Evans
Ainda não entendo que porra esse homem queria comigo. Quando ele deslisou aquela mão grande pelas minhas costas, voltei a me sentir inseguro e relembrar meu passado que enterrei por anos.
A única coisa que eu sabia era a impossibilidade de fugir, tinham guardas para tudo que era lado. Parecendo a casa branca do presidente. Como o esperado de um mafioso.
— Você não vai me jogar em algum lugar escuro e imundo? Igual aqueles lugares de prisão?
Falei para o homem sombrio que caminhava na frente enquanto eu era escoltado por um de seus homens.
— Evans seria melhor você manter essa boquinha fechada antes que eu perca minha paciência.
Ele acha que pode tirar a maior onda comigo, só por que tem toda autoridade de me manter preso quando nem devia. Eu odiava pessoas assim, meu coração chegava a sangrar de ódio. Ainda se acha na razão de sentir raiva sobre minhas perguntas quando não sei de porra nenhuma.
Posso ter um certo medo dele, mas isso não impedia de tentar me proteger. Sou levado até um quarto, assim que entrei era bem organizado e limpo por dentro. Imaginava que ele me jogasse diretamente em um local em que os ratos faziam casa.
Ele se virou para mim, com o olhar frio e penetrante.
— Esse será o lugar em que você irá ficar, se atente em não me estressar tentando fugir.
Olhei com raiva para ele.
— E quanto as minhas roupas, minhas coisas que ficaram na casa dos meus pais? Quanto a minha vida? Meus amigos?
Passou a mão pelos cabelos.
— Tantas perguntas — Em um gesto repentino ele segurou meu pescoço — Eu já te falei, tudo o que você tinha se foi, quanto as roupas mandarei comprar. Então esqueça tudo o que teve antes de pisar os pés aqui.
A partir dessa palavras, senti minha vida ser destruída, tudo o que construí. Comecei a chorar, não sabia o que era pior, saber que fui vendido ou ser tratado como o cachorro de alguém.
— Eu te odeio!
— Evans entenda, não é só você que me odeia, é apenas um de muitos que me quer morto. Agora, trate de se vestir, iremos a uma festa essa noite.
Quando pensei que ele havia terminado de falar, redobrou novamente a fala.
— Nem pense em me envergonhar tá ouvindo? Manterei vigilância sobre você. Avisado você foi.
Soltou o meu pescoço e saiu me deixando acompanhando de um dos homens. Fui ao chão ficando de joelhos tossindo pra cacete, ainda sentindo o aperto da mão dele em meu pescoço.
— Você deveria apenas obedece-lo, então não sofrerá tanto.
— Eu já estou sofrendo apenas em estar aqui, o que poderia ser pior ?
Digo ao homem que me ajuda a levantar.
— Para alguém que trabalha para ele, você parece ser até gentil.
— Não confunda gentileza com meu trabalho. Vou te dizer apenas uma coisa, tome muito cuidado nessa festa. Grande parte dos convidados são maliciosos.
Apenas consenti, nada poderia ser mais pior que estar preso por esse homem. Deixaram um par de roupas para mim vestir, por conveniência tinha que ser terno e calça. Analisei a roupa, e só podia ser de marca importada. Deveria ter custado uns mil só pelo material do tecido.
Meu quarto tinha banheiro, o que facilitava as coisas para mim. Depois que terminei de me arrumar, um dos guardas bateu na porta perguntando se eu já tinha me trocado, pois o crápula estava aguardando.
Minha vontade era de ficar totalmente desarrumado e ver o que ele faria. Pensando bem, acho que posso tentar fugir nessa festa, vai ter muitas pessoas, no momento em que chegarmos, irei analisar se tem janelas no andar de cima e sair por elas. Enquanto eles aproveitam o momento, eu acho alguma brecha. Não suporto mais nenhum minuto aqui.
Sinto tanto a falta do meu melhor amigo agora. Nessa situação ele saberia o que fazer e pelo menos eu teria companhia. Caminho junto com o segurança, sendo o mesmo que me falou sobre a festa.
— E então, lá vai ser você que ficará me vigiando?
— Tecnicamente sim.
Melhor ainda, posso conseguir algum jeito de despista-lo.
***
Como imaginei, muitas pessoas. Todos se vestiam de maneira elegante, isso explicava o tecido das minhas roupas. Até agora não sabia como se referir ao desgraçado que me obrigou a vir aqui.
— Não apronte nenhuma gracinha.
Disse bem próximo aos meus ouvidos quando a gente ainda estava na entrada.
— Como posso me referir a você? Gangster? Sr. Estranho? Cobra Peçonhenta?
Falo de maneira neutra.
— Ricardo, prefiro que chame pelo meu próprio nome.
— Está bem "Ricardo".
Falo o nome dele com deboche fazendo aspas com os dedos, mas ele nem se importou. Que se foda, porque hoje eu iria fugir.
Para que não ficasse tão explícito que eu era um tipo de fugitivo, o guarda ficou na parte próximo a porta me observando de longe. Fui para um canto mais afastado, quando um homem se aproximou de mim.
