Coloquei um avental em mim e um em Clara, estávamos quase acabando de fazer um omelete e arrumamos a mesa, ouvi a porta ser aberta, virei ver quem veio me incomodar e Sarah estava de pé nos olhando.
-Me desculpa, eu não sabia que você tinha visita.
-Pode sair, Sarah, você já viu que tenho visita.
Demorei um pouco para perceber que Clara estava passando mal, corri até ela e a apoiei.
Sarah me disse:
-Você precisa de ajuda?
-Sai daqui, já te disse para não entrar sem ser chamada. Peguei Clara no colo e levei até o sofá.
-Clara, o que você tem?
-Está doendo muito, doendo muito.
-Onde está doendo?
-No meu estômago, está doendo muito, Edu.
Coloquei a mão em cima do abdômen dela e, mesmo sem perceber, fiz do mesmo jeito que fiz com Carol. Clara foi se acalmando até que não tinha mais nada, mas não saiu do meu colo.
-Você está melhor, tem sempre essa dor?
-Assim, sem motivo, foi a primeira vez, normalmente após chorar horrores nos casamentos, em seguida tenho uma crise de dor.
-Foi a hora em que Sarah entrou, o que você sentiu?
-Um aperto no peito, falta de ar, me senti morrendo.
-Agora passou, vamos comer ou você não quer mais?
-Vamos! Fizemos a omelete com tanto carinho, vamos comer.
Fomos até a mesa, comemos e levei Clara à casa dela, mas a cena que vi me deixou com uma pulga atrás da orelha. Será que Sarah teria coragem de matar minha mulher? Se fez, pode fazer de novo.
Como descobrirei? Na época o médico que examinou Carolina disse que ela sofreu um infarto fulminante que na nossa idade é difícil de acontecer, mas não impossível, eu aceitei não tinha motivo para duvidar do médico, terei que ver como investigo para não assustar Clara, não quero que ela pense que estou com ela porque acho que achei minha esposa, ela ficará magoada. Por enquanto, só eu saberei das minhas suspeitas.
“Clara”
A casa do Eduardo me deu uma sensação de lar, uma felicidade que eu nunca tinha sentido antes, como se eu soubesse que pertenço àquele lugar, mesmo tendo fotos da mulher dele por todo lado, não me senti oprimida, até aquela empregada entrar e me tirar toda a luz. Me senti morrendo, aquela mulher me causou um medo que eu nunca tinha sentido, como isso pode ser? Eu não sei, nunca tinha visto ela, mas parece que alguma coisa dentro de mim reconheceu e não gostou.
Cheguei em casa e contei para minha mãe tudo o que aconteceu, minha felicidade nos braços de Eduardo, eu me sentir em casa como se eu conhecesse a casa dele, e o medo que senti quando vi a Sarah.
-Filha, deixe sua mente viajar e se lembrar o que se passou com você, me deixa te ajudar a lembrar.
-Mãe, a senhora vem com essa história de reencarnação, eu não tenho como lembrar uma vida que vivi, vai saber há quantos séculos? A senhora me disse que pode demorar até 100 anos para a pessoa reencarnar porque todos do grupo que têm dívidas têm que nascer ao mesmo tempo.
-Mas podem acontecer alguns imprevistos, você por algum motivo veio sentindo tudo o que sua outra reencarnação passou, seus dejavus são como lembranças da sua outra vida.
-Eu prefiro achar que são só loucuras da minha cabeça.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Adriana Pessanha
Escuta sua mãe , vc vau ficar preparada pra cobra
2025-01-10
5
Elis Alves
Sai daí assombração, coisa ruim🤬
2025-01-09
9
Cristina Piveta
pelo menos a mãe dela está ajudando
2024-12-28
5