Evans
Ricardo chegou por volta da tarde, continuava sério como sempre. Algo dizia que ele esteve fora esse tempo todo aprontando. Não entendia por qual motivo ele decidiu fazer isso tão cedo e nem ter dormido em casa. A única resposta que vinha em meu pensamento era de que ele estava me evitando.
Sinto tanto a falta de Jonathan, talvez isso não estaria acontecendo se eu tivesse aceitado ir com ele e ter uma vida incrível do seu lado. Fiquei de frente para Ricardo quando ele chamou minha atenção.
— Viajaremos para a Áustria, já pode ir arrumando suas malas.
Disse quando passou por mim sem esperar que eu respondesse. Agarrei a borda de sua camisa social fazendo com que parasse.
— Assim do nada? Você mal chega em casa e já fala que iremos para outro lugar ?
Ele parou de andar, em seguida virou o rosto para mim. Eu não estava mais sentindo medo desse homem, pelo contrário, estava começando o achar sexy com essa mesma expressão no rosto. Realçava a beleza dele. Não sei que droga a empregada colocou na comida mas eu não o via mais com medo. Estava disposto a confronta-lo novamente.
— Isso é por sua causa. Perdi meu aliado, com isso tenho que resolver negócios na Áustria, ninguém como o causador disso tudo seria bom para o trabalho.
— Que trabalho?
Pela primeira vez escutei o som de seu sorriso, achando o que eu acabei de dizer realmente engraçado.
— Evans esse será seu primeiro dia, sendo um dos que vai te fazer perder a paz. Eu avisei desde o início. Se as coisas piorarem, você sabe de quem é a culpa.
Sem mais nada a dizer, Ricardo apenas foi para o quarto. Voltei a ficar com ódio, Felipe apareceu logo em seguida depois de escutar o que aquele ser falou em tom baixo antes de sumir para o andar de cima na direção do quarto.
— Evans me acompanhe. O senhor Ricardo me mandou levá-lo a um lugar.
— Certo, que escolha eu tenho a final de contas.
Acompanhei Felipe, ele parecia ser alguém legal, se não fosse tão obstinado a obedecer esse Ricardo, daria para formamos até uma pequena amizade temporária. Fui levado a uma parte da casa que estranhei, essa mansão era mais grande do que eu pensava.
Entrei com Felipe em uma espécie de sala, haviam equipamentos de tortura, o lugar estava meio empoeirado, bancos de camarote, e por último, um campo de areia totalmente fora da minha realidade.
Minha intriga surgia em imaginar como um lugar poderia ter tudo isso. Enquanto por fora, parecia ser apenas uma mansão normal. Fui jogado no chão com força, olhei para trás e havia sido Felipe a fazer isso. Quando eu ia questionar, ele começou a tirar a camisa, ficando somente com a parte de cima do corpo descoberta.
Exibia o peitoral definido, vasculhou algumas caixas encostadas na parede e retirou de dentro um taco de beisebol. Analisou bem o objeto em mãos e deixou de lado enquanto pegava uma seringa injetando o líquido no braço. A expressão neutra foi mudada para fria, ao ponto de não me fazer reconhecer o Felipe antigo. Senti certa curiosidade em saber que líquido era aquele injetado em seu corpo.
— A qual é cara, o que tá fazendo?! Você não tá pensando em me bater com esse taco né?
Falei rastejando para trás enquanto ele se aproximava em passos lentos me encarando de forma violenta.
— Felipe! O quê eu fiz agora?
— Evans, o que você deve fazer agora é revidar meus ataques. Ordens do senhor Ricardo. Um detalhe, ele não mandou pegar leve, por isso injetei o líquido que vai fazer efeito logo, você tem toda essa área para correr, se esconder ou se defender. Então tudo vai depender exclusivamente de você agora.
— Ha ta de sacanagem comigo né? Você não faria isso!
— Evans eu recebo ordens, e você é simplesmente um fiador. Em nenhum momento viramos amigos ou aliados. Já irei puni-lo por dar problemas ao meu chefe.
Conversar na tentativa de fazê-lo mudar de ideia deu em nada, Ricardo deve ter minhocas na cabeça. Que merda ele vai ganhar fazendo esse tipo de coisa comigo. Esse homem é louco! Observando bem a situação, primeiro comecei a correr e me escondi atrás de algumas caixas, não demoraria para Felipe me encontrar.
Pensei tanto que a cabeça começou a doer, era uma espécie de jogo que aquele cretino estava liderando. Me assusto quando uma das caixas é derrubada destruído meu esconderijo. Voltei a correr, e dessa vez ele também correu atrás de mim.
As coisas seriam assim, tudo o que ele falou era verdade. Parei de correr e olhei a figura correndo até mim, o taco de beisebol na intencidade rápida acertou minha perna. Senti uma dor do cacete e acabei caindo no chão.
Uma lapada de taco doia demais, Felipe atingiu minha outra perna. Até agora não entendo, será que é tão errado eu resistir apenas um pouco em preservar o pingo de dignidade que eu tenho ao ficar nesse hospício?
Quando começo a me adaptar ao local tem que acontecer algo, nem sabia mais o que fazer. Senti os chutes de Felipe me acertarem, todo meu corpo doía. Talvez esse é o tipo de sofrimento que Ricardo havia me dito, mas por qual motivo as coisas tem que ser assim?
Tantas perguntas para nenhuma resposta. Eu só sabia gritar pedindo para que parasse, depois de alguns segundos escutei Ricardo o mandando parar. Eu não entendia, mais fácil seria me espancar até a morte.
Felipe se afastou de mim ganhando um soco de Ricardo.
— Merda Felipe, não mandei fazer dessa forma! Você queria fazê-lo ver como eram as coisas ou mata-lo porra?
— Desculpa senhor, mas você sabe o que acontece quando injeto aquela droga no corpo.
Ricardo não disse mais nada além de mandá-lo sair e surtir o efeito.
— Agora será você a me bater? Vai em frente, acho que aguento mais um pouco antes de desmaiar.
Cuspi sangue.
— Não farei nada, mas a partir de hoje você sabe como funciona as coisas uma vez envolvido na máfia. Isso que aconteceu com você, não chega a ser um terço do que houve comigo.
Ricardo me levantou em seus braços, algo que me deixou intrigado. Isso não estava certo, sentia cheiro de trama no ar. Um cara como ele nunca faria esse tipo de coisa por mim.
— Me solta! Quanto valerá isso? Me deixar sem as pernas e sem os braços?
— Você acha mesmo que vou querer um devedor faltando os pedaços? Levarei você ao hospital, e assim que sair já será para a viagem na Áustria.
— Você ama tomar decisões pelos outros — acabo tossindo com o resto de sangue — Sua família deve ter sido bem ruinzinha né?
Ele havia deixado um branco de respostas, apenas fez o que queria. Me levou ao hospital que estava severamente lotado, consegui uma vaga agilizada quando ele ameaçou de morte alguns funcionários do atendimento. Pessoas em volta demonstraram medo em seus rostos com o jeito de Ricardo. Isso também devia ao fato de muitos saberem quem ele era.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Gabriela Fonseca
Q livro maravilhoso amo de mais 😍😍😍😍
2024-12-08
2
Tania Maria Rufino
Tadinho 🥺. Quero dar um pau nesse Ricardo.😠
2024-12-07
2
Carla Santos
Esse castigo foi severo se fosse Evans não queria ideia com o Felipe
2025-01-03
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