-Preciso falar com o senhor, tem que ser agora.
-Volte depois, agora estou ocupado.
O homem tentou apaziguar, mas meu pai, em modo trabalho, não escutará e eu, em modo rebelde, não recuarei.
-Senhor Marcos, não se deve deixar uma moça tão bonita esperando, fale com ela, eu espero.
-Senhor Mathias, não podemos fazer tudo o que as mulheres querem no exato momento que pedem, senão fica muito fácil para elas. A senhorita Clara vai saber esperar, não vai?
-Preciso falar com o senhor, agora. É um assunto sério.
-Estou ocupado e não vou te atender, volte para o berçário que depois te procuro.
Será que todo mundo resolveu falar da minha pouca idade hoje? Balancei a cabeça e saí da sala, quase chorando de ódio. Trombei no Edu, que me segurou para eu não cair.
-Ei, precisa melhorar esse seu jeito, senão acabará se machucando.
-Pode deixar, seu Eduardo, eu melhorarei, e lugar de criança não é correndo por aí e sim no berçário, não é mesmo?
-Você está brava e está descontando em mim, eu não sei o motivo, vem comigo e me conta, talvez eu possa te ajudar.
-Não pode, vocês, homens de negócio, só pensam em vocês e nos seus lucros, o que eu, uma advogada que mal saiu da faculdade sabe? Nada, não é mesmo?
-Clara, vamos à minha sala, você precisa se acalmar.
-Me mandaram ir ao berçário tomar um leite e é para lá que eu vou.
-Princesa, por favor venha comigo.
Sei que minha secretária deve estar nos observando de queixo caído, porque sei ser rude quando não me escutam e Clara está tão nervosa que não vai me ouvir, mas quando chamei ela de princesa parece se acalmar.
-Maria, mande o faz tudo levar a máquina de cappuccino e os ingredientes na minha sala.
-Mas, senhor, eu posso fazer os cappuccinos.
-Só faz o que estou te pedindo, leva a máquina e todos os ingredientes para a minha sala e leva também um pacote fechado daquela bolacha que eu gosto.
-Senhor Eduardo, eu repus a bolacha hoje de manhã.
-Maria, só faz o que estou te pedindo, por favor.
Virei-me para Clara e chamei.
-Vamos princesa.
Não encostei em Clara, não sei a reação que ela pode ter, então só abri a porta do meu escritório e esperei que ela entrasse.
-Sente-se que esperaremos um pouco até Maria fazer o que mandei.
-Você não precisa fazer isso, eu posso resolver meu problema sozinha.
-Sei que pode, mas quero te ajudar.
Maria entrou na sala com o faz tudo, arrumou a máquina de cappuccino, entregou o pacote de bolacha para Eduardo e ia saindo.
-Maria, não estou disponível para ninguém.
-Mas, senhor Eduardo, o senhor tem uma reunião daqui a 10 minutos.
-Maria, não estou aqui, você não me viu, ninguém deve saber que estou aqui, entendeu?
-Ninguém? Senhor.
-Ninguém.
-Nem, o senhor Marcos?
-Você sabe o significado da "palavra" ninguém?
-Sei, senhor.
-Então, faça o que mandei.
Maria saiu, Edu levantou, foi até a porta, fechou e virou para mim.
- Vamos preparar nosso cappuccino?
-Você não precisava ser tão rude com Maria.
-Ela trabalha comigo há muitos anos, e me conhece bem, assim mesmo fica fazendo perguntas demais. Acho que é porque temos um vínculo de parentesco.
-Ela só queria saber o que fazer, se meu pai me procurasse.
-Deixa ele te procurar lá no berçário, não foi para lá que ele te mandou?
-Foi, mas eu também não sou uma pessoa fácil, entrei na sala para atrapalhar a reunião dele sem pedir se poderia entrar.
-E quem mais te irritou?
-O advogado chefe, mas eu também procurei, ele é o chefe, eu sou só uma estagiária, iniciante e sem experiência.
Acabamos de preparar o cappuccino, sentamos na mesa que tem no escritório, Edu me entregou o pacote de bolacha para eu abrir.
-Abre e me dá uma, por favor.
Resolvi brincar com ele.
-Mas achei que era todo meu, você pediu especialmente para mim.
-Amo esta bolacha, se você quiser ficar com todas para você, eu tenho um pote, mas quero comer com você.
-Então vamos dividir, que tipo de bolacha é essa? Eu já comi Oreo, mas não de bolo de aniversário.
-Mando trazer dos Estados Unidos, sou viciado nesse sabor.
Abri o pacote, dei uma para Edu e provei.
Parece que voltei no tempo de tão forte que foi o déjà vu, me vi sentada na sala e Edu chegando com um pacote e me entregando. Falei alguma coisa para ele, mas não consigo ouvir. Voltei e Edu está encarado em mim, parece esperar alguma coisa.
-Gostou? Minha princesa.
Tentei controlar meus pensamentos que continuam fluindo, me vejo sentada no colo de Edu, passando um pedaço da bolacha da minha boca para a dele.
Minha nossa será que isso aconteceu ou eu estou ficando louca e delirando?
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Andreza Regina
Ele decidiu fazer a parte do terapeuta. Legal que ele aprendeu, pq a mãe da Carol achava que ele era só um chucro. Acho que Clara deveria ter um encontro com os pais da Carol
2025-01-19
3
Daniela Roseno
essa foi boa🤣🤣🤣
2025-01-23
1
margarida Alves
História maravilhosa
2025-01-09
7