Capítulo 13

Evans

O café da lanchonete tinha um sabor muito bom, era diferente do que eu tomava todos os dias na cidade natal. As pessoas acharam estranho ver um homem de terno, usando óculos, parado do lado da porta de blindex como guarda costas.

Não tinha muito o que fazer, era a segurança mútua de Ricardo para que eu não fugisse. Um raio deve ter atingido a cabeça dele para permitir deu ficar o dia quase todo turistando pela cidade. Se ele está ocupado com os negócios, não teria utilidade ficar junto dele. Agora era só esquematizar o plano.

Seria uma situação sem carácter da minha parte quebrar a confiança dele, mas eu nunca pedi por ela. Apenas que se colocasse em meu lugar, Ricardo sabe que eu não iria deixar essa oportunidade de escapar.

Tinha só um homem me vigiando, ele poderia ser treinado o quanto fosse, mas não seria palho. Falei que iria no banheiro, como não poderia me proibir disso ele permitiu. Ia vindo atrás de mim quando parei por um instante.

— Melhor você ficar olhando a entrada, as pessoas vão achar estranho você me seguir assim.

— E daí? Tenho ordem de ficar na sua cola.

— Pelo que eu saiba, Ricardo confiou em mim, então você não deve me acompanhar em tudo que é buraco!

Consegui convence-lo, ao invés de ir no banheiro, fui até a porta dos fundos da lanchonete. Fiquei de frente para a rua, larga e com muitos carros apressados passando. Quando pensei em chamar um táxi, o maldito subordinado de Ricardo apareceu.

— Posso saber o que está fazendo aqui fora?

Ele me perguntou em tom grosso.

— Não posso nem tomar um ar? O banheiro estava com odor desagradável.

Que desculpa mais esfarrapada essa minha tentando convencê-lo de que eu não estava inventando uma fuga.

— Então devemos ir a outro lugar, vamos voltar e pagar a conta.

Tive que acompanhar, a conta foi paga por ele a mandado de Ricardo.

As horas estavam se passando, quando era meio dia já era tarde e sem sucesso meu plano. Mandei que ele me levasse até o parque de diversões aproveitando o escurecer da noite. Tinham várias pessoas em volta, algumas me olhavam estranho por estar acompanhado desse cara ridículo.

Comecei a ir em vários brinquedos, torrando o dinheiro se Ricardo comprando ingressos. Dei um chá de sumiço no idiota, fiquei escondido atrás de um carrossel observando ele me caçar igual condenado.

Até que um instante ele parou, pegou o celular dando pequenos toques e o levou a orelha. Já sabia que a coisa a partir dali não seria nada boa.

Quem estava correndo agora igual condenado era eu, se aquele cara ligou para informar justo Ricardo eu estava morto. Tinha uma parte do parque que dava direção para duas saídas, peguei uma delas e corri em disparada. Havia um segurança protegendo a entrada, fui na direção dele.

— Socorro, me ajuda!

— O que foi?

Perguntou confuso.

— Me leve a um dos aeroportos urgente, ou serei morto.

— Por que eu faria isso? O aeroporto fica bem próximo.

Vasculhei o meu bolso e peguei um pouco do dinheiro que Ricardo me deu.

— Aqui, eu posso te pagar.

Os olhos dele formaram um pequeno brilho e ligeiramente aceitou me levar ao aeroporto. Não tinha uma pessoa para deixar de fazer algumas coisas por dinheiro. Eu tenho que ter sucesso na minha fuga, é agora ou nunca.

O guarda conseguiu me levar até o aeroporto. Agradeci mesmo tendo pagado por isso e fui depressa a banca de passagens. Perguntei se tinha algum vôo disponível, a atendente balançou a cabeça confirmando.

— Custam 1.500 dólares.

Peguei o dinheiro que restava, nem havia contado quanto exatamente Ricardo me deu mas eu queria me livrar de tudo que pertencia a ele. Enfiei ele por baixo do vidro, assim que ela contou arregalou o olho dizendo que tinha a mais do que o valor da passagem.

— Fique com tudo, só agilize minha passagem por favor!

— Com todo prazer senhor.

A passagem indicava que eu deveria embarcar no avião "aero-543", procurei olhando em volta até que o encontrei. Consegui logo meu assento e era só esperar a decolagem, tinha apenas algumas pessoas sentadas em suas devidas poltronas.

