Maya
Eu adoro curtir uma praia, então hoje não seria diferente. Morar em Ipanema tem suas vantagens, mas eu curto mais Copacabana, confesso.
Gosto de lá por causa de um carinha que me salvou de um caldo que tomei, passei a maior vergonha da minha vida. A parte de cima do meu biquíni saiu e para me ajudar ele me abraçou e me ajudou a achar a peça que faltava, como eu disse passei vergonha. Entretanto, gosto de ir lá e olhá-lo de longe.
Quando voltei para casa, a funcionária que trabalha na cozinha disse que Álvaro estava me esperando no meu quarto e parecia aflito e com pressa. O que me fez questionar: por que ele estaria no meu quarto?
Subi as escadas rápido e quando abri a porta me deparei com duas malas e uma mochila arrumada.
— O que está acontecendo, Álvaro? — perguntei sem saber se olhava para ele ou para as malas.
— Eu até posso te explicar, mas primeiro vamos para o carro! — ele fala me empurrando enquanto pega a mochila e joga para mim, segurando as malas e me empurrando para fora do quarto.
— O que? — perguntei nervosa — Como assim? Eu nem estou vestida para sair.
— Maya, você tem cinco minutos, coloque qualquer coisa, mas se em cinco minutos não estiver pronta te arrasto como estiver. — Álvaro fala me olhando sério enquantoeva as malas.
Eu coloco o primeiro vestido que encontro no guarda-roupa e corro para o carro que já está ligado.
— Agora você pode me explicar? — arqueio uma sobrancelha e cruzo os braços.
— Eu sinto muito... — tem dor e luto no olhar dele — O helicóptero em que seus pais estavam usando para voltar de Angra dos Reis explodiu no ar, os corpos... O que conseguiram resgatar já foi levado. Eu não queria te dar essa notícia assim, lamento muito.
Álvaro continua falando, mas o nó na garganta me impede de falar. Eu só choro e sinto uma dor horrível no peito até que ele fala algo que me tira do meu ataque súbito pela morte dos meus pais.
— As ordens que eu tenho é te tirar daqui do Brasil antes que seu tio Vinícius te encontre e te mate também. Claro que ele daria um jeito de fazer sem sujar as mãos assim como ele fez com seus pais.
— C-como ele foi capaz? Eu me recuso a acreditar.
— Na mala rosa tem uma carta escrita pelo seus pais, eles escreveram ela assim que perceberam a maldade há quatro meses atrás e para te proteger me deixaram instruído sobre o que fazer. — Álvaro fala, mas tudo ao meu redor é só um borrão — Nesta mochila tem seu passaporte, seus documentos e vinte mil dólares. Eu sinto muito, foi que achei no cofre você não vai poder usar sua conta bancária ele pode te rastrear. Minha prima de terceiro grau que trabalha no Galeão comprou uma passagem em nome dela para você. Ela vai te ajudar a entrar sem problemas, nós temos um esquema lá, você vai até São Paulo e lá mesmo já vai pegar o voo para Nova York. A minha prima vai te entregar a passagem lá e essa tá no seu nome, depois que estiver lá em NY seu tio não poderá tocar em você.
Álvaro vai o caminho todo me aconselhando, mas tudo que entendi foi que meus pais morreram, eu estou sozinha, sem dinheiro ou melhor com pouco dinheiro.
Meus pais eram donos de boa parte dos negócios imobiliários do Rio de Janeiro entre outras coisas, eu estudei em Harvard por dois anos para me formar em administração de empresas para agora fugir do meu lar.
— Maya, você entendeu tudo que eu te falei? Não temos mais tempo para conversar, já estamos no aeroporto.
— Eu ouvi sim, Álvaro, e obrigada… Por tudo.
Ele para o carro em frente ao aeroporto Galeão e uma jovem simpática com uniforme de empresa aérea vem sorrindo. Vejo Álvaro abraçar ela e entregar uma bolsa, tenho certeza que é dinheiro.
— Não quero falhas, Fernanda. Essa garota é muito importante para os pais dela.
Vejo a mulher sorrir e piscar para ele. É inacreditável o que o dinheiro pode fazer, ela me levou por uns corredores até sair na área de embarque. Também levou minhas malas para serem colocadas na aeronave e enquanto caminhávamos pelos corredores ela foi colando as etiquetas prontas nas minhas malas e me deixando com a mochila. Antes de entrar na aeronave ela me lançou um olhar triste.
— Eu sinto muito pela sua perda e que sua vida tome rumos melhores para onde você vai.
— Obrigada, mas agora tem um vazio aqui dentro e minhas esperanças por coisas melhores foram engolidas por ele. — apertei meus olhos e lágrimas banharam meu rosto, era inacreditável como minha vida mudou do café da manhã até agora.
Entrei no avião e fechei meus olhos novamente, eu não podia ver o lugar que eu tanto amava ir diante dos meus olhos.
Quando cheguei em São Paulo não levou vinte minutos e embarquei para os Estados Unidos. Para não ver nada, tomei um remédio e quando o avião estava taxiando apaguei, só acordei no novo lugar que minha vida iria se iniciar.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Patrícia Barbosa Ferrari
Misericórdia!!! Tadinha da Maya que dor perder seus pais ,e agora terá que recomeçar a sua vida 🧬 em outro País .Tenho certeza que ela será muito feliz.
2025-02-28
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Erlete Rodrigues
interessante vamos ver o destino dela
2024-12-26
1
Simone Silva
parabéns autora pelo seu livro ❤️
2024-12-23
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