Se For Trabalhar Não Beba.

Maya

Nem acredito que chegou o momento desse almoço com esse sheik, acho que o nome dele é Said Hassan, pelo pouco que falei com ele pelo telefone o cara é animado demais.

Coloco meu melhor sorriso no rosto além desse look preto, um blaser e um vestido tubinho com scarpins, make leve e cabelo solto. Meu irritável chefe me olha a cada cinco segundos.

— O que foi? — pergunto já sem paciência.

— Não acho o jeito que você está vestida apropriado para o momento. Said é famoso por ser mulherengo. E você está... — Cayden é interrompido por Said que chega rindo e apertando a mão dele, mas seus olhos percorrem o meu corpo. Isso me arrepia e não é de um jeito bom.

— Linda jovem, meu amigo. Espero que ela aceite minha companhia mais tarde, darei uma festa aqui perto e você também está convidado. — Said fala sem tirar seus olhos de mim.

— Nós agradecemos, mas não sei se poderemos ir é que nós temos outras coisas para… — corto a fala de Cayden por causa da sua ousadia em responder algo por mim.

— Bom, dependendo da hora por que não?

Cayden me olha como se fosse me fulminar com os olhos, mas eu ignoro. A reunião ocorre sem problemas e Said como sempre animado nos convida para conhecer um de seus hotéis que é exclusivo para celebridades.

Eu que não sou boba aproveitei cada momento até que ele diz para voltarmos para o hotel que a festa vai começar às 20 horas da noite e eu claro que vou.

Quando chegamos na suíte master Cayden me segura pelo braço e me puxa fazendo meu corpo bater contra o dele me obrigando a olhar para cima para encará-lo.

— Ei.. Está ficando doido é?

— Nós não vamos para festa nenhuma! Estamos aqui para trabalhar e você não tem permissão para ir. — seu tom possessivo e autoritário despertou meu lado atrevido.

— Quem é você? Meu pai por acaso? Senhor O'Conner, meu horário de trabalho se encerra às 18 horas, o que faço depois disso não é da sua conta. — tento empurrar Cayden para que me solte e isso só faz ele me puxar cada vez mais.

— Aquele homem quer levar você para cama dele. Então você não vai, Maya. — ele inclinou o rosto chegando perto demais do meu me fazendo lembrar daquele maldito beijo. Mas lanço-lhe um sorriso de deboche para esconder o desejo e o provoco:

— Veremos... Cayden. — chamo ele pelo nome só para provocar.

Entro no meu quarto e descanso um pouco até que me lembro de um vestido que a Hilary colocou na minha mala e vai ser ele que vou usar nessa festa.

Depois de perfumada, maquiada e vestida deixo meu cabelo solto mesmo. Já estou pronta, vou para a sala e dou graças a Deus por ele não estar ali, saio com uma foto do endereço e quando chego lá não acredito no luxo.

As luzes por toda parte, balões preto e dourados. Dou meu nome para a mulher na porta e entro, de cara já vejo uma piscina enorme cheia de bolas pretas e douradas até as plantas estão cheias de luzes.

As músicas aqui são variadas, está tocando até música brasileira e isso me trás saudades de casa. Quando um garçom passa por mim já pego uma taça de champanhe e viro ela toda, estou na quarta taça e escuto a voz de Said atrás de mim:

— Olha essa champanhe parece não ter álcool, mas tem, então sugiro não beber tanto ou vai perder o melhor da festa. — eu me afasto um pouco e me viro para ele.

— Senhor Hassan, gostaria de esclarecer algo. Eu só aceitei seu convite porque não sei quando terei outra oportunidade de voltar para Dubai. Amanhã volto para os Estados Unidos com meu chefe, então espero que me entenda. Tem outra coisa sobre mim que precisa saber para que eu não seja rude: não invada meu espaço pessoal, eu não gosto.

— Por favor, me chame de Said. E claro que entendo. Garçom, por favor, essa jovem é minha convidada de honra hoje e não quero ver a taça dela vazia. Divirta-se, Maya. — ele sai de perto me vislumbrando como se eu não estivesse usando nada.

Depois disso, Said voltou para os braços de duas mulheres lindas e me deixou bem confortável e à vontade. Duas horas depois e não sei quantas taças de champanhe eu estava na pista de dança, me acabando de dançar com outras mulheres que conheci na festa.

Até que começa a tocar uma música que eu adoro da Glória Groove e a Bivolt - Pimenta. Eu me jogo na sensualidade da música e as mulheres a minha volta me acompanhando, eu começo a cantar junto:

“Baby, é a zika você sabe, já conhece, vem

Traz champanhe a mãe merece ser tratada bem. Guarda essa grana e faz massagem que puto eu te pago Bubble gum na blunt baby. Água de ban pra sua sede. Ei eita, em câmera lenta escorre gotas do seu corpo em mim mais picante do que pimenta. Eita, em câmera lenta, o twerk no colo do pai judio porque sei que 'cê aguenta. Apaga a Luz vem, hoje é só nós, só me sinto bem, sem… E contigo é melhor. Apaga luz vem, hoje é só nós só…”

Sinto mãos possessivas puxarem minha cintura mais forte do que o necessário me fazendo bater de costa contra alguém. Eu continuo cantando e dançando, reconheci o perfume e a pegada.

A princípio ele fica parado, mas depois se entrega ao meu ritmo eu não ligo para mais nada o álcool subiu e a música me levou ao céu.

“Hoje só eu e você, conto as horas pra te ver. Ousadia com a GG. Hoje a gente faz caber… Apaga a luz e deixa o tempo passar, baby, cansei e tô precisando sentar. Eu abro sua fivela, Vem correndo pra cá. Já acendi a vela, afrodisíaca. Tem banquete, bebê, sabe o que eu posso ser sobremesa pra você, pode chamar de glacê…”

Sinto ele me segurar mais firme a cada rebolada. Até que escuto a voz de Cayden no meu ouvido:

— É melhor parar enquanto não damos aquele passo que vai fazer nós dois se arrepender depois. Um segredo, Maya… consigo entender cada palavra que você fala em português.

— Sabe do que me arrependo, Cayden?

— Suponho que vá me falar e é bem provável que isso nos leve num caminho sem volta. — dou uma risada e concluo:

— Só me arrependo do que eu não faço.

Puxo ele para um beijo que responde na mesma hora. Tudo corre rápido demais e quando dou por mim estamos na suíte master no sofá.

Sinto as mãos de Cayden explorarem meu corpo com tanto desejo que me esfrego nele sem pudor algum. Ele para de me beijar e encosta a testa na minha por alguns segundos até que seus beijos desceram pelo meu pescoço e pairaram por cima dos meus seios.

Até que ele me segura, me olha nos olhos e se afasta, entrando no quarto dele. Fico ali sem entender nada, mas a bebida está me dando a maior onda e vou para o quarto e apago.

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