Capítulo 14

Annandy

Não posso negar que ver Leon me defendendo desse jeito me deixou excitada. Mas, em simultâneo, não quero que ele vá preso devido a alguém igual ao Kaique, esse desgraçado não vale o esforço.

— Leon... — abraço ele e o faço olhar para mim — Amorzinho, não canse a sua beleza com essa velharia, você é melhor que ele em todos os sentidos.

Leon pisca para mim e me dá um leve selinho, não senti os lábios dele encostarem nos meus, mas do ângulo que foi visto por Kaique parecia um beijão daqueles. Uma pena sentir apenas o calor dos lábios dele... Preciso parar de desejar o que não posso ter.

Leon é um gato, provavelmente vai querer uma mulher mais jovem ao lado dele. Kaique que é bem mais velho deseja isso, Leon deve desejar também. Olho para Kaique que está pronto para fazer um escândalo.

— Vocês são uns... — não deixo ele terminar a sua frase.

— Somos o casal mais sexy, lindo e atraente que você verá em toda a sua vida! Agora, envie o meu contrato para o Maurício até o final da tarde e deixe que ele verifique se eu posso ou não me demitir da editora.

— Não irei facilitar para você, Annandy. Vou prendê-la a mim de um jeito ou de outro, mas não a deixarei ser feliz plenamente. — a ameaça de Kaique não me abala.

Saio do escritório de mãos dadas com Leon, no meio da editora me surpreendo com uma surpresa de Leon. Um enorme e lindo buquê de rosas vermelhas está na mão de um homem que ao julgar por sua vestimenta parece um secretário. Na outra mão do homem uma caixinha que conheço bem por comprar joias nessa joalheria.

Assim que Leon pega o buquê e a caixinha das mãos do homem se vira para mim e coloca um joelho no chão abrindo a caixinha mostrando uma linda aliança com vários diamantes nela.

— Annandy Novaes, sei que esse não seria um pedido a sua altura, você merece um pedido perfeito num iate em alto mar ou num lugar repleto de rosas vermelhas representando cada dia que está ao meu lado me concedendo a dádiva da sua presença. Mas não podia mais esperar para oficializar o meu pedido... Annandy, você aceita se casar comigo? — ele me entrega o buquê enquanto segura a caixinha com a aliança aberta.

Todos olham para nós, com o canto do olho consigo ver Kaique e Bruna. A cara de Kaique demonstra raiva e desespero, a cara de Bruna demonstra inveja e cobiça. Olho para Leon e me sento na sua perna enquanto seguro o meu enorme buquê.

— É claro que eu aceito, amorzinho! É tudo que eu mais quero.

Leon me beija suavemente e dá para sentir que quer respeitar o nosso acordo de relacionamento falso, em seguida coloca a aliança no meu dedo e escutamos os aplausos junto com os gritos de Kaique mandando todos voltarem ao trabalho enquanto vem na nossa direção.

— Estão querendo me humilhar? Vocês não podem fazer isso aqui! — Kaique fala com ira.

— Estou apenas pedindo à mulher que eu amo em casamento no lugar onde nos conhecemos e nos apaixonamos... Não vejo problema nisso! — Leon fala enquanto me abraça — Amor, lhe darei um buquê com cem rosas vermelhas daqui para frente representando cada dia ao seu lado desde que nos conhecemos. Espere para receber muitas rosas.

— Amarei cada buquê assim como amo você! — abro um sorriso fofo e meigo para Leon.

— Se o Leon não sair daqui agora irei chamar a polícia! — Kaique ameaça.

— Amorzinho, vamos, tenho certeza que preparou algo quente e especial para nós depois desse pedido lindo e romântico... É o primeiro homem que me faz um pedido tão romântico.

Kaique fica uma fera, mas saímos da editora e o deixamos falando meia dúzia de palavrões no meio da editora para todos ouvirem. O homem que estava segurando o buquê e a aliança está nos seguindo e isso me deixa incomodada.

— Leon, esse senhor vai nos seguir para onde? Quem é ele?

— Frank, venha até aqui. — Leon conhece o homem.

— Senhor Castilho, ainda vai precisar de mim? — o homem fala com respeito.

— Não! Pode voltar para a mansão. Mas antes quero te apresentar a futura senhora Castilho, Annandy Novaes.

— Bem-vinda a família, senhora. — ele me cumprimenta com um aceno de cabeça.

— Obrigada, Frank. — o senhor se despede e vai embora.

Entramos no carro de Leon e voltamos para o apartamento. Estou curiosa e cheia de perguntas, ele percebe isso e me convida para conhecer o terraço. Ao chegar no terraço fico fascinada, é um lindo jardim com diversas flores, uma cama suspensa no meio de um lugar tampado em cima e aberto dos lados permitindo uma visão linda da cidade e montanhas.

— Leon, quem comprou essa aliança? Eu sei que custou alguns milhares de dólares, assim como sei que esse buquê de rosas vermelhas com cem rosas também não é barato. Também quero saber quando preparou tudo isso.

— Preparei enquanto tomávamos café da manhã. Foi preciso guardar segredo ou você não teria a reação de surpresa que teve, precisávamos convencer todos da editora.

— Isso não explica a primeira pergunta que fiz. Você pegou dinheiro com o seu pai para comprar essas coisas para mim?

— Não se preocupe com isso, Annandy! O que eu fizer por você não precisa ser contestado, a sua vida foi repleta de luxo e riqueza ao meu lado não será diferente.

— Você por acaso é fã de filmes de máfia?

— Por que a pergunta?

— Porque está parecendo um! Isso tudo está muito estranho e parece esconder algo de mim... Mas não posso forçar você a ser sincero comigo, nem o nosso relacionamento é de verdade. Quem sou eu para cobrar algo, não é?

— Annandy... — Leon parece querer falar algo, mas se cala e olha para as montanhas.

Não posso cobrar tanto dele quando está se esforçando tanto para que minha vingança seja perfeita... E está sendo. Não posso abusar da hospitalidade de Leon, muito menos ficar interrogando sobre sua vida. Olhamos juntos para as montanhas por um tempo em silêncio até que a aliança em minha mão pesa.

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