— Boa note, nunca te vi por aqui. Você é o...
Ele estendeu a mão de forma educada, que por sinal era um homem bonito.
— Evans e você?
Apertei a mão dele.
— Damion. Será que você quer subir comigo? Quero te mostrar algo.
— Como assim?
Fiquei surpreso, pois eu realmente não fazia ideia do que seria. E logo um dos integrantes da festa de alta estatura me chamar assim.
— Ha vamos, é surpresa.
Por um lado acabei aceitando, seria de grande ajuda para minha fuga. Olhei em volta e Ricardo estava bem concentrado conversando com um homem velho, daria pra ir rapidinho e em um estalar de dedos dar o fora daqui.
Acompanhei o homem elegante subindo as escadas para o andar de cima da casa, ele seguia em direção a um quarto. Dependendo da altura da janela, teria como eu pular. Quem sabe até ele poderia me ajudar.
Quando entramos, ele deu espaço para que eu fosse primeiro, o ambiente do quarto era silencioso, só deu para ouvir o barulho da chave na fechadura da porta. Esse cara nos trancou aqui.
— E então, onde está a surpresa?
Me virei na direção dele, quando o mesmo estava com as mãos no zíper da calça. Sem chance.
— A surpresa está bem a sua frente.
Não! A única coisa que meu cérebro pensava.
— O que quer dizer com isso?!
Comecei a ficar assustado. A cara de gentil de poucos segundos estava totalmente perversa.
— Óbvio, venha me chupar. Garanto que não vai se arrepender delícia.
— Tá louco?! — Encosto na parede quando não tem mais pra onde ir — Eu não vou fazer isso, agora me deixa ir!
— Qual é, você curtiu e me seguiu quando te chamei. Agora tá se bancando o difícil?
Ele caminha lentamente na minha direção, me assustando cada vez mais.
— Para, eu vou gritar!
— Grita, o quarto é a prova de som. Todos estão lá embaixo, ninguém irá escutar você. Agora vem cá.
— Cai fora seu arrombado!
No instante que ele agarrou meu braço, senti o corpo tremer, era uma sensação pior do que quando fui pego por Ricardo. Se eu não conseguisse dar algum jeito, esse cara iria abusar de mim.
Tentei fazê-lo me soltar metendo socos e o empurrando, mas ele tinha mais força do que eu. Fui jogado no chão e virado de bruços, esse filho da puta sentou encima das minhas pernas prendendo-me contra o chão.
Eu odiava isso, todo o meu trauma voltou de vez. Meu corpo tremia, entrei em choque quando ele começou a lamber meu pescoço e descer a minha calça junto com a roupa íntima. Quando eu senti o pau dele encostar na minha nádega, escutei a voz de Ricardo.
— Evans saia logo daí, sei que está aí dentro!
A voz dele estava séria e bruta. Nunca pensei em recorrer a esse método, mas gritei por socorro justo a ele.
A porta foi derrubada com um barulho estridente, quando se deparou com a cena, meus olhos já úmidos por não conseguir segurar o choro, ele fechou a cara e passou a mão nos cabelos com raiva.
— Não posso tirar os olhos de você um minuto que já está fazendo algo para me estressar.
— Ricardo não é o que pensa, foi totalmente consentido não é princesa?
O ódio desse cara fez minha cabeça doer.
— Mentira, você estava prestes a me estuprar seu desgraçado.
Ricardo estava com cara de assassino.
— Saia de cima dele agora.
— Mas...
— Não estou pedindo mas estou mandando porra! Antes que eu perca mais ainda o resto da minha paciência.
Foi um alívio ele ter chegado a tempo, eu não sei o que seria de mim. Estou com tanto medo que não consigo pensar em mais nada.
— Ricardo você não pode me impedir de nada, sou o filho mais velho de se seu aliado. Posso muito bem te colocar em problemas.
Ricardo pegou no pescoço dele e o impressou contra a parede.
— Morra tentando, seja lá quem você é Damion, não force as pessoas a fazerem algo que elas não querem. Inventa isso de novo e da morte você não escapa.
Ricardo fez sinal para o homem que era meu vigia.
— Se isso acontecer de novo, sabe o que vai acontecer. Agora leve o Evans embora, chegando lá, o tranque no quarto. Não sei o que farei se vê-lo na minha frente.
O olhar frio dele me fitou, como se eu tivesse a culpa sendo que foi esse animal do Damion que aprontou tudo.
Subi minha calça e acompanhei o homem . O que quer que aconteça, eu só quero estar em um lugar e sentir que ninguém com mas intenções venha mexer comigo.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Jeane Campos Campos
mais vc também foi ingênuo demais o que não justifica a atitude desse imundo mais vc também tem que ser mais esperto pareceu criança quando algum desconhecido oferece doce
2024-12-31
18
Ana Lúcia
cá pra nós por você ser burro seria bem merecido
2025-01-20
3
Tania Maria Rufino
Você é muito burro garoto, o guarda avisou que teria muitos com más intenções, mesmo assim você acompanhou um estranho até um quarto? Queria o que? Você não é nenhum ingênuo.
2024-12-02
5