Evans
Antes...
Quanto voltei da festa, Ricardo havia ficado lá. Vim o caminho todo em silêncio, o homem designado a me vigiar perguntou que merda eu fiz seguindo justo a encrenca da festa.
No momento eu não conseguia responder nada, apenas tentava escapar do meu trauma em silêncio profundo. Antes que eu entrasse no quarto, perguntei o nome do vigia já que eu conviveria com ele por bastante tempo, agora que seria impossível fugir.
— Pode me chamar de Felipe.
— Ótimo Felipe, pode se despreocupar comigo. Não precisa ficar aí o tempo todo em pé, seria impossível para mim fazer algo quando tem vários outros homens de sentinela.
Felipe apenas manuseiou a cabeça. Fechei a porta do quarto e fui ao banheiro tomar um banho quente, precisava tirar a sujeira que aquele animal deixou impregnada em mim. Logo depois vesti um roupão de cor amarela pendurado no gancho perto do guarda-roupa.
Eu odiava Ricardo, mas uma parte de mim fazia refletir o que aconteceu naquela maldita festa. O que seria de mim se ele não tivesse me salvado ou aparecido a tempo. De qualquer forma, eu tinha que agradecê-lo independente do quanto eu o odiasse por me manter preso nesse lugar.
Debruçado na janela, tentando aliviar meus pensamentos, vejo Ricardo chegando, ao que parecia estava com raiva, pela ligeira atitude de chutar o pneu do carro. Mesmo assim eu iria agradecer, nem que fosse a última coisa que eu fizesse.
Desci rapidamente as escadas e fiquei no último degrau, só esperando que ele entrasse.
Depois...
Não sei o que deu em mim quando ofereci o meu próprio corpo a troco da minha liberdade. Sendo que eu nunca me permitiria fazer isso sem prazer nenhum.
Pensava que fosse morrer quando Ricardo me olhou de forma tão sombria e raivosa. Nunca imaginei que fosse vê-lo naquele estado, me deu uma sensação de que acertei alguma ferida dele. O olhar feito por ele entregou tudo.
Vesti novamente o roupão e peguei o terno de cima da minha cabeça. Eu estava com uma baita vergonha agora depois do que eu fiz. Direito de ainda ficar com raiva do que aconteceu eu tinha, mas como pôde passar em minha cabeça fazer isso quando foi ele que me salvou?
Balancei a cabeça repetidas vezes, eu não estava pensando coisa com coisa. Tudo aconteceu tão de repente em apenas uma noite. Olhei o relógio da sala que marcava quase meia noite.
Era isso, eu precisava dormir. Pelo que parecia, Ricardo só iria voltar no dia seguinte. Naquele momento ele saiu com ódio puro, eu ainda podia sentir o arder do tapa que ganhei. Mas não iria dar um braço a torcer como se eu fosse o errado, nada disso aconteceria se não tivesse me trazido como um presidiário em que não fiz porra nenhuma para merecer tudo isso.
Me joguei encima da cama depois de vestir as roupas disponíveis no closet. Minhas mãos ainda insistiam em ficar com o terno de Ricardo. Tinha um cheiro bom, e parecia ser de uma fragrância específica, nunca senti um cheiro tão parecido quanto esse. Só sabia dizer o quanto era boa a fragrância, virei de lado na espaçosa cama, levei o terno até perto do nariz e acabei dormindo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 40
Comments
Jeane Campos Campos
ele deveria ter raiva eras dos seres que ele chama de " pais" foram eles que o colocaram nessa situação como se não valesse nada o venderam sem remorso nenhum como se ele fosse uma mercadoria
2024-12-31
14
Geh
síndrome de Estocolmo batendo forte viu
2025-03-03
3
Clesiane Paulino
Evans os culpados de verdade são os carniça que dizem ser seus pais ... eles é que são culpados e seus inimigos 😥😥😥😥
2025-01-23
0