Evans
Se passaram dois dias, Ricardo ainda permanecia fora. Felipe me acompanhou até a sala de jantar, sentei na cadeira de costume e fui servido por uma das cozinheira. Olhei para o prato que parecia estar bem delicioso.
Fui comendo aos poucos, as cozinheiras não notaram mas eu escutei quando falaram que sentiam pena de mim nesse estado. Minha situação está feia, porém estava fazendo o que podia para me reerguer.
Pouco depois do jantar escutei um barulho vindo da porta, quando notei os homens fazerem referência já sabia quem era. Ricardo apareceu na sala de jantar estranho, tinha um olhar sério e vazio ao mesmo tempo, após me encarar por um tempo respondeu a empregada que perguntou se ele iria jantar.
— Sirva apenas o Evans, não irei jantar.
Foram as únicas palavras ditas depois de me encarar e ir no rumo das escadas. Chamei Felipe um instante e perguntei o que aconteceu.
— Não sei, apenas que o senhor Ricardo foi atrás de alguém.
Atrás de alguém, quem poderia ser o cara de má sorte a ter um destino cruzado com Ricardo.
Depois que saí da mesa, senti vontade de apenas ir me deitar. Prestes a subir as escadas, chegou um homem de terno preto chamando por Ricardo. Era um cara alto, com jeito de ser mafioso também.
— Ele foi para o quarto, não quis jantar.
O respondi sem esperar que falasse algo, mas ele agradeceu e subiu as escadas. Será que era permitido alguém de fora ir para o quarto de Ricardo? Mas eu já vi esse cara com ele, a não ser que os dois estejam...estou pensando merda, impossível dois homens com aparência de que só comem mulher.
Segui meu caminho sem me importar, isso não era problema meu e uma vez envolvido me metia em sérios problemas. Só queria ter um pouco de paz se não fosse pedir muito.
Me estirei na espaçosa cama, sentia falta de ter um celular para estar ao menos conversando com Jonathan, meu único melhor amigo de verdade. Me pegava pensando que se caso eu pedisse para Ricardo meu celular de volta ele iria me devolver. Mas tenho receio de fazer isso e acabar estressando ele de novo.
Fiquei sem fazer completamente nada até pegar no profundo sono. Com ironia do destino tive pesadelos, sonhei que Ricardo havia abusado de mim e jogado meu corpo de um barranco para dentro do mar. Parecia tão real que me faltou a respiração, nunca tive uma sensação tão ruim quanto essa.
— Nem nos sonhos eu fico em paz.
Murmurei andando até a porta. Ainda era meia-noite. As horas pareciam que nem passava. Minha vida estava completamente condenada.
A noite estava chuvosa, algum dos relâmpagos me assustavam quando vinham acompanhados de trovões. Parecia que eu estava em uma casa mal assombrada só pelo tamanho desse quarto e a cor de parede ser escura.
Ao abrir a porta do quarto quase caí para trás levando o tremendo de um susto. Ricardo estava do outro lado da porta. Coloquei a mão no peito ainda sem entender o que ele fazia ali parado.
Ainda confuso perguntei o que ele estava fazendo ali de frente para o meu quarto.
— O que aconteceu Ricardo?
Tentei ser o mais normal possível depois do susto que levei.
— Não consegue dormir Evans?
De uma pergunta que faço ele redobra com outra.
— Tive pesadelos, mas o que você faz parado aí?
Ele tinha uma expressão neutra.
— Nada, apenas vir ver se estava tudo bem.
— Ou você veio me tirar daqui por que não mereço dormir nesse quarto? Já que você pretende me punir.
Mechi os pés no piso, a única coisa que eu poderia pensar era essa. Dele aparecer assim tão de repente aqui.
— Não Evans, não farei mais nada com você além de manter o prazo estimável do contrato. Quando o dia chegar, você poderá ir embora.
Algo estava estranho em Ricardo, eu já havia percebido que ele estava bebendo por causa do cheiro de álcool vindo de seu corpo. Depois de anos convivendo com o alcoólatra do meu pai, sei que se tratava de uma bebia fortíssima e cara. Não era para qualquer um, derrubava mesmo.
Ricardo se aproximou de mim, fui andando de costas sem saber o que ele iria fazer.
— O que foi Ricardo?
Quando pensei que ele iria parar, esticou o passo e me envolveu nos próprios braços. Senti medo do meu sonho acabar se tornando realidade, tanto que todo o meu corpo ficou trêmulo.
— Por que você está tremendo?
Falou baixo em meu ouvindo. Eu não conseguia responder mais nada.
— Eu só quero ter que ficar assim com você.
Apertou mais ainda o corpo contra o meu. Não sabia se acreditava nele ou não, mas perguntei se era apenas isso mesmo.
— Você não vai fazer nada comigo né?
— Não, inclusive me arrependo de ter batido daquela forma em você.
Nem parecia que era Ricardo falando isso, talvez esteja sobre o efeito do álcool. Quando eu ia falar algo, notei que ele havia dormido. O corpo desse homem era pesado, mas também ele tinha 1, 86 de altura.
Andei até a cama o arrastando, pensei em deixá-lo no chão, mas só por ele dizer que se arrependeu, o coloquei do outro lado da cama. Fui a cozinha tomar meu copo de água e voltei ao quarto, logo me deitei. Era estranho ter ele deitado bem na mesma cama que eu, mas ainda assim acabei permitindo. Só espero que quando amanhecer o dia ele não venha jogar pedras em mim me culpando de alguma coisa.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Erica Diniz
Estou amando esta história.🥰 Autora, obrigada pelas atualizações frequentes.
2024-12-11
2
Fátima Alfiery
Evans muito bobo, já tá com pena do escroto, que chicoteia depois pede desculpas, afff
2025-02-18
0
Tania Maria Rufino
Com certeza descobriu a verdade. Menos mau.
2024-12-17
1