Capítulo 13: O Peso das Emoções

Capítulo 13: O Peso das Emoções

Os dias seguintes ao passeio no parque foram marcados por uma sensação estranha na mansão. Mateus parecia mais presente, mas também mais pensativo, enquanto Anny se esforçava para manter o foco em seu trabalho e evitar os pensamentos que a distraíam cada vez mais.

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Um Café da Manhã Tenso

Na mesa de café da manhã, as crianças estavam animadas, conversando sobre seus planos para o fim de semana.

— Anny, você vai vir ao meu jogo de futebol amanhã? — perguntou Gabriel, enquanto espalhava geleia no pão.

— Claro que vou! Não perderia isso por nada — respondeu ela com um sorriso caloroso.

— Papai também vai? — perguntou Alice, virando-se para Mateus, que estava lendo algo no celular.

Mateus ergueu os olhos e hesitou por um momento.

— Sim, estarei lá.

As crianças comemoraram, e Anny lançou um olhar de aprovação para Mateus. Ele percebeu e deu um pequeno sorriso, algo que deixou o ambiente mais leve.

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Um Encontro no Escritório

Mais tarde, Anny estava organizando a sala de estar quando percebeu que a porta do escritório de Mateus estava entreaberta. Ela ouviu sua voz ao telefone, grave e séria, discutindo assuntos de trabalho.

Quando a ligação terminou, ela bateu na porta levemente.

— Posso entrar?

Mateus olhou para ela, surpreso, mas fez um gesto para que entrasse.

— Claro. O que houve?

— Nada. Só queria perguntar se precisa de algo antes de eu sair para buscar algumas coisas no mercado.

Ele balançou a cabeça, mas parecia hesitante, como se quisesse falar mais.

— Anny, você tem um talento para deixar as coisas mais... fáceis aqui em casa.

Ela riu suavemente.

— Não sei se é talento, mas fico feliz em ajudar.

Ele a olhou por alguns segundos, e o silêncio entre eles se tornou palpável. Mateus finalmente desviou o olhar, murmurando:

— Você é especial, Anny.

A frase fez o coração dela disparar, mas antes que pudesse responder, Mateus se levantou e pegou sua pasta, como se quisesse evitar prolongar o momento.

— Preciso sair agora. Nos vemos mais tarde.

Anny assentiu, ainda processando o que ele havia dito, enquanto o via sair do escritório.

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A Conversa com Malu

No início da noite, Anny estava no quarto de Malu, ajudando-a com um projeto da escola. A adolescente parecia mais relaxada ultimamente, e Anny aproveitava esses momentos para se conectar com ela.

— Você tem andado feliz, Malu. Isso é bom de ver.

Malu olhou para Anny e deu um sorriso tímido.

— Acho que é porque papai está mudando. Ele está mais... presente.

— Ele está tentando. Isso é importante.

Malu hesitou antes de perguntar:

— Anny, você gosta do meu pai?

A pergunta pegou Anny de surpresa, mas ela tentou manter a calma.

— Claro que gosto. Ele é uma boa pessoa e está fazendo o melhor que pode.

— Não é isso que eu quis dizer — disse Malu, olhando-a diretamente. — Você gosta dele... de outro jeito?

Anny ficou sem palavras por alguns instantes.

— Eu só quero o melhor para vocês, Malu. Meu trabalho aqui é cuidar de vocês, e isso inclui o seu pai.

Malu não insistiu, mas o olhar dela parecia saber mais do que as palavras diziam.

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Reflexões Noturnas

Mais tarde, enquanto arrumava a cozinha, Anny não conseguia parar de pensar no que Malu havia perguntado. Era uma questão que ela mesma evitava enfrentar.

Ela sabia que sua relação com Mateus estava mudando, mas temia o que isso significava. Ele era seu patrão, ainda lidando com o luto, enquanto ela estava em um momento de transição na própria vida.

Mesmo assim, havia algo em Mateus que a atraía — sua vulnerabilidade, seu esforço para ser melhor, e, claro, os raros sorrisos que ela estava começando a ver com mais frequência.

Enquanto tentava organizar seus pensamentos, ouviu passos atrás de si. Quando se virou, encontrou Mateus parado na entrada da cozinha, com uma expressão indecifrável.

— Está tarde, Anny. Você deveria descansar.

— Eu já ia terminar aqui.

Ele entrou na cozinha, pegando uma garrafa de água na geladeira. Por um momento, eles ficaram em silêncio, o ambiente carregado de algo não dito.

— Mateus... — começou ela, hesitante.

— Sim?

— Nada. Boa noite.

Ele pareceu querer dizer algo, mas apenas assentiu antes de sair da cozinha.

Anny respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções que sentia.

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