Já me sentia aliviado só em estar dentro do avião, olhei para frente vendo a telinha na poltrona. Daria para assistir filme durante a viagem, assim que eu chegasse no meu lugar de destino conseguiria um jeito de entrar em contato com Jonathan e iríamos para bem longe.

Encostei minhas costas na poltrona, voltei a olhar em volta sentindo uma sensação estranha no corpo. Estava começando a me dar agonia, o avião que não decolava logo e as poltronas não serem todas preenchidas de pessoas. Não que me preocupe um avião vazio, mas é estranho.

Escutei o barulho de uma movimentação lá fora, não levantei para ver o que era, apenas me mantive encolhido na poltrona. Quando meus olhos bateram em Ricardo entrando pela porta, meu coração parou as batinas. Ele me encarou totalmente furioso e com a arma apontada em minha direção.

Só conseguia pensar em apenas um coisa "Estou mais que ferrado". Ter uma arma apontada para mim era tão assustador. Dessa vez eu havia pisado em um problema sem volta.

Ricardo apertou os cabelos ainda com a arma apontada para minha cabeça, ele suspirou fundo.

— Há Evans, como eu poderia ter confiado em você. Te deixo um pouco livre e olha o que você faz com a porra da confiança que te dei!

A voz dele estava tão alterada que me causou ainda mais arrepios e estava assustando as pessoas dentro do avião. Cadê os seguranças desse aeroporto que não chegam logo.

— Ricardo não é bem assim...

Ele atira no fundo do avião fazendo todos se abaixarem principalmente eu.

— Não é bem assim meu paü Evans! — Ele continua ainda mais bruto — pensei que você tinha mudado. Eu te dei uma chance, e você a usou como um nada! Assim como foi tempos atrás.

Tempos atrás?! Fiquei confuso sobre o que ele estava se referindo.

— Como assim tempos atrás?

— Não importa, o que fez já tá feito.

O medo não deixava eu entender mais nada quando ele se aproximou e me pegou pelos cabelos.

— Está doendo! Me solta.

Reclamo dele me arrastar pelos cabelos.

— Cala essa porra de boca, eu avisei o que aconteceria.

Olhei para o homem que ficou encarregado de me olhar dando um sorriso de canto. Fui arrastado pelos cabelos de dentro do avião. Tinha uma multidão de gente, os homens de Ricardo estavam ao redor impedindo as pessoas de passarem. Agora eu entendia o motivo de ter poucas pessoas dentro do avião.

Fiz a maior burrada da minha vida, nem queria saber o que aconteceria a partir de agora. Vi o mesmo guarda que paguei para me ajudar a fugir conversar com Ricardo e olhar para mim.

— Aqui o dinheiro que ele me deu para ajudar quando você mesmo já tinha me pagado ainda mais alto para fazer o serviço.

Tudo explicava o sumiço do homem encarregado de me olhar no parque, estava combinando com o guarda da entrada.

Comecei a me sentir um pouco aliviado ouvindo as sirenes de carro da polícia. Pedi por ajuda desesperado, o policial caminhou até onde a gente estava.

— Me ajuda senhor policial, ele vai me matar!

Não era possível que ele deixasse de tomar providências vendo Ricardo me segurar pelos cabelos.

— O que está acontecendo?

O policial apontou a arma para Ricardo.

— Eu não faria isso se fosse você.

Ricardo pronunciou, e com um gesto repentino atirou no policial em no peito esquerdo. Chamou os homens e me jogou com força bruta dentro do carro. Antes que eu pudesse sair, trancaram as portas de trás do carro. Eu não queria ter que aceitar o meu destino, mas seria impossível.

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Comments

Fátima Alfiery

Fátima Alfiery

tadinho, mas o Evans está certo. ele foi sequestrado, torturado, aprisionado como bicho. torço pra ele dar o troco nesse escroto do Ricardo.

2025-02-18

0

Maria Margarida

Maria Margarida

Acho que estou começando a entender, é o irmão do Evan que magoou nosso mafioso tirano.

2025-03-27

0

Josanice Vanderlei

Josanice Vanderlei

O Evans ainda não entendeu que não tem mas volta á vida que ele levava!

2025-02-27

0

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