Capítulo 9

Leon

Acaba o expediente e na hora de ir embora precisamos ir em carros separados, a única coisa que peço para ela é me seguir e não se distrair. Em oito minutos exatos chegamos no edifício onde um andar me pertence, o da cobertura, o terraço também me pertence.

Tenho um espaço especial lá, isso aqui foi um presente do meu pai que eu me recusava a usar, mas agora não tenho escolha. Não posso dormir no sofá enquanto estiver casado com a diaba, não sei quanto tempo essa loucura irá prosseguir. Assim que entramos no elevador e passei o meu cartão chave ao lado do número 13 avisei para ela:

— Tenho um gosto para cores, espero que não seja um incômodo para os olhos sensíveis da madame. — antes que ela pudesse falar qualquer coisa, as portas do elevador abriram-se e ela teve que ser puxada por mim para dentro do apartamento.

Logo a música "Angel" do cantor Toby Mai começou a tocar esse é o comando fixo da Alexia para quando entro pelo elevador, essa música me acalma.

Essa é a entrada depois que saímos do elevador, em seguida a sala.

Annandy aperta o meu braço, os seus olhos estão confusos e não param de olhar para todos os lados. Levo ela até o quarto dela.

— Esse é o seu quarto, o closet fica à esquerda e as suas roupas, tudo o que lhe pertence já está devidamente organizado no seu lugar. Essa porta à direita é seu banheiro.

Ela apenas observa com a boca aberta e eu continuo falando:

— Aqui, no final do corredor fica o meu quarto, não entre sem ouvir a minha permissão, normalmente gosto de ficar nú no meu quarto.

— Entendeu tudo o que eu disse? — ela apenas me olha — Vá para o seu quarto e tome um banho, falta te mostrar melhor a cozinha, sala de jantar e o terraço, tem também a entrada principal, aquela entrada é a da garagem que é privada.

Annandy continua parada no mesmo lugar me olhando caricata e eu pergunto:

— Está passando mal? — ela desperta do seu estado de inércia e começa a dar tapas no meu braço ao dizer:

— Você é rico! Você é um filho da puta rico. Por que está sendo humilhado por mim? Você só precisa encontrar uma boa editora e publicar os seus livros, tem ótimas editoras por aí.

— Vai tomar o seu banho e conhecer o seu quarto, vou pedir a nossa refeição que chegará em vinte minutos, esteja pronta e contarei somente o que precisa saber sobre mim.

Empurro ela até o quarto dela e fecho a porta, volto para o meu quarto e tomo um banho relaxante, mas confesso não conseguir parar de pensar nela, na... Noite em que tivemos juntos. Preciso manter o foco, ela ama aquele monte de merda e nunca vai olhar para mim de outro jeito.

Termino o meu banho e logo vou receber o nosso jantar e as bebidas. Arrumo a mesa para nós dois e vou buscá-la no quarto, ela está usando uma camisola lilás, os seus cabelos estão úmidos, ela não está usando maquiagem e ainda assim é linda. Chegamos na sala de refeições e percebi o seu olhar procurar algo.

— Não tenho funcionários, uma vez na semana uma equipe de limpeza vem e limpa tudo, sou organizado e não bagunço nada... É bom saber essas coisas sobre mim já que iremos morar aqui por um tempo. A propósito, quanto tempo irá durar esse casamento falso?

— Temos muito o que conversar antes que eu responda o que você quer, Leon! Primeiro: Esse apartamento?

— O meu pai me deu ele de presente quando decidi que precisava sair debaixo das asas dele e ter a minha vida.

— Então, você é rico?

— Não! — falo enquanto como a minha refeição — O meu pai é rico, eu não. Melhor comer ou vai esfriar.

— Se o seu pai é rico, poderia pedir para ele ir com você até a melhor editora dessa cidade e publicar o seu livro.

— Angel Fallen, não seria o pseudônimo que eu escolheria para você, talvez An Nandy, mas já está registrada assim não pode mudar agora.

— Para de mudar de assunto, Leon! — aponto para o prato intocado dela enquanto dou um sorriso de lado — Ok! Eu como e você fala.

— Não quero "ajudinha" para nada! Eu escrevi aqueles livros sozinho e quero batalhar sozinho para publicar. O meu pseudônimo também é importante para mim, nos livros sou Draco Rubro e quero continuar assim.

— Não consigo entender... Na minha vida tive a ajuda dos meus pais para tudo. Por que esse orgulho todo?

— Não é orgulho, Annandy... É o prazer de construir algo com as próprias mãos. É o que eu quero.

Jantamos em silêncio a partir dali, ela tinha mais perguntas, porém, percebeu que eu não queria mais responder por essa noite. Depois que terminamos, jogamos as embalagens no lixo e ela me ajudou a colocar os pratos, talheres e taças na lava louças.

Passei o resto da noite pensando nela, até me atrevi a sonhar com ela nua mais uma vez por cima de mim. Acordei e fui direto para o banheiro, banho frio sem dúvida alguma me ajudou bastante. Pedi o café da manhã assim que saí do banheiro enrolado na toalha.

Observei que havia um email da editora para mim, mas precisava me vestir e pegar o café da manhã na porta principal. Após arrumar a mesa vejo Annandy aparecer ainda mais linda e me excito feito um maldito adolescente, essa merda não vai dar certo.

— Bom dia, Leon! — ela fala sorrindo para mim enquanto se senta.

— Bom dia, Annandy! Como já conheço os seus gostos, para mim não é difícil saber o que quer para o café da manhã.

— Obrigada... Você cuida de mim melhor do que eu mesma. — ela abaixa a cabeça.

Começo a degustar a minha xícara de café com pouco leite e açúcar enquanto leio o e-mail, os meus olhos não acreditam nessas palavras. Desligado da empresa... Demitido!?

— Aconteceu alguma coisa, Leon? O seu rosto está estranho.

— Eu... Fui demitido, Annandy! Não trabalho mais para a editora e nem para você.

— O quê? — ela fala alto enquanto se levanta e bate na mesa com as duas mãos.

Não consigo repetir o que disse e mostro para ela o e-mail.

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