras

Capítulo 8: Tramas nas Sombras

Eldoria parecia diferente à noite. A beleza reluzente das ruas de mármore branco e dos edifícios dourados desaparecia sob um manto de sombras. As luzes das lamparinas criavam formas dançantes nas paredes, e o ar frio trazia um silêncio inquietante.

O grupo caminhava pelas ruas menos movimentadas, guiado por Lyra, que parecia conhecer cada beco e passagem escondida da cidade. Seu destino era um distrito conhecido como Caminho Sombrio, onde contatos mais obscuros podiam ser encontrados.

"Você tem certeza de que essa é a melhor ideia?" perguntou Mizum, mantendo a mão próxima à alça de sua espada.

"Não temos escolha," respondeu Lyra, sem olhar para ele. "Eldrin nos deu pistas, mas precisamos de informações concretas. E os que habitam as sombras costumam saber mais do que os que brilham à luz."

Kael sorriu, ajustando sua espada. "Finalmente algo emocionante. Estava começando a achar que nossa estadia em Eldoria seria apenas estudo e leitura."

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O Caminho Sombrio era completamente diferente do resto da cidade. As ruas aqui eram estreitas, as construções mais antigas e desgastadas. Havia um ar de decadência, mas também de vigilância constante – olhos que observavam de cada janela e cada esquina.

"Fiquem atentos," alertou Lyra. "As pessoas aqui são desconfiadas, e qualquer sinal de fraqueza pode nos tornar alvos."

"Ótimo," murmurou Mizum, ajustando sua postura.

Eles finalmente pararam em frente a uma taverna chamada Garras Ocultas. O letreiro estava desgastado, mas o nome ainda era visível.

"É aqui?" perguntou Kael, olhando ao redor.

Lyra assentiu. "Meu contato costuma frequentar este lugar. Ele é um informante confiável, mas cobra caro por sua lealdade."

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Ao entrarem na taverna, Mizum foi imediatamente atingido pelo cheiro de fumaça, álcool e algo metálico que ele não conseguiu identificar. As mesas estavam cheias de figuras encapuzadas, mercenários, e aventureiros com cicatrizes que contavam histórias de batalhas difíceis.

Lyra aproximou-se do balcão e falou algo em voz baixa para o taverneiro, um homem corpulento com um olhar desconfiado. Ele assentiu e apontou para uma mesa no fundo.

Sentado ali estava um homem magro com cabelos escuros amarrados em um rabo de cavalo. Ele usava roupas simples, mas havia algo em seus olhos – uma inteligência afiada e calculista.

"Lyra," disse ele com um sorriso. "Sempre um prazer."

"Sem formalidades, Nareth," respondeu Lyra, sentando-se. "Precisamos de informações."

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Kael e Mizum ficaram próximos, observando o local enquanto Lyra começava a conversar com Nareth. Mizum tentou ouvir a conversa, mas o som ambiente tornou difícil captar tudo. Ele apenas percebeu fragmentos:

"...os Portões Celestiais..."

"...movimentação recente no palácio..."

"...uma figura encapuzada, rumores de manipulação da magia..."

Kael inclinou-se para Mizum e murmurou: "Não confio nesse sujeito. Ele parece o tipo que venderia a própria avó por um saco de moedas."

Mizum assentiu, mas antes que pudesse responder, Lyra levantou-se da mesa, com uma expressão séria.

"Temos um problema," disse ela.

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Ao saírem da taverna, Lyra explicou o que havia descoberto.

"Nareth confirmou que há algo errado no palácio. Uma figura misteriosa, um conselheiro recente do rei, está agindo nas sombras. Ele acredita que essa pessoa pode estar manipulando o rei e, possivelmente, tentando controlar os Portões Celestiais."

"Isso não soa bom," comentou Kael.

Lyra concordou. "Não é. E pior, ele mencionou que o brilho recente dos Portões atraiu atenção de forças externas. Eldoria pode estar prestes a ser atacada."

"Então o que fazemos?" perguntou Mizum.

"Primeiro, precisamos confirmar essas informações. Amanhã, tentaremos entrar no palácio."

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O grupo retornou à estalagem para descansar, mas Mizum teve dificuldades para dormir. Ele se revirava na cama, as palavras de Lyra ecoando em sua mente.

Enquanto olhava para o teto, ouviu um barulho suave vindo da janela. Ele levantou-se lentamente e abriu-a, apenas para encontrar uma figura encapuzada parada do lado de fora, equilibrada no parapeito.

"Quem é você?" perguntou Mizum, sua mão indo automaticamente para sua espada.

A figura levantou as mãos em um gesto de paz. "Não se preocupe, não vim machucá-lo. Mas você está em perigo, jovem portador da Chama Primordial."

Mizum estreitou os olhos. "Como você sabe sobre mim?"

"Eu sei muitas coisas," respondeu a figura. "Mas agora, só importa que o palácio é uma armadilha. Se você for amanhã, estará caminhando direto para as mãos de quem quer seu poder."

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Antes que Mizum pudesse fazer mais perguntas, a figura desapareceu, deixando-o ainda mais confuso.

Na manhã seguinte, ele contou ao grupo o que havia acontecido.

"Isso complica as coisas," disse Lyra, preocupada. "Se for verdade, precisamos ser ainda mais cuidadosos."

"Ou podemos simplesmente não ir," sugeriu Kael, mas Lyra balançou a cabeça.

"Não podemos fugir do perigo. Precisamos de respostas."

Mizum concordou, mesmo com a ansiedade crescente em seu peito. Ele sabia que o caminho à frente seria perigoso, mas também sabia que, de alguma forma, isso fazia parte de seu destino.

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Enquanto caminhavam em direção ao palácio, o grupo não pôde evitar sentir que estavam sendo observados. Cada sombra parecia esconder um inimigo, e cada ruído fazia seus corações acelerarem.

Quando finalmente chegaram às imponentes portas douradas do palácio, Mizum sentiu sua Chama Primordial pulsar dentro dele, como se estivesse reagindo ao ambiente.

"Algo não está certo aqui," disse ele, olhando ao redor.

"Fique alerta," respondeu Lyra, apertando o cajado.

Com um último olhar de determinação, o grupo atravessou os portões, entrando no que prometia ser o início de um confronto com as forças sombrias que manipulavam Eldoria.

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