Chegou o sábado e fomos eu e minha mãe para a igreja ser padrinhos de um bebê que esqueci até de perguntar o nome. Sarah me falou, mas eu estava tão nervoso que nem prestei atenção.
Chegamos à igreja e, por um momento, tive a impressão de ver Carolina na porta da igreja sorrindo para mim, virei falar com minha mãe.
-Mãe, a senhora está vendo aquela moça.
Virei para a frente e já não tinha ninguém no lugar, procurei e não tinha sinal de que alguém estava ali.
-Que moça, filho? Seu primo já chegou?
-Não sei, vamos lá ver se chegaram.
Desci do carro e fui em direção à porta da igreja, ainda com a sensação de que encontrarei Carol a qualquer momento. Marcos me tira de meus devaneios, ele é meu primo por consideração, não temos o mesmo sangue, minha tia adotou ele quando tinha 10 anos.
-Edu, que bom ver você!
-Cadê Maria?
-Ela está amamentando, Clara, venha comigo, o padre logo vai nos chamar.
Entramos na igreja e logo vi Maria, é uma ruiva bonita com um bebê e não sei se é a posição em que ela está, parece que o bebê está brilhando.
Cheguei perto e me sinto atraído pela pequena criatura que dorme nos braços da mãe. Maria percebe meu fascínio.
-Ela é linda, não é?
Minha mãe entra na conversa.
-Sua bebê é um anjo, olha Edu, como ela dorme nos braços da mãe, você não ficava quieto assim um minuto, eu quase ficava sem os braços para te segurar.
-Talvez seja porque ela ainda é recém-nascida.
-Pode ser.
O Padre Ícaro nos chama.
-Batizamos esse anjinho, os padrinhos podem ficar aqui na frente, por favor.
Me posiciono ao lado de minha mãe.
-Agora peguem o bebê.
Minha mãe vai até Maria e pega Clara nos braços que acorda e mostra a que veio, começa a chorar tão alto que ninguém consegue ouvir o que o padre fala.
Não sei o que me deu, mas peguei a bebê do colo da minha mãe que parou na hora de chorar, olhei para ela que me olhava de volta com aqueles olhos cor de violeta.
-Você tem os mesmos olhos da Carol, como pode ser isso?
Acabou o batizado e eu não tenho vontade de devolvê-la para os pais. Quando Maria pega Clara do meu colo, sinto como se um pedaço de mim estivesse sendo levado embora, mas me controlo e saímos da igreja.
-Marcos, tudo o que você precisar para minha afilhada pode contar comigo.
-Acho que escolhi o padrinho certo, mas só quero que você apareça de vez em quando para tomar um café conosco, não se feche para o mundo, Carolina não ia querer te ver mal.
-Fiquem em paz, eu continuarei vivo por ela.
Fomos a uma pizzaria e logo após comermos voltamos para casa. Minha mãe quis falar a favor da Sarah.
-Filho, acho que você foi muito rude com a Sarah, você deveria pedir desculpas.
-Mãe, ela fica me cercando e eu não gosto disso. Nunca dei motivos para que ela tenha esperança de ter alguma coisa comigo, tenho ela como uma irmã.
-Mas ela é uma moça boa e gosta muito de você. Você poderia rever esse negócio de serem irmãos.
-Não, mãe, meu coração foi enterrado com a Carol e encerramos esse assunto só faz uma semana que enterrei minha mulher ea senhora já quer me arrumar outra?
-Tá bom, mas um dia você terá que se abrir para o amor.
-Só se Deus fizer um milagre e trazer meu amor de volta.
-Não discutirei com você, o tempo passará e você vai se curar.
“Edu”
Fiz uma promessa para ela e cumprirei, estarei te esperando, meu amor, nem que seja depois da minha morte, mas voltarei a ter você em meus braços. Por um momento, lembrei da pequena Clara me olhando.
Não sei por que me veio à mente aquela bebê.
Os anos foram passando, eu fui fazendo minha vinícola produzir um vinho de excelência, hoje já sou uma marca mundialmente famosa.
-Filho, hoje é aniversário da Clara, vamos comigo?
-A mãe compra uma boneca e leva de presente, por que tenho que ir?
-Você não sai de casa para nada, e quando você conhecer a Clara, vai ver aonde ela vai te mandar enfiar a boneca.
-Por quê? Ela é uma menina de sete anos que deveria gostar de bonecas.
-Mas não gosta, e você deveria ir conhecer sua afilhada.
-Tá bom, mãe, agora fiquei curioso.
Fomos ao salão onde está tendo a festa, eu esperava tudo menos a festa de uma menina de sete anos do sítio do Pica-pau-amarelo, deve ter sido a mãe dela quem escolheu, só pode.
Entramos e Maria vem nos cumprimentar, me deu um abraço.
-Edu, você não parece envelhecer, como pode ser isso?
-Sou como meus vinhos, Maria, quanto mais velhos, melhor.
-Mas seu filho é muito convencido, Elena.
-Fazer o que se ele é lindo? Pena que não vai me dar netos, mas assim posso mimar Clara, cadê ela?
-Está ali nos brinquedos, vou chamá-la.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
janete B Lucchesi
Comecei a ler agora e já estou amando, que linda história ❤️❤️❤️❣️
2025-01-17
1
Andreza Regina
Só não era pra ele ter sido padrinho dela ou, ela poderia ser a outra criança filha da ruiva
2025-01-19
2
margarida Alves
Amando a história
2025-01-09
5