Ricardo
Dei minha confiança para Evans mas ele a jogou no lixo, da mesma forma que jogou meu amor por ele na época do colegial. Sou um homem no auge dos 27 anos, sou um pouco novo em idade por assumir a máfia muito cedo.
Ninguém além de Miguel sabe minha idade verdadeira, minha aparência favorece que eu tenha em torno de uma 40 anos para cima. Nunca tive problemas com isso, pelo menos dificilmente muitos iriam me ver como fraco.
Soquei em torno de umas quarenta vezes o saco de pancadas, o suor percorria o meu corpo livremente. Miguel me impediu de continuar segurando meu punho.
— Já chega Ricardo, já fazem duas horas que você está treinando desde a chegada da Áustria. Que porra aconteceu?
Ele parecia preocupado com minhas ações, tanto que me perguntava sem parar o motivo. Estou apenas puto em pensar que Evans mudaria, como eu poderia ser tão presunçoso em pensar dessa forma.
Tudo para mim ficou mais do que claro, Evans não era digno do meu amor, e sim da minha frieza. Quebrei na minha mão o copo grosso de água que Miguel tinha me dado.
— Ricardo?
Suspirei fundo, peguei minha blusa de botões e a vesti. Evans vai sofrer na pele a dor de uma vingança.
Naquela mesma noite em que ele iria fugir, retornamos para os Estados Unidos. Quando o vi dentro do avião pronto para partir, senti tanta vontade de atirar nele que tive de desviar a direção da bala. Pediu várias desculpas e por favor durante a viagem toda, me mantive apenas em silêncio.
Assim que chegamos mandei que o prendessem onde realmente um prisioneiro ficava. Nada poderia mudar o fato do quanto ele pisou em falso comigo.
Encontrei Felipe no corredor da parte subterrânea da casa. Perguntei se havia deixado lá o que eu mandei.
— Está tudo lá senhor, precisa da minha ajuda?
— Não, apenas se eu sentir que devo deixar Evans cuidar dos machucados futuros.
Felipe observou que minha aparência não estava para brincadeira, o demônio de pessoa que eu sou estava por vir. Tudo se alastrava em raiva e ódio.
Abri a porta, tendo a visão perfeita de Evans amarrado na cadeira de tortura que eu usava para certos fins.
— Achei que você nunca experimentaria essa sala, ops me enganei!
Coloquei a mão na boca com certa ironia vendo ele chorar.
— Podemos conversar primeiro?
Tentou dizer entre os soluços, eu ainda nem fiz nada e ele já estava assim. Com estado choroso e de medo nos olhos.
— Conversar? O que eu tinha para falar foi aquele dia, acho que está um pouco tarde agora não acha?
Peguei um chicote que Felipe deixou encima da mesa de objetos. Seria de uma boa utilidade.
— Você não quer fazer isso Ricardo, pode me colocar para trabalhar igual condenado e assim quitar a dívida, não é uma boa proposta?
Cheguei mais perto.
— E quem disse que você está em posição de fazer propostas?
Tentei ficar o mais calmo possível, já me estressei demais em um só pouco de tempo.
— Eu vou te soltar.
Disse começando a desamarra-lo.
— Que alívio.
Assim que terminei o joguei com força no chão.
— Mas que...
Antes de terminar a frase ele gritou quando acertei a primeira lapada em sua perna, em seguida na outra e depois em todo o corpo. Como a sala era a prova de sons, ninguém escutaria.
Bati em Evans com aquele chicote áspero enquanto ele implorava para que eu parasse. Eu ia mandar que meus homens batessem nele, mas preferi fazer eu mesmo.
— Ricardo para por favor, eu não vou mais fugir.
— Como devo acreditar?
Meti mais uma chicotada nas costas dele.
— Me responda uma única coisa, foi legal brincar comigo daquele jeito no colegial? Me humilhar diante da escola toda?
Sou uma pessoa direta, darei apenas mais outra oportunidade dele se redimir quando nem deveria. Se Evans responder sim, acabo com esse pedaço de couro no corpo dele.
— Espera aí, você é o garoto que só andava de capuz e tinha uma família mafiosa? É você Ricardo?
Parece que ele se lembra, como não se lembraria do maior prazer que teve aquela época?
— Como é que eu não notei. Isso não passa de um mal entendido, eu nunca quis que isso acontecesse.
Agarrei-o pelos cabelos.
— Isso é uma verdade ou mentira? Como poderei ter certeza do que você diz?
Afundei a cara dele na areia do chão o fazendo tossir.
— E-eu estou falando a verdade Ricardo, se quiser saber procure o César, umas das encrencas. Por favor para com isso.
César, o imbecil que mais tive ódio na vida. Acharia uma perda de tempo ter que acreditar novamente em algo que pode ser mentira, mas valerá a pena fazer aquele canalha me pagar pelo que fez.
Não respondi nada a Evans, larguei a cabeça dele e sai da sala mandando que Felipe tomasse as providências necessárias. Buscarei saber se o maldito César tem alguma coisa envolvida nessa história toda.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Daniela Rodrigues
só tomara que Evans não venha gosta dele, pois acho que nem dos dois se merecem. está é minha opinião
2024-12-09
3
Fátima Alfiery
o mais triste é que o Evans ainda vai gostar desse escrto que chicoteia ele. autora faz alguma coisa o Evans tem que ter um vingancinha
2025-02-18
0
Da Silva Lopes Clinger
adoro agora o Evans sabe que mentira não é legal e o Ricardo vai descobrir toda verdade
2024-12-29
0