Primeira Cilada.

Maya

Já faz um mês que estou aqui e está indo tudo muito bem. Me irritei com aquele pedaço de iceberg umas mil vezes, mas até que agora estou sabendo lidar com ele. Eu não sabia que cores de ternos eram tão importantes assim para o senhor egocêntrico, mas tudo bem agora que sei como ele é ficou mais fácil.

Para alguém que veio do Rio de Janeiro, lá os ceo’s não dão importância aos ternos principalmente se estiver fazendo um calor de 42 a sensação térmica. Mas claro que eles usam algo caro e bem trajado.

Hoje Cayden me pediu para buscar a refeição dele do outro lado do bairro, mas sei que ele está fazendo isso para dificultar as coisas para mim.

Ah, meu amor, ele não me conhece. Vou fazer ele engolir esse maldito macarrão com nome esquisito.

Quando eu finalmente cheguei com a comida dele o filho da mãe está ao celular falando com alguém e sentada de frente para ele está aquela tal de Amy que me olha com desprezo, eu, claro, ignoro a vaca.

Arrumo o almoço dele como sei que gosta e lembro da droga do café, como pode ele não enjoar desse café? Ele bebe todo dia pelo menos umas três vezes ao dia.

Deixei tudo lá e fui buscar o café, quando volto percebo que a refeição dele está coberta com a tampa, mas tenho certeza que não tampei. Deixa para lá, aviso para ele que está tudo aqui e pergunto se posso ir almoçar.

— Antes de ir pode, por favor, liga para o Enzo e avisa que ele precisa me enviar o relatório que eu pedi mais cedo ainda hoje.

— Sim, senhor O'Conner. — quando termino a ligação ele está me olhando de um jeito que meu coração gela — Algo de errado, senhor O'Conner?

— Como você faz essa cara inocente depois de estragar minha refeição desse jeito? — ele está realmente zangado e olhando para o prato.

Mas tenho certeza que está tudo do jeito que ele me pediu, se teve algum erro do restaurante ele não pode jogar para cima de mim.

— Impossível, está como o senhor pediu. Quantos erros eu cometi até hoje? — quando me aproximo vejo o macarrão que é ao molho branco vermelho de ketchup — Eu não fiz isso! — declaro em tom firme.

— Só tem nós dois aqui, senhorita Monteiro, está querendo dizer que eu fiz isso? — ele cruza os braços e estreita os olhos.

— Na verdade, tinha mais alguém aqui sim! A senhorita Stewart. Ou seja, se tiver que culpar precisa analisar melhor a situação.

— Ela nunca faria isso. Como pode acusar alguém por algo que você estava encarregada de cuidar?

— Já ouviu falar em benefício da dúvida? Ela é imaculada por acaso? — quando estou prestes a chamar ela a peste dá o ar da maldade.

— Cayden, querido, o relatório que me pediu está aqui... O que houve? — ela pergunta com cara de ratazana sonsa.

— Senhorita Stewart, por um acaso você colocou algo na comida do meu chefe quando eu fui buscar o café dele?

— Maya? — Cayden me chamou pelo nome? — Você está passando dos limites acusando a Amy assim.

— Cayden, me perdoe. Eu vi o molho próximo ao seu prato e achei que era para colocar… — a desgraçada vadia começa a chorar — Eu sinto muito, só queria ajudar.

— Sério? — pergunto entediada — Agora que sabe que não fui eu, o que vai dizer?

— Maya, por que pediu Ketchup para uma refeição como essa? Pensa que eu como fast food como você?

Espera, ele não me pediu desculpas e ainda me acusou de trazer a porrä do ketchup que a propósito eu não trouxe. Mas que filho da puta.

— Não chore, Amy. Sua intenção foi boa, ela que não deveria ter colocado isso próximo ao meu prato. — ele me olha de soslaio desapontado.

Cayden abraça ela que olha para mim e sorri... Isso é sério? Essa vagabunda apronta e eu que continuo errada?

— Eu não peguei nada no restaurante além da sua comida e tenho certeza que isso não estava aí. Essa sonsa tem a cara de pau de fingir choro e você caiu como um patinho. Homens são todos manipuláveis mesmo, basta um choro falso e já caem.

— Maya, você não precisa terminar o dia hoje, está suspensa por dois dias. Agora pode ir. — me chamou pelo nome de novo e ainda por cima me suspendeu por algo que não fiz, é a gota d’água.

— Quer saber, já estou suspensa mesmo, então vá se foder vocês dois. — dei dedo do meio com as duas mãos para os dois fazendo uma dancinha com as mãos estilo mister Bean.

Depois disso saio de lá furiosa e acabo tropeçando num rapaz muito elegante e caímos um por cima do outro. Olho para o seu crachá e vejo seu nome: Gael.

— Nossa, qual é o nome desse furacão que passou por cima de mim? Você é baixinha como conseguiu me derrubar?

— Me desculpa é que... — quando estou me desculpando acabei me sentando no colo dele para me levantar até que sinto um braço me puxar com força para cima sem fazer esforço algum.

— O que está acontecendo aqui? — Cayden está bem furioso.

— Isso não é da sua conta, estou suspensa, lembra?

— Mas ainda está dentro da minha empresa!

— A empresa é sua, não eu.

Olho nos olhos dele que me puxou para perto sem minha autorização, sinto seu hálito doce e minha boca saliva, mas eu lembro o que nos levou a essa situação. Puxo meu braço de volta e saio de lá sem olhar para trás ouvindo ele chamar meu nome.

Que se dane não estou afim de me estressar mais e como ele mesmo me deixou em casa amanhã vou sair para beber hoje. Recebi meu salário e vou comprar um vestido, hoje a noite é minha.

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